quarta-feira, 21 de julho de 2010

SAMBA DO CABOCLO DOIDO

Luciano Martins Costa

Reportagem no Estado de S.Paulo indica que as grandes redes de supermercados estão transformando suas lojas em instalações ecologicamente corretas e investem na educação ambiental dos consumidores.

Além de utilizar sistemas de economia de energia, captação e reaproveitamento de água da chuva, os supermercados aumentam a oferta de produtos orgânicos com certificação socioambiental e oferecem espaços adequados para os clientes descartarem lixo reciclável, óleo de cozinha usado, pilhas, baterias e telefones celulares antigos.

Em muitos casos, as lojas são planejadas ou adaptadas para utilizar ao máximo a luz solar, o ar condicionado gasta menos energia e os carrinhos de metal começam a ser substituidos por outros feitos com garrafas PET recicladas.

Na mesma página do Estadão e em outros jornais, como a Folha de S.Paulo, registra-se o fato de que alguns dos maiores frigoríficos do País anunciam ter deixado de comprar gado de centenas de fazendas localizadas em terras indígenas e unidades de conservação ou perto de áreas recém-desmatadas da Amazônia.

Além disso, outras 1.787 propriedades estão sendo investigadas e também poderão ser excluidas da lista de fornecedores de carne bovina.

As duas notícias se juntam ao relatório preliminar sobre o desmatamento na Amazônia, que registra, ainda que com dados parciais, uma queda de 47% no ritmo de derrubada de árvores.

Essas reportagens andam na contramão de outras notícias, como a recepção calorosa feita à senadora Kátia Abreu, líder dos ruralistas, pelos líderes petistas do Acre, a terra de Chico Mendes.

Saiu em primeira mão no Blog da Amazônia, assinado pelo jornalista Altino Machado, e foi reproduzido pela edição online da Folha de S.Paulo: Kátia Abreu foi recebida festivamente pelos criadores do conceito da “florestania”, a cidadania da floresta, elogiou a pecuária do Acre, a terra de Marina Silva, e ouviu louvores à proposta de desmanche do Código Florestal.

É um verdadeiro samba do caboclo doido.

Luciano Martins Costa escreve no Observatório da Imprensa.

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