sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

GRANDE HELENO

Assembléia Legislativa concede hoje o título de cidadão acreano a algumas pessoas. Lembrado pelo deputado Delorgem Campos, mas avesso a honrarias e solenidades, o baiano Heleno Araújo, quem mais conhece sobre tecnologia da informação no Estado, justifica-se:

- Preferí me desculpar e dizer que há 33 anos já sou acreano de fato, de direito e de coração. Além do mais, o Acre me proporcionou muito mais do que mereci nestas três décadas. Para mim, o reconhecimento dos amigos é muito mais gratificante do que um diploma. Até hoje me lembro de seu artigo (carinhoso para comigo), escrito a long time ago, quando, com o entusiasmo, ajuda e incentivo de amigos como você, integramos o Acre na aldeia global, a um custo e sacrifício quase insuportáveis para a época. Lembra-se? Você me comparou a Luiz Galvez, que sofreu e fez muito mais que pobres mortais como nós.

Eis a carta enviada por Heleno Araújo ao parlamentar:

"Caro Amigo Deputado Delorgem Campos,

Agradeço de coração seu interesse em prestar esta homenagem a minha pessoa. No entanto, há exatos 33 anos já sou acreano!!!. Diferente de Jesus, que viveu um calvário para nos salvar em sua existência aqui na terra há cerca de 2 mil anos atrás, estes 33 anos de Acre foram todos, sem exceção, de felicidade junto à minha família que trouxe da Bahia para cá, junto aos inúmeros amigos que conquistei aqui. Felizmente nenhum inimigo !!!.

Aqui, juntei-me numa espécie de simbiose à família do velho Barão, o Professor de História e Ex-Governador Geraldo Mesquita. Sempre que penso no Barão, me vem à mente o seu caráter, honestidade e outras virtudes tão escassas hoje no mundo. Meu pai Enedino, um artesão baiano, infelizmente já falecido, também com muitas virtudes, me deu 2 livros durante sua vida, não contando obviamente os escolares. Um foi a Bíblia Sagrada que dispensa comentários. O outro, foi um livro chamado Colunas do Caráter, publicado em 1957, pelo Dr. Siegfried Julio Schwantes, um PhD pela Johns Hopkins University e que era para mim, uma espécie de livro de cabeceira. Até hoje me pergunto onde o meu saudoso pai, morando no interior da Bahia, na década de 1950, teria encontrado este livro. Sem ter feito o primário completo, hoje, (antes tarde do que nunca !!!), reconheço que meu pai, além de um exímio artesão, era um sábio!.

As qualidades, como o caráter que herdei do meu saudoso pai, as virtudes de D.Loura, minha mãe, ao carinho, respeito e amor dos meus 2 irmãos Carlos Alberto e Genivaldo e minhas 5 irmãs Ana, Virgínia, Norma, Heliana e Heloísa, somadas às virtudes que absorví na convivência com a família do Prof. Geraldo Mesquita , moldaram minha vida aqui no Acre. Minha contribuição para esta terra e para o seu povo foi modesta. Foi mais uma consequência de um trabalho apaixonado, exercido com honradez e desprovido de ambições financeiras, que desenvolví ao longo de minha vida acreana. Por outro lado, o nosso Querido Acre me proporcionou muito mais do que fiz por esta terra e pelos nossos irmão acreanos e muito mais do que mereço.

Tenha a certeza Caro Delorgem, que só pelo fato de você ter se lembrado de minha pessoa e do pouco que fiz por esta terra, já me considero HOMENAGEADO!

Já sou Acreano assim como minha esposa Maria Adízia, filha do Prof. Geraldo Mesquita e irmã do Senador da República Geraldo Gurgel de Mesquita Jr, e meu filho Gabriel de 17 anos, nascido na Maternidade Bárbara Eliodora.

Avesso à solenidades e honrarias, prefiro o reconhecimento dos amigos como você , do que um diploma compartilhado com outros homenageados com esta honraria. Não se sinta desprestigiado com esta minha recusa em participar desta solenidade, pelo contrário, tenha a certeza que o reconhecimento de amigos e pessoas honradas como você, me dignifica muito mais do que um título que vem sendo concedido(não por você) quase que de forma banal a alguns merecedores e outros nem tanto!!! Seu reconhecimento portanto, reforça meu amor, minha alegria e minha felicidade em ser um ACREANO, de fato, de direito e de coração!!!.

Um grande abraço,

Heleno Araújo"

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