segunda-feira, 29 de novembro de 2004

DOM MOACYR GRECHI

O arcebispo de Porto Velho (RO) dom Moacyr Grechi foi vítima de novo acidente na manhã desta segunda-feira, por volta das 9 horas, na BR-364, nas proximidades da sede da AABB, sentido Cuiabá.

Por causa de uma forte chuva, parte da pista ficou inundada, fazendo com que a caminhonete L-200 ocupada pelo arcebispo derrapasse, saísse da pista e capotasse em seguida.


As primeiras versões sobre o acidente dão conta que Moacyr Grechi teria sofrido ferimentos na altura da coluna, pescoço, cabeça e perna esquerda, além de escoriações pelo corpo, mas não chegou a desmaiar, sendo levado consciente para o hospital.


Há três anos, Grechi foi vítima de outro grave acidente. Leia o depoimento que deu sobre aquele acidente à redação do site Ora et Labora:


“No dia 28 do mês de julho de 2001 eu fui vítima de um grave acidente automobilístico. O que aconteceu então eu não lembro nada ou pouquíssima coisa. O que eu sinto agora, o que vou tentar transmitir, é fruto da tomada de consciência mais ou menos quinze dias depois, já na UTI.


Eu senti uma necessidade muito grande, profunda, de agradecer a Deus. O choro vinha-me fácil. Percebi, acima de tudo, a presença de Jesus Cristo como a de um irmão – naquela linha de São Francisco: irmão bom, amável, acima de tudo admirável, desejável.


Eu senti assim o Cristo que não só me conservou a vida mas, o Cristo que me perdoava, perdoa e acolhe. Era uma experiência que eu não podia evocar sem chorar.


Juntamente com essa experiência da minha aceitação, isto é, da aceitação de Cristo à minha pessoa, eu era também levado, quase que instantaneamente, a ver os outros, a não excluir ninguém. Nesse sentido, lembrei a frase de São Paulo aos Coríntios que diz assim: Eu não posso prejudicar “o irmão por quem Cristo morreu” (1Cor8,11). Essa frase, “por quem Cristo morreu” brotou em mim, lá no fundo da alma. Todos, todos, todos sem exceção. Todos são irmãos por quem Cristo morreu.


Essa experiência aumentou ainda mais em mim a certeza de que não posso esbanjar o meu tempo. Se eu recuperar a saúde, quero gastar o meu tempo para a única coisa válida: Amar o irmão, qualquer um que seja, por quem Cristo deu a vida. Lembro aquela frase da carta aos Hebreus: “Ele não se envergonhou de me chamar de irmão”. Como é que eu vou ter a ousadia de excluir alguém, um homem, uma mulher, um irmão por quem Cristo deu a vida.


A outra experiência que eu fui percebendo pouco a pouco, que me levava também ao choro, um choro de gratidão, de admiração, quase surpresa, é a SOLIDARIEDADE. Meus irmãos, a solidariedade dos pequeninos, dos grandes, dos médios; não havia pessoa nem família, perto ou longe, que de alguma maneira não me fizesse chegara a sua solidariedade, a sua oração, as suas palavras de elogia – muitas vezes imerecidas.


Recebi também a solidariedade de membros de outras Igrejas irmãs. Lembro aqui o pastor Roberto (da Universidade Luterana de São Leopoldo, RS) que me mandou um livrinho com uma breve dedicatória: “ficarei rezando diante de Cristo por tua saúde”. A solidariedade sentida, vivida e afetuosa dos irmãos bispos, padres, religiosas e de muitos agentes de pastoral.


Esse episódio fez-me refletir mais intensamente sobre o Reino do céu. Pensei comigo: eu exercer o meu ministério, e o exerço, com muitos limites, muita mediocridade, e encontrei tanto amor. Quando o limite, de toda a mancha, será a plenitude desse Reino.


Essa foi a minha experiência. Eu continuo agradecendo a Deus estas duas coisas: a certeza, a experiência profunda, de que Cristo meu irmão me acolhe e perdoa, e de que cada homem e cada mulher é um irmão e uma irmã amados por quem Cristo morreu".

2 comentários:

Unknown disse...

O conheço desde a minha vozinha querida que o amava muito. Aprendia a ama-lo com ela e mais ainda quando o conheci. Forte abraço em Cristo.

Clébio Billiany de Mattos e Família.

Anônimo disse...

que comédia esse cara ae de cima!!! ... vovózinha é apelativo demais!