segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

PROJETO KAMPÔ

O Projeto Kampô começou hoje em Rio Branco, com a participação do herpetólogo Bruno Filizola, da antropóloga Edilene Lima, do secretário dos Povos Indígenas Francisco Pianta, representantes das etnias katukina, yawanawá e kaxinawá, além de organizações não governamentais do Acre.

O kampô é um pequeno sapo verde da floresta amazônica. Possui cerca de 200 moléculas na secreção cutânea, sendo que uma já virou a substância chamada deltorfina, medicamento internacional de ponta para evitar a isquemia cerebral. Outra, a dermorfina, é um analgésico 40 vezes mais poderoso que a morfina.

A secreção do sapo verde é considerda pelos índios excelente para dar saúde, alegria e sorte na vida. Os índios e seringueiros que a utilizam como vacina, dizem que ela tira panema, isto é, serve para trazer sorte na caça, pesca e até no amor.

Os principais objetivos do Projeto Kampô, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, são:

1 - Executar projeto de bioprospecção para identificar na secreção do sapo moléculas ou princípios ativos para o desenvolvimento de fármacos e cosméticos.

2 - Pesquisar efeitos clínicos da vacina para detectar os potenciais efeitos benéficos e maléficos para a saúde humana.

3 - Estudo da biologia e da ecologia do sapo, dando subsídios para análise da sustentabilidade do uso econômico e do plano de manejo da espécie.

4 - Estudo antropológico sobre o conhecimento indígena relacionado ao uso do Kampô.

O Projeto Kampô é coordenado pelo herpetólogo Bruno Filizola. Ainda neste ano começa a pesquisa clínica sobre a vacina do sapo kampô na aldeia dos índios katukina. O projeto aguarda a autorização dos comitês de ética, da Funai, do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (Cgen) e de outras instituições oficiais.

Estão sendo discutidas estratégias para os entendimentos entre os povos, entre os povos e as empresas e a questão do comércio indiscriminado da secreção do sapo.

Será formada uma comissão para negociação com empresas e aberto debate sobre as intenções dos povos indígenas, além de registro no Iphan e Inpi.

Assista a seguir as entrevistas com o herpetólogo Bruno Filizola, coordenador do Projeto Kampô, e com o líder indígena Joaquim Tashka Yawanawá. No site do jornal Página 20 existe uma reportagem especial sobre o kampô, assinada pelo jornalista Romerito Aquino.

3 comentários:

Anônimo disse...

o nome é KAMPÔ, ou KAMBÔ ???

Anônimo disse...

Kambô, kampô, kapun...

Unknown disse...

como eu faço pra tomar?
só tem no acre/amazônia?
obr
anddré
(deltaleite@hotmail.com)