quarta-feira, 21 de setembro de 2005

ACRE PEDE SOCORRO


As cidades do Acre permanecem submersas em densa nuvem de fumaça. A foto acima, com vista parcial de Rio Branco, foi tirada às 12h05.

Conversei agora, via programa de mensagem instantânea da Internet, com índios yawanawa da aldeia Nova Esperança, na fronteira com o Peru.

Eles disseram que, embora lá não haja fogo, a fumaça toma conta da floresta.

- Tem muita fumaça aqui. Está muito ruim viver. O sol nem aparece mais. Quando chega a noite, a lua vira uma bola vermelha. Parece que tocaram fogo na lua - relatou a jovem índia Sandra Yawanawá.

O cientista social Luiz Gonçalves, que está em Carauari (AM) há três semanas, relatou ao jornalisa Lorenzo Aldé, editor de O Eco ,que as queimadas têm deixado o sol vermelho e o ar muito poluído.

“Tem vez que o dia termina e nem conseguimos ver o sol direito”. Segundo os ribeirinhos, aquela região do Amazonas está vivendo a pior seca dos últimos 50 anos.

Os rios estão quase inavegáveis. “Na parte alta, no eixo dos rios, só barcos se pequeno calado conseguem passar”.

A situação parece mais crítica quando damos nomes aos rios. E não estamos falando de quaisquer, mais do imenso Juruá, Purus, Madeira e os demais da região sudoeste do Amazonas.

Apesar de a seca ser normal nessa época do ano, os ribeirinhos insistem em dizer que até as várzeas estão secas.

“As pessoas estao ficando preocupadas porque a seca dificulta muito a vida aqui. Esse é um lugar totalmente dependente da navegação. Tudo chega de barco, pessoas, alimento, combustível...”

Recebo a informação de que senadores e deputados do Acre se reuniram em Brasília. Decidiram recorrer ao governo federal para aliviar a situação da população que padece com os efeitos da fumaça.

A assessoria do senador Tião Viana revelou que será pedida ajuda aos ministérios do Meio Ambiente, da Integração Nacional, da Saúde, Itamaraty e ao Ministério Público Federal.

O senador esteve com o presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Paulo de Tarso Lustosa, a quem pediu a liberação de recursos para atender o Acre.

Ficou acertado o repasse de R$ 8,5 milhões. A bancada pediu ao Ministério da Integração Nacional o reforço das equipes da Defesa Civil no Acre.

Um comentário:

Anônimo disse...

Altino...Juara também pede socorro. Nunca vimos tamanho fumacê nessas terras como agora - e olhe que moro aqui há 20 anos. Minha cidade, pequena e amazonica, no Mato Grosso, vem passando por todos os problemas das demais amazônicas. Nunca vimos tamanha seca, nem tanto fogo. O que me impressiona é que dona Marina da Silva, com todas as operações que comandou (aqui foi a Curupira, que prendeu muita gente e que deixou outro tanto solta)e com todo seu radicalismo, não tenha conseguido frear o ritmo de queimadas...até muito pelo contrário, não é?
Na minha cidade o escritório do IBAMA está fechado - e ninguém responde por ele, estamos sem nenhuma autoridade "federal". Também não foi aberto aqui ainda o escritórido da SEMA - nova secretaria estadual que vai brigar pelo Meio Ambiente, e estamos sem autoridade "estadual". E nossa secretaria municipal de Meio Ambiente está sob o comando de um secretário substituto que, por mais que se esforce, nunca vai dar conta sozinho de resolver todos os problemas ambientais que temos - e ficamos também sem autoridade "municipal".
Essa fumaceira é crime ambiental, e grave. Queria mesmo era ver o sol, ver a lua, e não ver mais o povo esperando na fila do hospital para fazer inalação.
Enquanto ninguém resolve nada, sugerimos que as pessoas tomem muita água, para evitar maiores danos.
Prazer ler o seu blog!