domingo, 18 de novembro de 2012

PROTESTO NA FAVELINHA

POR GERSON ALBUQUERQUE 



Estava saindo de casa para visitar minha mãe e não tive como passar num dos trechos da Rua Joaquim Macedo, pois as famílias da área conhecida como Favelinha, no bairro São Francisco II, estão em pé de guerra contra o descaso do governo e da prefeitura e interditaram a rua.

A intenção do protesto é chamar a atenção das autoridades para o grave problema dos desabamentos de casas, colocando em risco as vidas das famílias que residem na área.

De acordo com os moradores, a situação não é nova e o governo estadual, há cinco anos, passou pelo local cadastrando as famílias para que fossem contempladas com moradias em outros locais, mas, até agora, nada.

Pelo que pude observar, a abertura e pavimentação de ruas nas proximidades da Favelinha deve ter contribuído para os deslizamentos de terras no local, especialmente, com o aumento das chuvas que caem sobre Rio Branco.


Creio que vale a pena você publicar alguma das fotografias e o vídeo que fiz com depoimentos de duas moradoras, posto que as mesmas fazem uma clara explicação sobre o que está acontecendo e os objetivos dos protestos.

Pelo visto, a retórica do "melhor lugar para se viver" e do "desenvolvimento com sustentabilidade" continua servindo como cortina de fumaça para ocultar a situação em que vivem milhares de famílias no Estado do Acre.

É tudo muito lamentável e creio que é nossa obrigação juntar nossas vozes às vozes das famílias que residem na Favelinha, para que o poder público se mobilize e faça alguma coisa antes que algo mais grave aconteça.

Gerson Rodrigues de Albuquerque é professor associado do Centro de Educação, Letras e Artes da Universidade Federal do Acre 


Atualização às 19h20

O presidente do Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento, Gildo César, leu o relato e prometeu:

- Vou pessoalmente ver a situação na segunda-feira.

Um comentário:

joaomaci disse...

Favelinha em Rio Branco, Olegário França em Brasiléia, Vitória em Sena Madureira, Pantanal em Xapuri, Lagoa em Cruzeiro do Sul e sabe lá quais os outros em Tarauacá ou Plácido de Castro. Nestes bairros, uma reivindicação social que vem a público, revela outras tantas demandas necessárias à dignidade humana e que programas eleitoreiros como “ruas ou cidade do povo” jamais darão respostas... a não ser para aqueles que recebem os milionários contratos do concreto armado. O Acre como “melhor lugar pra se viver” só existe nas fantasias dos que posam sorrindo ao lado de ovelhas e abraçado com peixes... é uma fábula!