domingo, 16 de novembro de 2008

CRIME NA FAZENDA PARANÁ

Filho do fazendeiro Darli Alves da Silva é suspeito
de matar a mulher do pai com um tiro de espingarda


Francisca Vanderlei Martins, 38, mulher do fazendeiro Darly Alves da Silva, 74, foi assassinada nesta manhã com um tiro de espingarda, na nuca, enquanto repousava numa rede na varanda da casa, na fazenda Paraná, na BR-317, a 25 Km de Xapuri. José Góes Neto da Silva, 18, filho de Darly, é o principal suspeito do crime.

Em 1990, Darly Alves da Silva foi condenado a 19 anos de prisão por ter mandado Darci Alves Pereira, filho dele, assassinar com um tiro de espingarda o líder sindical e ecologista Chico Mendes, na noite de 22 de dezembro de 1988, em Xapuri.

Agora a tragédia interrompeu a aparente tranquilidade da prisão domiciliar que o fazendeiro cumpre por causa de uma decisão da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre. Baseados em laudo da Junta Médica Oficial do Estado, os advogados do fazendeiro conseguiram convencer os desembargadores que Darly sofre graves problemas de saúde - úlcera, visão deficiente, problemas pulmonares e intestinais.


Francisca Martins vivia com o fazendeiro há quatro anos. Ela foi assassinada por volta das 11 horas da manhã. O filho de Darly que é suspeito de ter atirado na mulher do pai morava no Pará e retornou ao Acre há pouco mais de um mês.


- Ele não tinha nenhum motivo para fazer o que fez - afirmou o fazendeiro aos policiais, quando comunicou o crime e pediu proteção na delegacia de Xapuri.

Darly contou que dormia em casa e que a mulher estava deitada na rede da varanda quando ouviu o tiro. Ele a encontrou agonizando com o tiro na nuca.

- Quando vi que ela estava realmente morta, fui até o quarto onde estava o meu filho. Ele não estava mais lá, nem a espingarda que havia no quarto. A arma era dele e por isso suspeito que seja ele quem matou minha mulher - acrescentou Darly aos policiais.

O fazendeiro tem uma extensa ficha de crimes comuns e hediondos. Em tese, ainda tem a cumprir uma pena de 12 anos, oito meses e quatro dias, isto é, até fevereiro de 2021. É provável que não voltará a se apresentar à Justiça durante a noite de Natal, conforme está estipulado. Os advogados dele trabalham para assegurar novos benefícios.

Logo após o assassinato de Chico Mendes, o país tomou conhecimento que Darly era casado com quatro mulheres. Todas moravam em casas separadas dentro da fazenda Paraná. Uma delas supostamente cometeu suicídio ao enforcar-se na sede da fazenda, antes que prestasse depoimento ao delegado que investigava o caso.

O corpo da mulher mais recente do fazendeiro permanece em Xapuri. Está à espera de uma equipe que o levará para o Instituto Médico Legal, em Rio Branco. Darly Alves está na delegacia de Xapuri acompanhado do filho Oloci. Ambos serão ouvidos pelo delegado Mardilson Vitorino, possivelmente na manhã desta segunda-feira.

No final da tarde, José Góes Neto da Silva, que é acusado pelo pai dele de ter matado a mulher, foi preso em Rio Branco. Ele também já está na delegacia de Xapuri à disposição do delegado.

As emissoras de TV e os quatro jornais de Rio Branco City estão gozando férias desde sábado, data da Proclamação da República. Todos deram uma esticadinha no feriadão porque hoje faz 105 da assinatura do Tratado de Petrópolis. A imprensa acreana é custeada com dinheiro do contribuinte. Os jornais -a tiragem de um deles não chega a 300 exemplares- sobram nas bancas. Com o pagamento das edições assegurado pelo governo estadual, os proprietários faturam mais quando deixam de circular. Como as equipes voltam a trabalhar a partir de amanhã, os jornais só voltarão a circular a partir de quara-feira. Enquanto isso, ninguém sente falta deles. Assim como talvez não sentisse caso a Universidade Federal do Acre deixasse de existir. Ou este blog.

5 comentários:

Silvana disse...

Notícia trsite.
Não deixa de ser uma tragédia.
Infelizmente, o primeiro pensamento que me veio à mente ao ler a notícia, sem julgamento nennhum:
"Árvore boa produz bons frutos".

Anônimo disse...

Realmente ninguém sente falta desses períodicos.Você que é um profundo conhecedor dos esquemas da comunicação sabe que não faz falta mesmo esses jornais. Os colunáveis com esse feriadão rechearão as colunas sociais com suas festas regadas a muita carne e cervejas.

Anônimo disse...

Altino,
A culpa não é dos donos-malandros dos jornais e sim do governo que os paga exatamente para isso: para terem todas as folgas possíveis e não divulgarem nada.
Se eles precisassem trabalhar para bancar os custos nós tínhamos jornais até às segudas-feiras.
Em todo caso, até quarta estaremos ivres da bajulação que eles fazem ao governo.
Meus pesames á familia da senhora que foi assassinada barbaramente.

Anônimo disse...

Se você gazetar, vou sentir muito à falta deste blog.

Unknown disse...

Hum! a sua falta eu sentirei...pode apostar...talvez do blog nem tanto...