O Diário do Pará destacou na edição de sábado a agressão praticada pelo diretor-editor-corporativo do jornal O Liberal, Ronaldo Maiorana, contra o jornalista Lúcio Flávio Pinto (foto), que foi espancado e ameçado de morte dentro de um restaurante em Belem (PA).
EU ESTAVA LÁ E VI
Úrsula Vidal
De outro, Ronaldo Maiorana, 36 anos, diretor-editor-corporativo do jornal O Liberal, pai de 2 filhos, não tão preocupado assim com as contas do final do mês, cheio de compromissos, ansiedades, decepções, projetos e que segue sua vida fazendo a única coisa que aprendeu a fazer: ganhar dinheiro.
Na minha humilde compreensão dos direitos da pessoa humana, ambos se sustentam manipulando peças importantes da engrenagem social: o poder do dinheiro e o poder da palavra. O que dá ao dono do dinheiro o direito de ameaçar de morte e agredir fisicamente o dono da palavra? Ronaldo, um homem jovem, boa praça, trabalhador, teria se deixado levar pela ilusão de que o poder pode alargar seus limites como cidadão?
Se a acidez das palavras de Lúcio provoca queimação no estômago de quem quer que seja, a justiça está aí para julgar a possível leviandade de cada acusação. Prefeitos, governadores, parlamentares, secretários de Governo estão todos sujeitos à crítica e até a acusações feitas pela imprensa, pois tomam decisões importantes que afetam a vida da comunidade. Assim como quem detém o poder da comunicação, da geração de empregos, das articulações políticas.
Sabemos que a família Maiorana é grande, que todos têm uma função no grupo, que os irmãos trabalham e que o resto da família deve ter desaprovado a atitude violenta de Ronaldo. Mas se a família não o fez, é bom lembrar que o tom mais sombrio do episódio foi dado pela covardia. Ronaldo partiu para cima de Lúcio com a certeza de que nada lhe aconteceria fisicamente, já que um gigantesco segurança cuidava da retaguarda do patrão.
O Lúcio saiu ferido e o respeito à liberdade de imprensa, despedaçado.
COICE VERGONHOSO!
Walter Rodrigues
A agressão covarde e criminosa ao jornalista Lúcio Flávio Pinto exige reflexão e providências coletivas. É preciso denunciar, pressionar, exigir, em nome da própria decência dos paraenses, para que essa patifaria não fique impune, nem se torne daqui por diante a nova “mídia” das Organizações Romulo Maiorana.
Os paraenses precisam saber que violência e covardia existem em toda parte, mas que este episódio apresenta características raras, talvez inéditas, em qualquer época da história. Onde é que se ouviu falar que o diretor executivo de uma corporação midiática, auxiliado por capangas armados, escoiceou e jurou de morte um jornalista independente, ainda por cima à luz do dia? Como admitir como “normal” que referidos sicários sejam soldados da Polícia Militar, contratados para fornecer “segurança” a quem precisa é de internação? Como não sentir repugnância ante o silêncio inominável das autoridades?
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