CURSO DE NUTRIÇÃO À BEIRA DA FALÊNCIA

Nota de alerta enviada por alunos do curso de nutrição da Universidade Federal do Acre

O curso de nutrição da Universidade Federal do Acre (Ufac) teve sua primeira turma aberta no segundo semestre de 2009. Durante a aula inaugural, foi oferecido um banquete de oportunidades com novos horizontes para uma área tão importante da saúde na nossa região, onde foi dito que haveria estrutura mínima para o processo de formação de profissionais qualificados. O primeiro ano foi bastante interessante, tendo em vista que tudo era novidade, tínhamos todos os professores, tanto da área de nutrição quanto de áreas afins.

Atualmente, o curso se encontra com três turmas em atividade para apenas quatro professoras nutricionistas -sendo que uma foi para o doutorado- e um professor na área de agronomia. A greve foi um estopim para percebermos que do jeito que está não dá para continuar.

Os professores estão exauridos com disciplinas que ultrapassam suas cargas horárias, não possuem tempo para nos auxiliar em pesquisas, além outros, ou seja, o curso compromete em muitos aspectos essenciais para a vida acadêmica. Segundo o projeto político pedagógico, deveríamos estar atualmente contando com 15 professores, bem diferente da nossa atual situação.

A universidade aderiu ao Reuni, fazendo com que o curso, agora no vestibular, ofereça 50 vagas para a comunidade. Consequentemente, foi contemplada com verbas extras e vagas para professores. aA pergunta é: onde estão as vagas para professores do curso de nutrição?

Outro aspecto que nos deixa intrigados é a falta de estrutura física para a execução de várias disciplinas. Observou-se em diversas reuniões a falta de descaso por parte dos representantes da instituição, aonde membros da Ufac chegaram ao ponto de dizer: “Nutrição só precisa de um fogão”.

O curso necessita de quatro laboratórios e quando questionamos, a resposta é “já foram licitados”. Segundo os responsáveis, os laboratórios, junto com as salas de aula, serão construídos na UTAL (Unidade de Tecnologia de Alimentos), já foi realizada a demarcação do local, onde a vegetação se recompôs após tanto tempo, sendo empresa licitada impugnada.

Enquanto isso, fazemos as práticas de técnica e dietética no restaurante universitário, no período noturno, tendo que levar todo o material (panelas, liquidificadores e outros) para a realização da aula que, por sua vez, acontece de forma muito limitada, tendo em vista a necessidade de se deixar o espaço completamente limpo, o que diminui o tempo real de atividade dentro do espaço.

Todas as turmas estão prejudicadas, estamos em salas emprestadas, os professores não conseguem mais tapar as lacunas. O que nos resta e buscar nossos direitos. Não é justo a Ufac virar um canteiro de obras para novos cursos, construir anfiteatro gigante se o que já existe está sucateado, sem poder oferecer o principal objetivo de uma universidade federal, que é ensino qualificado.

Este é um grito de socorro para que a sociedade saiba e possa cobrar conosco melhorias. Seremos nós quem, mais tarde, estaremos atendendo a população, tornando-se latente a necessidade de um aprendizado de qualidade.