terça-feira, 17 de abril de 2007

O AMIGO DO TIÃO



Do cartunista Braga. Veja o blog dele aqui.

3 comentários:

Anônimo disse...

Li num panfleto que, quando menino, fui acusado de roubar frutas. Li isso não faz muito tempo e fiquei convencido de uma coisa: quem escreveu achava errado roubar e que cometi um erro. Agora, entretanto, quero ser honesto afirmando não acreditar que, em toda a minha variada carreira, eu tenha roubado mais que uma tonelada de frutas.

Certa noite, roubei (quer dizer, subtraí) uma melancia de uma carroça enquanto o dono, de nome Tião, conversava com o irmão, Jorge. Fugi de gatinhas para um lugar escondido onde verifiquei que a melancia estava verde. Era a melancia mais verde de toda a minha vida. Fiquei então pensando. E fiquei triste. Pensei no que homens ilustres, o Lula por exemplo, faria se estivesse no meu lugar. Pensei muito e de repente tive aquela estranha sensação do homem que toma uma boa decisão: peguei a melancia e devolvi ao Tião. Entreguei-a e disse a ele que me emendei. Ele ouviu atento minha falação e quando me deu uma melancia madura no lugar da verde, perdoei-o.

Falei que ia continuar freguês dele e que não guardava rancor do fato, que estava sempre verde na minha lembrança.

Sobre Roubo e Consciência (1902)

Anônimo disse...

Resta-nos o conselho que o médico deu a Manoel Bandeira, tuberculoso:
- O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito está infiltrado.
- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

Anônimo disse...

O tango, por favor o tango, já não aguento mais tanta prospecção!