quinta-feira, 5 de junho de 2008

PERU AGORA VÊ "ÍNDIOS INVISÍVEIS"

Fiona Watson

Altino, agradeço por ter publicado a minha manifestação no seu blog. Concordo que compartimos das mesmas preocupações.

Devido aos esforços de todos nós, tanto no Brasil quanto no Peru e aqui, no exterior, parece que o governo peruano está começando a reagir à pressão.

Nossos contatos no Peru dizem que o assunto lá é grande e que muitos dos meios de comunicação estão falando da questão dos grupos de índios isolodos e do desmatamento ilegal na região da fronteira Brasil-Peru.

Uma reportagem da Associated Press cita o Chefe do Departamento de Assuntos Indígenas do governo peruano explicando que vão mandar uma commissão para a fronteira para investigar a situação dos isolados. Ele disse também que ele (o governo peruano) não pode negar o desmatamento ilegal na na fronteira do lado peruano.

O assunto também está na Reuters TV. Pode ver, ainda, no site oficial, o Governo do Peru falando de modo geral sobre esta commissão que pretende mandar para a área junto com um mapa de região.

A próxima vez que for ao Acre será muito bom conversar com você, se for possível.

Fiona Watson é coordenadora de campanhas da Survival International.

Um comentário:

Unknown disse...

Pessoalmente, como um observador distante e sem maior conhecimento de causa, a formação e o envio de uma comissão para a região pelo governo peruano é motivo de preocupação. Minha apreensão é decorrência de uma visão de que essa gente está melhor mesmo onde está, sem presença de protetores para vestir seus corpos e desnudarem seus espíritos. O pouco da história do trabalho do Meireles que veslumbro pelas frestas nas notícias nos jornais, em seus escritos, entrevistas e sinais de "brigas" com a burocracia, me diz que ele pensaria assim.

Essa gente, podemos afirmar, são sabreviventes, talvez, os últimos sobreviventes, em todo o planeta, depois de todas as insanidades praticadas em nome do progresso.

Melhor mesmo, seria parar com essa história de comissão e sua viagem a região. Talvez, antes disso, os governos brasileiro e peruano deveriam conversar, de preferência que conversem sobre o processo de desflorestação. Que busquem caminhos para parar a desflorestação. Em conseguindo pará-la, depois, falem sobre os Invisíveis. Conversem sobre o resto do século, preferencialmente, ou um pouco mais, antes de chegar a região.