quarta-feira, 1 de junho de 2005

GOVERNO SOB PRESSÃO

Ministros do PT rejeitam renúncia coletiva proposta por Gushiken

Ilimar Franco

BRASÍLIA - Os ministros do PT rechaçaram, na noite de terça-feira, proposta do secretário de Comunicação de Governo, Luiz Gushiken, para que todos eles entregassem seus cargos para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, viabilizando a realização de uma possível reforma ministerial. Coube ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci, rejeitar de pronto a proposta, argumentando que os ministros estariam com este gesto pressionando o presidente a tomar decisões que somente competem a ele.

— Esta é uma decisão do presidente Lula. Se o presidente decidir fazer uma reforma, os nossos cargos estão à disposição dele, sempre estiveram — reagiu Palocci.

Os ministros do PT reuniram-se para fazer uma avaliação da situação política com o presidente do partido, José Genoino, na casa da secretária de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire. De acordo com um dos ministros presentes, a reunião foi bastante morna e teria passado em branco não fosse pela intervenção de Gushiken.

O secretário de Comunicação de Governo afirmou, segundo relato de outro ministro, que o presidente tinha intenção de promover mudanças no governo e que ele achava conveniente que todos os petistas entregassem seus cargos. Depois de ouvir Gushiken e Palocci, um dos ministros chegou a comentar que não acreditava que o homem responsável pela comunicação do governo fosse capaz de levar o governo a cometer um erro tão primário.

Outros ministros disseram que uma renúncia coletiva dos ministros do PT, no momento em que o governo trava uma batalha no Congresso para impedir a CPI dos Correios, provocaria ainda mais tumulto político e criaria um ambiente de grande insegurança entre os partidos aliados.

Os ministros petistas também fizeram uma avaliação do escândalo dos Correios. Alguns ministros, como o das Cidades, Olívio Dutra, e o da Pesca, José Fritsch, chegaram a dizer que talvez fosse o caso de apoiar a instalação da CPI. Mas em seguida Genoino pediu a palavra para informar aos ministros que o assunto não estava em debate e que já havia uma deliberação do presidente Lula de que o governo trabalharia para inviabilizar a CPI. Um ministro contou que a tática do governo será carimbar na opinião pública que a CPI é uma proposta da oposição, com o objetivo de desestabilizar o governo Lula.

Genoino reafirmou que o governo e o PT vão se empenhar para impedir o funcionamento da CPI. E que somente no caso de derrota, nesta primeira batalha, é que se pensará na hipótese de ter de enfrentar a CPI.

Fonte: O Globo

Um comentário:

Anônimo disse...

O Lula está se saindo um cagão mesmo. Que papelão, hein ? Não tem coragem de "demitir" integrantes da sua equipe e deixa no ar que eles deveriam entregar seus cargos, pra transição não ficar tão mal pra ele.
Quem nós elegemos ?
Lula é um perigo para o Brasil.