quinta-feira, 11 de agosto de 2005

SEGUNDA-FEIRA


O Governo do Acre sempre controlou e influenciou a mídia local na condição de seu maior cliente. Mas já virou balela a discussão de que o governador Jorge Viana e o secretário de Comunicação Aníbal Diniz exercem censura e pressão para eliminar os veículos de comunicação de seus opositores.

A mais recente discussão envolve o semanário Segunda-feira, cujo editor Antônio Stélio escreveu carta aberta e até ocupou um programa na TV para responsabilizar o governo estadual pelo fato de o empresário Antonio Leônidas, da gráfica Printac, ter se recusado a continuar imprimindo o jornal.

Esse fato forçou o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Acre (Sinjac) Raimundo Afonso a procurar Leônidas, para saber dele o que realmente havia acontecido.

O Sinjac pretendia se manifestar publicamente caso o empresário confirmasse ter sofrido pressão do governo para não mais imprimir o jornal.

- O Leônidas contou que deixou de imprimir o jornal porque o Stélio tem um débito com a gráfica decorrente da impressão do jornal e porque passou a se esconder quando era procurado para cobrança. Diante disso, apenas dei satisfação aos jornalistas do sindicato que me exigiam uma posição. O problema envolve negócios de dois empresários e não tem nada a ver com censura à imprensa - disse Afonso.

Telefonei para o Leônidas e fiz a seguinte pergunta: é verdade que o secretário Aníbal Diniz teria exigido de você que deixasse de imprimir o jornal Segunda-feira em sua gráfica? Resposta dele:

- Pessoas do governo evitam contratar os serviços de minha gráfica e sei até que recomendam clientes do setor privado a que façam o mesmo. Mas justiça seja feita: o Aníbal Diniz não é louco de fazer um pedido desses. Eu jamais aceitaria. O que aconteceu é que o Stélio imprimia o jornal aqui, mas não pagou. Prefiro não revelar o quanto ele deve porque espero mantê-lo como cliente e espero pelo pagamento.

Demorou, mas consegui falar com o Antônio Stélio. Ele disse:

- Não estou devendo à gráfica Printac. A impressão já foi paga pelo senador Geraldo Mesquita Jr. e por outros apoiadores do jornal.

A pessoa que tem sido mais injustiçada com essa balela é o Aníbal Diniz, que passou a ser acusado pelo Stélio de ser um próspero fazendeiro.

Também perguntei ao Secretário de Comunicação se o mesmo havia pedido ou pressionado o empresário Antônia Leônidas para deixar de imprimir o jornal.

- Acho descabida, partindo de você, que me conhece há tanto tempo, questionar sobre um desvio ético que não é do meu feitio - reagiu Diniz.

Bem, os pais do Aníbal Diniz se mudaram do Paraná para o Acre em meados dos anos 70. Minha amizade com ele começou em 1979, quando estudávamos no Colégio Acreano.

Seus pais eram modestos colonos na BR-364, onde se estabeleceram num lote de 62 hectares. Após muitos anos de trabalho, adquiriram mais um lote de 220 hectares. Portanto, Aníbal e mais oito irmãos são herdeiros de 282 hectares.

- O tamanho dessa área corresponde a uma colocação de seringa - comentou o jornalista Antonio Alves.

Devo reconhecer que o Aníbal Diniz ocupa um cargo incômodo, a partir do qual segue a política do Governo da Floresta. Comete erros aqui, se equivoca acolá, mas ninguém pode lhe imputar levianamente fatos que realmente não se adequam à sua trajetória de equilíbrio e prudência.

Sempre levou uma vida espartana e por isso quem quiser pode chamá-lo com razão de muquirana, coveiro de sonhos, hesitante...

2 comentários:

Anônimo disse...

Vai ser uma proeza mesmo, a essa hora ou ele está em um bar ou ainda dormindo, só não fala que ele vai ter trabalho ou ele morre...

Anônimo disse...

Parece que o stelio conseguiu te "furar". Já fazem quase 12 horas que você postou que "daqui a pouco" estaria contando uma estorinha e nada. Você deve tá é enchendo a cara junto com ele. Que mancada!