segunda-feira, 5 de setembro de 2005

DIA DA AMAZÔNIA


No calendário ecológico, setembro é o mais repleto de datas: Dia do Biólogo (3), Dia da Amazônia (5), Dia do Veterinário (9), Dia Internacional de Proteção da Camada de Ozônio (16), Dia Internacional para a Prevenção de Desastres Naturais (16), Dia Mundial pela Limpeza da água (19), Dia da Árvore (21), Limpemos o Mundo, nos dias 21 e 22, quando milhões de pessoas aprontam-se para limpar o mundo de acordo com campanha estabelecida há 12 anos na Austrália por Ian Kiernan, Dia da Defesa da Fauna (22), Dia da Jornada "Na Cidade Sem Meu Carro" (22) e o Início da Primavera (23).

Para quem contempla o horizonte de Rio Branco, coberto pela fumaça, ou suas estradas, onde transitam livremente caminhões carregados de madeira, não há o que comemorar no Dia da Amazônia.

O economista acreano Mário Lima, que é professor da PUC de Campinas, enviou o seguinte comentário em relação à outra nota publicada aqui:

- Faz alguns anos, numa solenidade na Universidade Federal do Acre, Jorge Kalume [senador autor da lei que instituiu o Dia da Amazônia], opondo-se ao discurso ambientalista que começava a ser formulado pelas forças políticas regionais, bradava: "Eu quero o progresso. Que venham a fuligem e afumaça e me encham os pumões. Mas eu quero é o progresso". Hoje, pelo que sei, ele mora em Brasilia.

Bem lembrado, Mário. Por aqui, a maioria está em casa, curtindo a fuligem e a fumaça, com o bucho cheio de melancia. Alguns pedem em vão a Deus que mande chuva para abastecer o rio Acre.

Estamos na semana dedicada a queimar a pátria, segundo o jornalista Tom-in Alves. Como tudo pode acontecer, por enquanto o melhor é a gente aceitar o progresso que já chegou.

Um comentário:

Anônimo disse...

Os fatos e as cenas, as crianças no ps com problemas respiratórios, as enormes filas nos postos de saúde, a pacaca neblina que cobre a capital, o poeiral que transforma o clima e o deixa com leve tom de cidade industrializada, nossos 42 graus de clima tropical dos bons mesmo e os nossos pés pizando mendigos e indios no calçadão do centro, são a prova que uma cidade não vive de obras e qua as pessoas mais pobres (a maioria do estado)querem mesmo é bom atendimento para um filho doente que precisa de ajuda.etc... meu caro, eu e milhares de pessoas como eu não temos carrões possantes para desfilar pelos empreendimentos urbanísticos modernos, pelas possiveis peramides, aneis viarios ou coisas do tipo. Antes disso precisamos deixar de esperar 7 horas num posto de saúde e não ser atendido, ter que acordar pela madrugada e sair por ai tentando atendimento...
Antes disso precisamos ver cair o discurso demagógico e de fato perceber o meio ambiente preservado.
estamos vendendo nosso recurso e habitando o dogma da mercantilização das almas e da natureza.
Precisamos de comida e vestimentas, um pouco de dinheiro e saúde, depois posso pensar em andar com minha biciclita pelos modernos empreendimentos urbanisticos, tendo muito cuidade para um l-200 não me atropelar, devido ou à aversão aos pobres e mendigos ou à leve neblina que habita o nosso horizonte altaneiro.