quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

O MARTÍRIO DE PAULINA

Médicos deixaram feto morto na
barriga de grávida de gêmeos



Familiares da auxiliar de dentista Paulina Casas Martins, 32, começaram a usar hoje camisetas com a imagem acima por causa da missa de sétimo dia que será celebrada para ela amanhã, a partir das 19 horas, na Catedral Nossa Senhora de Nazaré.

Durante o pré-natal, o médico que atendeu Paulina constatou que ela estava grávida de gêmeos. Ela sofreu sangramento, voltou ao consultório e o mesmo médico diagnosticou que um dos fetos estava morto.

- Mas ele tranquilizou minha irmã dizendo que o organismo dela iria absorver o feto, embora estivesse no quarto mês de gestação - conta um irmão da vítima, que pede para omitir o nome dele.

Paulina continuou com o feto morto até o nono mês, quando entrou em trabalho de parto. E nasceu o frágil Jorge, atualmente com oito meses, que já sofreu duas pneumonias e está hospitalizado.

- Após o parto, a barriga de minha irmã continuou grande. Ela perdeu apetite e peso e não tinha ânimo para nada. Um médico disse que o bebê certamente nasceu debilitado por ter ingerido substâncias da decomposição do outro feto - acrescenta o irmão de Paulina.

No dia 4 de novembro, Paulina voltou a ser internada e os médicos constataram que havia algo estranho dentro dela. Fizeram uma ultra-sonografia e disseram à família que tratava-se de um mioma.

- Minha irmã continuou sofrendo dores abdominais e os médicos decidiram realizar uma cirurgia no dia 14. Ela teve alta no dia 22, voltou a ser internada no dia 3 de dezembro e faleceu no dia 7. Estava podre por dentro e chegaram a tirar quatro litros de pus.

O drama da família por enquanto abrange cuidados com o pequeno Jorge, a dor no preparativo da missa e a incerteza quanto a quem recorrer para que as responsabilidades no caso sejam apuradas.

Sem plano de saúde, Paulina se valeu do plano de saúde de uma irmã para atendimento junto ao consultório do médico que diagnosticou a morte de um dos fetos e que teria garantido que a decomposição do mesmo seria absorvida pelo organismo da mãe.

- Minha filha sofreu demais e não cansava de relatar tudo o que aconteceu aos demais médicos que a atenderam. Ela disse a todos que esteve grávida de gêmeos e que um feto morto fora deixado na barriga dela. Depois da missa vou procurar a justiça - promete a mãe.

Encontrei o irmão, uma irmã e a mãe de Paulina numa malharia da cidade, quando foram imprimir a foto dela com a citação bíblica nas camisetas que serão distribuídas aos amigos durante a missa.

Espera-se providências da Secretaria de Saúde, do Ministério Público do Acre e do Conselho Regional de Medicina. Para que não prevaleça aquela máxima segundo a qual o melhor médico no Acre é o avião que transporta para outros estados os acreanos em busca de saúde.


4 comentários:

Saudades do Acre disse...

Falta de respeito à vida? Falta de competência? Falhas estruturais na Saúde Pública? Só Deus sabe. Infelizmente, em função sabe-se lá de que, salário talvez, a mãe do pequeno Jorge não teve a mesma sorte do grande Jorge. O pequeno Jorge, pelo visto ainda merece cuidados médicos. Quem sabe o grande Jorge não ajuda a melhorar a Saúde Pública prá aumentar as chances futuras do pequeno Jorge, hein grande Jorge?

ALTINO MACHADO disse...

O comentário a seguir foi enviado pela leitora Sheyla Sant'Anna, do Rio de Janeiro:

"Tranquilizar uma mãe, dizendo que o seu filho que está morto em sua barriga, sua decomposição, seria absorvido pelo corpo da mãe, enquanto o outro sobrevive com sacríficio por estar ingerindo escrementos dessa decomposição!!!

Como pode uma pessoa, neste caso é questionavel, faz uma faculdade de medicina durante anos, se especializa durante mais alguns anos para ficar "brincando" e matando a vida de seres humanos!!!

Cinco meses se passaram desde a morte de um, até o nascimento do pequeno Jorge, e a morte de sua mãe, por ter absorvido o corpo morto do filho que gerava em sua barriga, isso é que é ação de mãe, o contrário disso é a ação desse médico, isso se é que pode ser chamado de médico, nem um animal faria uma atrocidade dessa.

E a justiça fica aonde? Tem que ser acionado é a Justiça de Direitos Humanos, o Conselho Federal de Medicina e cassar o registro de uma pessoa dessa, será que vai continuar exercendo sua profissão???

Justiça dos homens tarde e falha, mas a justiça do Alto, do Divino, é perfeita, nunca tarda e nunca falha, cada cabeça uma sentença. Mas tenho a esperança de não ver mais o registro desse médico na Lista do Conselho Regional de Medicina. Porque a vida não volta atrás.

Sheyla Sant'Anna"

. disse...

Sheyla, fui pesquisar com alguns médicos entre eles meu pai, e me foi explicado que a reabsorção de feto mumificado pelo organismo é algo muito comum, mas como foi dito cada organismo é um organismo, não pode-se fazer um julgamento apenas ouvindo a parte da familia, temos que saber os procedimentos adotados pelo profissional e os procedimentos caseiros (infelizmente temos a cultura que somente os populares sabem e que os mécidos sao burros ou assassinos)... a respeito das providencias a serem tomadas pelo CREMACRE o mesmo necessita ser estimulado... Altino parabens pela responsabilidade em nao divulgar o nome do médico até que todos os procedimentos investigatorios sejam concluidos.

Rachel Moreira disse...

Não existem palavras que possam representar o que esse médico fez com essa jovem mulher, que infelizmente perdeu a vida por conta de um incompetênte e irresponsável "profissional"... Mas concordo com Sheyla: a justiça de Deus nunca falha! Que o CRM tome providências para que esse "médico" tenha sua licença caçada.