quarta-feira, 26 de julho de 2006

O ADEUS DA AVER AMAZÔNIA

A empresa Aver Amazônia, da designer Etel Carmona, está se retirando do Pólo Moveleiro de Xapuri, e vai quebrar o relacionamento com 150 trabalhadores da comunidade do Seringal Cachoeira, que estavam diretamente envolvidos nas oficinas com a produção de peças em madeira.

A Aver Amazônia fez bastante propaganda de que surgia com nova mentalidade ambiental. Ela começou a operar no Acre a partir de um convite do governador Jorge Viana, em 1999, para que Etel Carmona, uma designer produtora de peças de madeira valiosas no mercado da decoração, e Virgílio Viana, engenheiro florestal, fundador da Imaflora, e atual secretário de Meio Ambiente do Amazonas, trabalhassem com uma comunidade no Acre.

A empresa se instalou com subsídios para não pagar imposto, contratou empregados supostamente sem pagar o que deveria e é por isso que eles decidiram recorrer coletivamente à Justiça do Trabalho para exigir seus direitos. A fiscalização Ministério do Trabalho, que está hoje em Xapuri para produzir um laudo a respeito da situação, encontrou na oficina da Aver Amazônia uma placa com a mensagem "entrada proibida".

Etel Carmona é dona de outra empresa, a Etel Interiores. Através da Aver Amazônia, estave envolvida em projetos sustentáveis com madeira de manejo florestal na região. Etel Carmona e Virgílio Viana, que chegaram ao Acre com a idéia de implantar uma fábrica de móveis com madeira certificada, diziam que era uma oportunidade para divulgar as coisas da floresta e ajudar na preservação com a extração responsável.

O Projeto Aver Amazônia tinha o compromisso de valorizar a arte milenar da marcenaria e do design, confeccionando peças com madeira e outros produtos da floresta, retirados de reservas extrativistas certificadas e com o selo verde do FSC (Conselho de Manejo Florestal).

Esses compromissos, além de todos os benefícios para o meio ambiente, eram estratégias para incentivar e construir a cidadania. A empresa entendia que a Amazônia era viável economicamente como floresta, e que sua iniciativa deveria servir como exemplo de negócio sustentável com a preocupação social, ambiental e econômica.

A Aver Amazônia confeccionou os móveis para o Palácio Rio Branco, sede do governo estadual, quando o mesmo foi restaurado por Jorge Viana. O governador costuma assinalar que o Acre possui o único palácio do mundo com móveis de madeira certificada. A empresa não se manifestou até agora sobre os motivos que a levam a se retirar de Xapuri.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não fosse a intervençao de jovens graduados de Piracicaba, esse também teria sido o destino do IMAFLORA. Esse Virgilio Viana já é conhecido como o Cupim da Amazonia, uma referencia a suas atitudes de usar os recursos florestais em beneficio próprio e da sua esposa Etel Viana, utilizando-se da sua lábia e influencias nas hostes governamentais. Acredita-se que de igual forma, apos se aproveitar e se promover, ele enterrará o Programa Zona Franca Verde do Amazonas