sexta-feira, 20 de agosto de 2010

VIAGEM NO SUBMUNDO DO ACRE

"Prisão não educa, nem socializa ninguém, seja preso provisório ou condenado"

A maioria de nós nasce, cresce e morre com a ilusão de que conhece plenamente o Acre. Quem lê o relatório final do Mutirão Carcerário do Acre, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no período 8 de junho a 9 de julho, se desfaz dessa ilusão em relação ao Estado que detém a maior taxa de encarceramento do País.

Ao contrário do que tem sido apregoado no Acre, não é boa a situação dos presídios. O relatório do CNJ apela aos órgãos que compõem o sistema criminal acreano a necessidade de que se mantenha o pulso firme, porém percebendo que o Estado-Juiz deve combater não o criminoso e sim o crime.

Sugere que os réus não sejam vistos apenas como algozes de suas vítimas, mas também como vítimas de situações que, muitas vezes, sequer serão postas nos autos.

- Com tal olhar, certamente será muito mais incômodo ver um cidadão preso por prazo superior ao necessário, ainda que este prazo seja inferior ao que diz a Lei, até porque já é consenso mundial que a prisão não educa, nem socializa ninguém, seja preso provisório ou condenado. A tarefa não é fácil, empreende muito esforço, conscientização e interiorização de valores que nem sempre são de pouca abrangência, mas certamente será cumprida, muito em breve - acrescenta a juíza Selma Rosane Santos Arruda, que coordenou o Mutirão Carcerário do Acre.

Desça ao submundo do Acre a partir do documento digitalizado em 95 laudas, que contém fotos e anexos que podem ser visualizados com recurso hiperlink durante a leitura do texto. O relatório foi divulgado na íntegra pelo portal do Tribunal de Justiça do Acre, numa demonstração de trasnparência. Clique aqui.

Um comentário:

Katiana Assunção disse...

Vendo esses sorrisos e esses olhares, concordo plenamente com as palavras do meu professor de Processo Penal.

Essas pessoas merecem atenção especial, tiveram motivações para o que cometeram e deviam ser bem tratados sim.

Estou surpresa... 'maior taxa de encarceramento do país'.