Narciso Mendes
Flaviano Melo, Márcio Bittar, Tião Bocalon e N. Lima, só para ficar com este quarteto, foram os principais incentivadores do rompimento do cabeçudo deputado Sérgio Petecão (PMN) com a Frente Popular. Uns inteligentemente, outros malandramente, acabaram assistindo aquilo que na atividade política já virou uma rotina, qual seja: a criatura voltar-se contra o criador.
Fosse um trabalho feito com o propósito de arrancá-lo da FPA e trazê-lo para engrossar as fileiras da oposição, aí sim, teria sido um golpe de mestre. Acontece que, após ver quebradas todas as pontes através das quais poderia retornar ao antigo convívio, Petecão se viu envolvido numa verdadeira esparrela, qual seja, nenhum dos quatros acima citados estão mais admitindo apoiá-lo enquanto candidato a prefeito de Rio Branco.
Apesar de, volumetricamente, ser possuidor de uma avantajada cabeça, faltou cabeça, no que diz respeito ao quesito inteligência, porquanto Petecão não avaliou as consequências de sua precipitada decisão, e mais que isto, por não ter avaliado que poderia está sendo utilizado numa manobra que logo mais se mostraria desastrosa para consigo mesmo.
Decerto, Petecão correu todos os riscos na esperança de se tornar o candidato único das oposições a prefeito de Rio Branco. Diga-se de passagem, eram essas as promessas que lhes foram feitas, entretanto, após vê-se completamente rompido com a FPA, aqueles mesmos que o incentivara a largar a nau governista foram os primeiros a conspirar contra sua candidatura. Unidas já seriam remotíssimas as possibilidades de derrotar o prefeito Raimundo Angelim; desunidas, jamais.
Enquanto oposição propriamente dita, as oposições do Acre bem parecem um bando de doidivanas, onde cada bando cuida de seus próprios interesses e faz aquilo que lhe for mais conveniente. O próprio Flaviano Melo, beneficiário que foi em 2000, quando disputou a prefeitura de Rio Branco, bem sabe avaliar o quanto lhe foi importante ter encontrado um MDA devidamente organizado para lhe dar sustentação eleitoral e política. De igual modo, Márcio Bittar sentiu na pele o quanto foi difícil ser candidato apoiado por uma avacalhada coligação.
Petecão tem toda razão em parafrasear o então presidente Fernando Collor quando seu impeachment ia se avizinhando: “Não me deixem só”. Moral da história: “Quando a cabeça não pensa, o corpo, ou melhor, neste caso, a candidatura é quem padece”.
◙ O empresário Narciso Mendes, dono da TV e do jornal Rio Branco, escreve neste blog às quartas-feiras.
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