domingo, 18 de março de 2007

O POVO DA FLORESTA

Nas terras do antigo seringal Bagaço, onde nasceu a ministra do Meio Ambiente Marina Silva, e onde Dalgas Frish fez o primeiro registro sonoro do lendário canto do Uirapuru, o trabalhador Chico Abacate passa necessidades por defender a floresta


Um grupo de pessoas que conheceu a história de Chico Abacate neste blog (veja aqui), decidiu visitá-lo ontem e voltou perplexo com o abandono a que está relegado o homem que desenvolve uma relação de sobrevivência harmoniosa com a floresta.

A experiência dele se constitui num legado que vem sendo desprezado pelos ambientalistas e pelo governo estadual, que promete estar focado no desenvolvimento comunitário.


Eis trechos do relato do grupo que visitou Chico Abacate:

"Ele está passando necessidades. Para viver bem ele precisa apenas de orientação. Ontem fomos fazer uma visita ao nosso amigo Chico Abacate, na Estrada de Boca do Acre. Vive humildemente (para não dizer pobremente), cercado pela floresta em pé.

No nosso entendimento, o Chico Abacate necessita de orientação. Vejamos:

O Chico plantou 1.500 pés de pupunhas - amarela, vermelha graúda, vermelha miúda- e falta-lhe orientação para manejo - fruto e palmito - colheita e mercado. Os frutos de pupunha estão servindo para alimentar os animais na floresta. Jamais lhe passou pela cabeça manejar sua floresta de pupunha para extração do palmito. Os frutos e o palmito, poderiam servir para melhorar a vida dele e da afamília;

O Chico plantou 500 pés de jarina - "marfim vegetal"-, que está produzindo, mas não sabe quando colher, como colher, onde comercializar e nem sabe o valor de mercado. Existe mercado de jarina para a confecção de biojóias;

Na colônia do Chico Abacate, existem milhares de pés de paxiúba, cujos frutos são usados na confecção de biojóias, mas o Chico não sabe da possibilidade do mercado dos frutos do paxiubão;

Nas redondezas da colônia do Chico Abacate, ele é considerado um "maluco" pela razão de não ter transformado sua colônia em pasto. Seria dono de dezenas de cabeça de gado.

O Chico Abacate passa necesidades de sobreviência por ter mantido a floresta em seu pedaço de terra. A colônia dele está na beira do asfalto, com luz elétrica, poucos quilômetros adiante do Igarapé Bagaço, na BR 317.

A colônia poderia ser um exemplo da sustentabilidade da floresta.

Quem se habilita a orientar o Chico Abacate?"

9 comentários:

Anônimo disse...

Se a Marina Silva e seus técnicos não resolverem, ai só mesmo Deus na causa.Seu Chico é mais um Chico das causas perdidas!

Anônimo disse...

sai dessa vida seu Chico Abacate! vá vender abacatada na feira, se não quizer morrer de fome.Os homens que o senhor elegeu estão querendo mesmo é petróleo.

Anônimo disse...

Esqueçam! pois é, esqueçam onde a Marina nasceu.Esqueçam toda a lição do mestre

Anônimo disse...

Altino / ponha o Chico Abacate em contato com o núcleo da Embrapa, aí, em Rio Branco. Ele poderá ser orientado sobre aspectos técnicos de manejo. No caso da comercialização é mais enrolado porque ele dependerá de chegar ao mercado local - talvez a montagem de uma banca no Mercado Municipal poderia ser o ponto de partida. Talvez algum setor da Prefeitura poderá ajudá-lo.

abraço

Mário

Anônimo disse...

É fácil resolver isso...

Senhor(res) Abacate(s), faça o seguinte, derrube todos pé de pupunha que o senhor plantou extraia o palmito que der, aproveite as pupunhas que puder, as árvores que estiverem em pé, derrube todas e venda a madeira, o que sobrar de capoeira o(s) senhor(es) queime(m) e depois plantem capim pra criar um pouco de gado.

Se o pessoal do Ibama lhe procurar, dê um trocado pra eles ou uns cachos de pupunha.

Se algum ecologista ou defensor da floresta lhe "tentar" lhe CATEQUISAR, faça o seguinte: proponha trocar todos os pés de pupunhas, todas as árvores que estejam de pé, e toda a beleza de lá por apenas uma coisa, o salário deles. Ai sim, o(s) senhor(es) não corre(em) o risco de morre(m) de fome.

ps: o plural é porque existem milhares de abacates.

Anônimo disse...

Seu Abacate, sugiro que o senhor continue plantando, sossegado, suas pupunhas, se cuide contra as mumunhas e mande o povo plantar batatas.

Anônimo disse...

Que facilidade fazer comentários, com o perdão da palavra ESCROTOS sobre o que se passa com esse senhor, ao invés de tentar colaborar para que a vida deste melhore.
O que adianta ficar só criticando???

E o que esse pessoal que foi fazer uma visitinha para ele está fazendo além de falar falar e falar????

Que ele está passando necessidade é público e notório mas ficar dando "conselhinhos idiotas como os primeiros anônimos e esse Jonas Amado (ou amargo?)adianta????

Tenha a santa paciência vai???

Anônimo disse...

Em defesa...

Tem vezes que concordo com o rapaz ai de cima outras vezes acho exagerado. Mas pelo menos ele fala o que acha e assina o que disse. Nisso dou ponto pra ele.

Unknown disse...

Eu acho que pro chico nao falta nada, se ele quisesse mais dinheiro ele cortava a floresta e criava gado.. nao tem q cortar o palmito pra vender ou pupunha.. ele da para os animais por que eles precisam da floresta tanto quando o chico.. esse cara tem mais consciencia que todos nós.. nao devemos nos meter nas ideias dele, ele sabe muito bem oq fazer.. e aprendeu na melhor escola.. a vida!

qualquer pensamento externo pode ser prejudicial, nao vamos cometer novamente o mesmo erro.
estejam em paz