terça-feira, 30 de novembro de 2004

GEOGLIFOS DA AMAZÔNIA



O pesquisador Alceu Ranzi (foto) lançou hoje, no Museu da Borracha, em Rio Branco, o livro Geoglifos da Amazônia (Perspectiva Aérea), que traz uma seleção de belas imagens captadas pelo fotógrafo Edison Caetano sobre uma série de símbolos ou formas geométricas, denominados geoglifos, desenhados no solo e encontrados no Acre.

Além de despertar o interesse de cientistas, o assunto já mereceu reportagens nas revistas IstoÉ e Outraspalavras, no Fantástico e artigo do jornalista Elson Martins.

Ranzi, em nota introdutória do livro, afirma que o legado arqueológico, parte integrante da realidade cultural e ambiental do Acre, faz da Amazônia o ponto de partida para novos estudos sobre a temática.

Ranzi é doutor em Wildlife Ecology pela Universidade da Flórida, professor associado no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Santa Catarina e no Programa de Mestrado em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais da Universidade Federal do Acre.

Ele acredita que a responsabilidade na gestão desse admirável legado do Acre contribuirá para o estabelecimento de novos paradigmas científicos e o aperfeiçoamento sobre os conceitos da presença humana na Amazônia.

“Pode, ainda, trazer significativas alterações no panorama da pré-história, da arqueologia e da antropologia no Brasil”, assinala Ranzi.

O professor tem alertado que o Acre pode desenvolver turismo com o seu conjunto de geoglifos. “No Peru, a cidade de Nazca, em razão dos geoglifos, é um importante centro turístico. Nazca é anunciada como atração peruana pelas agências de viagem aos turistas do mundo todo”.

Ranzi define geoglifo como um vestígio arqueológico representado por desenhos de grandes dimenões, elaborado sobre o solo. Um geoglifo só pode ser totalmente observado se visto do alto, em especial, através de sobrevôo.

Existem várias maneiras de se compor um geoglifo. As duas formais mais comuns são o uso de pedras para a formação de figuras ou a confecção de cortes sobre a superfície terrestre.

Para a composição dos Geoglifos da Amazônia, a técnica utilizada foi denominada “extrativa”, em que cortes são escavados, e a terra extraída é, cuidadosamente, depositada ao lado do sulco, formando figuras em alto e baixo relevo.

Rodrigo Aguiar, doutor em antropologia pela Universidade de Salamanca, autor dos livros Arte Indígena e Pré-Histórica no Litoral de Santa Catarina e Manuel de Arqueologia Rupestre, compartilha com Alceu Ranzi a autoria de Geoglifos da Amazônia.

A Fundação Elias Mansour, do Governo do Acre, financiou o pagamento do avião para sobrevôos e o trabalho do fotógrafo Edison Caetano. As Faculdades Energia, de Santa Catarina, pagaram a edição do livro, que pode ser obtido com Rodrigo Aguiar.

Nenhum comentário: