segunda-feira, 2 de maio de 2005

MINEIRA ENFEITIÇADA

Altino,

Sabe por que eu não posso ficar lendo sobre o Acre, escrevendo para você ou relendo o meu trabalho de mestrado?


Bem, vou tentar explicar: se antigamente os pais ficavam muito preocupados com as paixões que os rapazes poderiam despertar em suas filhas, podendo virar-lhes a cabeça, não lhes foi avisado que as paixões se transformaram, mas as ameaças continuam as mesmas.


A paixão que sinto por essa terra acreana é uma “coisa de pele”, mal explicada, mas sentida intensamente. Minha história com o Acre assemelha-se a um romance de José de Alencar.

O Acre selvagem deslumbra, seduz, toca a alma da “menina urbana”. Essa é uma paixão tão arrebatadora que sinto medo das loucuras que sou capaz por ele.

Por isso me escondo, pois quanto mais descubro, mais me fascino pelos encantos do Acre. Ah, se eu voltar aí, acho que não volto mais para lugar nenhum.

E como tenho planos de retornar às terras gélidas do Norte, fico a espreitar o Acre pelo buraco da fechadura ou pela fresta da janela, mas não mais nos permitindo um contato íntimo, até que a distância física e financeira nos imponha obstáculos suficientemente grandes.

Sei dos perigos dessa paixão, Altino. O que sinto pelo Acre é uma loucura, um amor violento que se assemelha ao amor entre homem e mulher, mas que ultrapassa os corpos e transcende o real. Nunca senti isso por nada nem por ninguém, mas o Acre me roubou a “inocência”.

Será que você entendeu agora o porquê que, mesmo sendo sua fã e adorando o seu jeito de escrever, não tenho freqüentado assiduamente seu blog? Mas não é culpa sua, meu amigo, que você está sendo veículo das mensagens sedutoras do Acre. O Acre encanta a todos. Não há como fugir desse feitiço.

Vou aparecer mais freqüentemente, se você prometer me proteger do Acre!

Beijos com carinho!

Carolina Lopes Araújo

3 comentários:

Aleta disse...

Li, sorri e chorei de emoção ao ler palavras tão lindas para uma terra tão amável!

ALTINO MACHADO disse...

Carol, não dava pra evitar a travessura, né? Centenas de pessoas já leram a sua confissão. Tenho certeza que a maioria se emociona e cala. Beijo!

Anônimo disse...

Carol

Que paixão hein, menina?
Adorei! Nunca estive no Acre, e mesmo sabendo das dificuldades que você enfrentou, vindo das terras geladas, você se apaixonou... Dá até pra sentir o cheiro até da terra molhada. Parabéns!
Beijos, Te