quinta-feira, 18 de novembro de 2004

GRATIA DEI


Laura, Hylton, Stanley e Joaquim: reunidos em defesa da floresta

Publiquei recentemente a denúncia Mortes na tribo, dos índios yawanawá, que forçou o Governo do Acre e a Funasa a tomarem providências em relação à precariedade do atendimento de saúde em quatro aldeias do rio Gregório.

Na noite de ontem, participei de uma reunião na casa de Joaquim e Laura Yawanawá. Eles receberam os ingleses Stanley Johnson e Hylton Murray-Philipson, que estão entre os apoiadores que a tribo tem no mundo.

Stanley Johnson, jornalista e escritor, ex-deputado do parlamento europeu, onde serviu de 1979 a 1984, agora é candidato a deputado do parlamento britânico.

É respeitado pelas causas que abraçou em defesa do meio ambiente, da saúde pública e da proteção do consumidor, além de ter sido destacado funcionário do Banco Mundial. Atualmente, integra a organização The Dian Fossey Gorilla Fund.


Escreveu dez livros sobre política ambiental de comunidades européias, além de nove novelas, entre as quais The Commissioner, que virou filme estrelado por John Hurt.


Stanley estava particularmente interessado em desenvolvimento sustentado, direitos humanos, liberdade de expressão e tudo quanto pudesse servir de referência para sua atividade política.


O outro inglês, Hylton Murray-Philipson, é um jovem milionário que já viveu no Brasil, quando veio para cá fundar no Rio um banco de investimento.

Ele é um dos três dirigentes da organização Rainforest Concern, que financia projetos de desenvolvimento comunitário em diversas regiões do mundo.


Para Hylton, a destruição da Amazônia é um fato muito mais grave para a humanidade do que a invasão do Iraque. Segundo ele, aconteça o que acontecer no Iraque, o impacto para a humanidade não seria o mesmo em relação à Amazônia.


Hylton considera vital que cada cidadão faça algo para preservar o máximo possível da Amazônia em benefício das gerações futuras de toda a humanidade - sejam elas européias, brasileiras ou os povos indígenas que habitam realmente a floresta.


“Se nós não agirmos agora, em 30 ou 40 anos, o que é um piscar de olhos em termos evolucionários, o ecossistema da Amazônia será perdido para sempre”, afirma.


Hylton Murray-Philipson, que já esteve nas aldeias dos yawanawá e mirou bastante quando tomaram ayahuasca, disse que gostaria que fosse afixada na lápide da sepultura dele a seguinte expressão em latim: Gratia Dei sum id quod sum (Graças a Deus sou o que sou).

Gratia Dei!

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