sexta-feira, 28 de janeiro de 2005

COISAS DA VIDA

O Canal 2, da França, está produzindo um programa de uma hora e meia de duração sobre o Brasil, sendo que 15 minutos serão dedicados ao Acre.

A equipe francesa, comandada pelo jornalista Jean-Jacques Sévilla, desembarca em Rio Branco, após o Carnaval, para entrevistar o governador Jorge Viana, conhecer as experiências de manejo sustentado de madeira na Reserva Extrativista Chico Mendes, em Xapuri, e para entrevistar, na aldeia ashaninka, o secretário de Assuntos Indígenas, Francisco Pinhanta.

Conhecí Jean-Jacques Sévilla em março de 1998, em Boa Vista, quando eu era repórter da Folha de S. Paulo e dei um furo (notícia dada em primeira mão num jornal) internacional com uma reportagem sobre o megaincêndio que devastou florestas e savanas de Roraima.

Ele teve a humildade de me procurar durante a cobertura na cidade para fazer a confissão de que usara meu texto como base para a reportagem que enviara sobre o megaincêndio na condição de correspondente do Le Monde no Brasil.

- Altino, por causa da sua reportagem consegui pela primeira vez que o Brasil fosse manchete num jornal francês.

Sévilla trabalhou 10 anos no Brasil como correspondente do Figaro e mais sete anos como correspondente do Le Monde. Sua última passagem pelo Acre ocorreu em 2003, quando nos esbaldamos comendo pirarucu com baião-de-dois e o entrevistei para o Página 20.

Pena que a entrevista não esteja mais disponível no arquivo de edições anteriores da versão on-line do jornal.

Aliás, quem quiser pode conferir que, de modo deliberado ou não, restou pouca coisa do curto período no qual trabalhei como editor-assistente – de janeiro a outubro de 2003, sobretudo nos últimos três meses, quando a direção do jornal finalmente decidiu dispensar meus préstimos.

E assim, de modo velado, se evita que alguém tenha acesso na web a alguma opinião ou reportagem julgada incômoda. Estou cada dia mais convencido de que daqui a algum tempo terei muita coisa impublicável para contar.

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