domingo, 24 de outubro de 2004

ELES SE MERECEM

Fracassou a assembléia convocada pela diretoria do Sindicato dos Jornalistas do Acre (Sinjac), realizada a partir das 19 horas da noite de sábado, cuja pauta era a liberdade de imprensa no Estado.

Além do presidente do Sinjac, compareceram onze jornalistas. Estudantes de jornalismo debandaram do ambiente ao perceberem a superficialidade da discussão.

Cheguei com atraso, meia hora antes do encerramento, quando ainda havia seis jornalistas e os deputados Tarcísio Pinheiro (PPS) e Luis Calixto (PDT), do bloco de oposição ao governo.

Os parlamentares, convidados pelo repórter Adeilson Campos, que se declara vítima permanente de censura, não puderam se manifestar porque se tratava de uma assembléia com pauta restrita à categoria.

Foi marcada nova assembléia, para o dia 6 de novembro, para a qual será convidado o jornalista Aníbal Diniz, secretário de comunicação do governo estadual. Ele será posto no quadrado para responder às queixas do reportariado de que exerce censura diariamente.

Censura sempre existiu no Acre, em todos os governos. Mas se submete à censura quem é incompetente para apurar os fatos, não preserva princípios éticos e faz do meio usina de fofoca.

Essa polêmica emerge agora, após as eleições municipais, fomentada pelos jornalistas que ajudaram a fabricar o efêmero mito Márcio Bittar, candidato derrotado do PPS à prefeitura de Rio Branco.

O argumento dos tais jornalistas é tosco e pueril: como os censores do PT já governam o Estado e conquistaram a prefeitura da capital, não existe mais quem a imprensa possa criticar. Só mesmo dando uma risada como aquela do Astronauta de Mármore: Rs... rs... rs...

Eu poderia escrever livros sobre essa mixórdia, mas o meu resumo da ópera-bufa é o seguinte: no Acre, governo e imprensa se merecem.

P.S.: Caso o Aníbal Diniz se disponha a pagar o mico na próxima assembléia, prometo a vocês detalhes do diálogo do censor com os censurados.

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