terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

ATÉ O FIM DAS ÁGUAS

Jayme Jaccoud


Altino.

Peço desculpar-me por tomar seu precioso tempo com coisas que só me dizem respeito.

Sou um leitor freqüente do seu blog e, com isso, vou tornando-me conhecedor das coisas do Acre, que sempre me despertaram curiosidade. A não ser o recente fato de descobrir aí, a três fusos horários de distância, a existência de parentes, nada me ligava a essa região, a não ser uma tremenda curiosidade.

Desde a minha infância, e lá se vão tantos anos, sempre fui curioso e com grande vontade de conhecer a região amazônica e norte do Mato Grosso, pelo fato de ver nos mapas do Brasil de então, aquela porção de rios que apareciam com trechos de seus inícios representados por pontilhados por terem seus inícios desconhecidos. Isto não é do seu tempo.

Fui um menino frustado por não poder ter sido escoteiro. Não havia escotismo em Nova Friburgo. Meu pai comprou um sítio afastado da cidade só para eu poder armar acampamentos lá, o que, com irmãos e primos, o fazia em todas as folgas. Fui, em Nova Friburgo, amigo de uma neta do Marechal Rondon, cuja família costumava veranear na cidade, e admirava o seu fantástico trabalho.

Já conheço o Araguaia onde, por duas vezes, fui pescar. Já subi o Rio Amazonas até Manaus. Falta conhecer o Acre. Este ano, se a idade permitir, pretendo conhecer Rio Branco. Vamos aguardar o fim das águas.

Lí, no seu blog, a "Oração por Marina", de Antonio Alves. Felicito-o pela sua divulgação. Embora nunca tenha tido admiração pela política, não sou chegado ao PT.

Vejo a ministra com respeito pela sua simplicidade e pelas suas idéias contra a desertificação do país. Espero que ela consiga superar os seus pares que lutam para que ela fracasse.

Receba um abraço.

Jayme Jaccoud, que tem 86 anos, é descendente de suíços que fundaram Nova Friburgo (RJ). Escreve regularmente no jornal A Voz da Serra sobre a história da cidade.

2 comentários:

Saudades do Acre disse...

Caro Jayme, sou acreano, atualmente radicado em Olinda(PE), mas conheço bem sua Friburgo. Aliás, conheço bem o frio de sua Friburgo. Quando morava no Rio, rapaz ainda, na década de 70, transitei muito, a serviço, pela Teresópolis-Friburgo(era técnico de máquinas registradoras). Nos meses de junho, pela manhã ou à boca da noite, só me mantinha vivo graças a duas amigas inseparáveis: uma garrafa de conhaque Domecq e uma térmica com chocolate quente. Quanto a seu artigo na "Voz da Serra" comungamos da mesma opinião. Em relação ao comentário aqui no blog, não posso dizer o mesmo, pois embora não sendo político militante, simpatizo com o verdadeiro ideário petista, que felizmente ainda não morreu, pois sobrevive através de alguns baluartes como a Ministra Marina Silva, cuja ética, serena resistência e imensa coerência ainda mantém de pé o meu orgulho de ser brasileiro e amazônida. Grande abraço

disse...

Prezado Jayme,

Poderia suscribir toda sua emoçâo também.
Leio com o mesmo interesse este blog desde Barcelona, e Acre convirtese pouco a pouco em uma sorpresa constante.
O seu post é uma maravilha.