sábado, 15 de julho de 2006

ABERTURA DO SIMPÓSIO

Não estou conseguindo atualizar o blog (textos, fotos e vídeos) como é de costume porque é péssima a conexão à internet no centro de imprensa montado no Hotel Tropical. Nota máxima para a alimentação, suítes, viagens, palestras. A única coisa que não funciona é o centro de imprensa. Vou tentar publicar algumas fotos e reproduzir o relato do colega Paulo Sotero.


RELIGIOSOS SE UNEM PELA AMAZÔNIA

Patriarca ortodoxo e papa Bento XVI defendem 'obra divina'

Paulo Sotero

Os líderes máximos das Igrejas cristãs de todo o mundo uniram suas vozes ontem em defesa da proteção da Amazônia afirmando que ela é obra da criação divina e sua preservação precisa incorporar aos esforços de desenvolvimento sustentável a dimensão espiritual.

"Quebrar o círculo vicioso da degradação ambiental é uma escolha que nos cabe", afirmou o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, depois de denunciar a "economia do desperdício, que viola profundamente a natureza". Ele falou na abertura de uma conferência internacional intitulada Amazônia - Fonte de Vida, a bordo do navio Iberostar, em Manaus.

O evento reunirá nos próximos seis dias mais de 150 líderes religiosos, cientistas, formuladores de políticas públicas e ecologistas de todo o mundo, além de líderes indígenas e de comunidades locais numa flotilha de dez embarcações que navegará a vários pontos dos rios Negro e Amazonas. Trata-se do sexto simpósio de uma série sobre religião, ciência e meio ambiente iniciado nos anos 90 pelo chefe da Igreja ortodoxa grega e papa dos cerca de 250 milhões de cristãos do Oriente.

O papa Bento XVI abençoou a iniciativa com uma mensagem especial, na qual disse esperar que o evento "chame mais uma vez a atenção das populações e dos governos para os problemas, as necessidades e as emergências de uma região cuja estabilidade ecológica está tão ameaçada". O papa escalou dois cardeais para participar do simpósio - d. Gerardo Majella Agnelo, arcebispo de Salvador e presidente da CNBB, e d. Roger Etchegaray, presidente emérito da Comissão de Justiça e Paz da Santa Sé.

Fé e ciência A ministra do Meio Ambiente Marina Silva deu o endosso oficial ao simpósio. Num discurso de improviso, Marina, evangélica da Assembléia de Deus e filha de seringueiros educada por freiras, disse que, na luta pela preservação da Amazônia, não se pode aceitar "a separação entre a fé e a ciência". Às vezes, afirmou a ministra, "a gente sente que a ciência perdeu a alma e a fé perdeu a cabeça, mas estou aqui para dizer que a ciência tem alma e a fé tem cabeça". Ela defendeu a combinação das duas dimensões na busca de respostas aos desafios da Amazônia.

Marina também aproveitou para lembrar que o desmatamento na Amazônia caiu 32% entre 2004 e 2005 graças a medidas tomadas pela administração Lula. Ela mencionou a prisão de 350 pessoas, a apreensão de 600 mil metros cúbicos de madeira ilegalmente cortada e a adoção do primeiro plano interministerial de zoneamento ecológico e desenvolvimento planejado da área ao longo de um trecho de 900 quilômetros da rodovia BR-163, que liga Santarém a Cuiabá.

Paulo Sotero é repórter do jornal O Estado de S. Paulo.

quinta-feira, 13 de julho de 2006

MANAUS



Muita gente já chegou para participar do simpósio de religião, ciência e meio ambiente cujo tema é "O Amazonas, Fonte de Vida". Estou no centro de imprensa montado no Hotel Tropical. A conexão à internet de um hotel barato em Cruzeiro do Sul, no extremo-oeste brasileiro, é bem melhor do que a existente nesse cinco estrelas.

O embarque nos navios já começou. Daqui a pouco acontecerá a recepção ao Patriarca Ecumênico Bartolomeu e jantar a bordo do navio Iberostar Grand Amazon, que servirá de base ao simpósio.


A cerimônia inaugural a bordo do navio será amanhã, a partir das 10 horas, seguida de almoço e da primeira sessão plenária. À noite, no Teatro Amazonas, cerimônia para atribuir o título de doutor honoris causa ao patriarca. Existem outros 10 barcos ancorados no pier do Tropical para os convidados do evento.

Já encontrei os jornalistas Paulo Sotero (Estadão), Marcelo Leite (Folha), além do índio Tashka Yawanawá e da pajé Kátia Hushu. O simpósio reúne mais de 200 partipantes.




Tirei a foto do Teatro Amazonas antes de visitar o Bar do Armando, o melhor boteco de Manaus. O bar já foi recomendado pela Veja Manaus. Armando, que está com quase 80 anos, é um português que chegou em Manaus aos 16 anos. Estava bem humorado e conversamos bastante tirando gosto com isca de pernil e sanduíche de queijo e salame.

MADEIRA E SOLIMÕES



O banco de areia que se formou no leito do Rio Madeira me fez lembrar uma canoa.



Um canoeiro solitário navega no Rio Solimões


DA JANELA DO AVIÃO

Já estou em Manaus, mas ainda quero registrar o que vi lá do alto, durante a viagem, a partir da janela do avião. Pra começar: na realidade muita gente já queimou o que tinha que queimar em suas áreas, enquanto a Promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público recomenda aos governos estadual e municipais não expeçam licenças para queimadas na parte leste do Acre.

É por isso que a gente sente de vez em quando cheiro de fumaça ou vê as cinzas de folhas, trazidas pelo vento, invadirem as nossas casas. A foto foi tirada logo após a decolagem, nas imediações de Porto Acre, que está sendo preparada para ser a cidade cenográficada da minissérie "Amazônia - De Galvez a Chico Mendes", de Glória Perez.

Perceberam que o topo do blog está com novo visual? Gentileza do meu amigo Pierre Dechery, 30, designer carioca. Ele se dispôs a ajustar a arte de outro amigo, o José Murilo. Dan, meu filho, gostou da mudança, mas observou que eu deveria ter trocado a foto. Argumentei que se fizesse isso alguém poderia pensar que envelheci.


Banco de areia no Rio Madeira já evidencia a intensidade da seca em Rondônia.

Cachoeira de Santo Antônio, no Rio Madeira, a menos de 10 quilômetros de Porto Velho (RO)

quarta-feira, 12 de julho de 2006

RIO DE TODAS AS TRIBOS

Sérgio Souto

Das meninas e seus belos pára-choques
Dos dragões e dos tiranossauros rex
Dos que preferem phebo do que Lux
Dos amores remendados com durex.

Do Sandoval soprando um doce sax
Do tambaqui servido num pirex
Do troca-troca dos gibis e almanaques
Dos sem teto, dos que moram num duplex.

Dos beijinhos enviados pelo fax
Das unhas bem pintadas com cutex
Das madames esculpidas com botox
Dos meninos sem juizo e sem jontex.

Dos vandamens, bruce lees e asterix
Da halitose mascarada com mentex
Da porrada dada sem luva de box
Da pereba que só sara com tetrex.

Da sensualidade tanta da Minéia
Da hiléia que habita o olhar de Lídia
Da exótica beleza que tem Danah
Todas brancas, todas pardas, todas líndias

Sérgio Souto, poeta e compositor acreano, envia o poema quando estou de partida para Manaus, onde será o realizado o Simpósio no Rio Amazonas. Serei o único blogueiro no ambiente e mandarei notícias de lá. Inté breve.

terça-feira, 11 de julho de 2006

SIMBORA, DONATINHO

O moço que aparece na foto, em primeiro plano, é o carioca Donatinho, 21 anos, filho do mestre acreano João Donato, que aparece logo atrás com a sua indefectível cabeleira.

Donatinho também é músico e co-produziu recentemente, com o famoso Liminha, o disco "Djavan na Pista, Etc", que traz alguns de seus maiores sucessos em versões remixadas.


Os efeitos eletrônicos do disco foram divididos entre Liminha, que também tocou violão, baixo, teclados e guitarras, e o Donatinho, responsável ainda pelos teclados, pelo baixo synth e pela percussão.

Donatinho herdou o talento musical e tem deixado João inflado de satisfação.

- Eu acho que ele prestava atenção às coisas, porque ele sai tocando agora de uma maneira que até me surpreende. Tem hora que levo pra tocar nos meus shows e ele sai solando e eu me perco. Ele sai e eu pergunto: onde foi que ele foi? Dobrou as esquinas que eu não conheço.

A afirmação de João Donato encontrei numa entrevista com a banda "Simbora", integrada por Júnior Teixeira, Jodele Larcher e Donatinho.

Eles contam na entrevista como é a fusão entre som e imagem produzidos pela combinaçao de laptops, teclado e percussão. O resultado é uma mistura de funk & soul 70's com musica regional brasileira.


Na foto acima, tirada por Ivone Belém, em 2003, pai e filho viajavam de canoa no rio Amônia, com destino à aldeia do índios ashaninka.

Três após a viagem à terra do pai, a cabeleira de Donatinho ficou muito parecida com a de João. Como filho de João, Donatinho é, vale a pena conferir o vídeo abaixo.


UFAC CAUSA RENÚNCIA

O presidente da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), Jorge Luís Borges Ferreira, pediu demissão por causa de desentendimento com a Universidade Federal do Acre (Ufac) em decorrência da organização do 14º Encontro Nacional de Geógrafos (14º ENG), que será realizado em Rio Branco, no período de 16 a 21.

O ENG retorna à Amazônia após 32 anos da realização do último evento desta natureza acontecido na região, em Belém. Jorge Ferreira disse ter sido incompreendido pela coordenação da Comissão Organizadora da Ufac, quando buscou assumir pessoalmente algumas tarefas.

Segundo Jorge Ferreira, faltou "proficiência" coordenação local "no trato com aspectos elementares dos meios de comunicação contemporâneos, notadamente a telefonia e a internet".

- Nos últimos meses, convivi com a postura de pessoas que, abertamente, declaram que o processo de organização dos ENGs não cabem na estrutura atual da AGB. Participei de uma reunião, em Rio Branco, onde foram convidadas pessoas de fora da DEN sem sequer eu ser informado. Vi e ouvi as diversas manifestações de agebeanos que questionam a legitimidade das Reuniões de Gestão Coletiva e, nos últimos dias, tive que ler mensagens eletrônicas onde, literalmente, a coordenação da Comissão Organizadora local dizia não me dever satisfações em tempo real uma vez que os membros de tal comissão “não eram meus empregados” - afirma na mensagem de renúncia.


Ferreira acrescenta:

- O tom das mensagens da coordenação da Comissão Organizadora local sempre passa a impressão de que sou mais um obstáculo, um entrave à organização do 14o ENG do que um parceiro, um colaborador privilegiado por estar numa posição estratégica no processo de organização. Diante desse quadro, e da constatação de que não há vontade política coletiva de efetivar as mudanças a que me propus no início da gestão, deixo o posto que me foi confiado em julho de 2004 e volto à condição de simples colaborador, até que todas as tarefas e procedimentos sob minha direta e imediata responsabilidade estejam concluídos.

O 14º Encontro Nacional de Geógrafos, sob o tema “A Geografia e a Amazônia no contexto latino-americano: diálogos, práticas e percursos”, busca provocar e consolidar a reflexão multi-escalar que a "Questão Amazônica" tem apresentado à geografia e à sociedade brasileiras.

Clique aqui para ler no site da AGB a íntegra da mensagem de renúncia do presidente nacional da entidade.

segunda-feira, 10 de julho de 2006

AGÊNCIA REPÓRTER SOCIAL

ALTINO MACHADO (jornalista acreano)

Jornalista do Acre fala sobre os desafios de exercer a profissão em um estado em que, segundo ele, o banditismo estava instalado no poder público até os anos 90

Fazer jornalismo no Acre foi uma aventura para Altino Machado. Nesta entrevista à Agência Repórter Social ele conta por que já teve a casa atingida por tiros e como foi ameaçado de morte pelo ex-deputado Hildebrando Paschoal – condenado a 37 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado (em casos que ficaram conhecidos pela utilização de moto-serra) e hoje no presídio Antônio Amaro, nos arredores de Rio Branco. O jornalista fala sobre as dificuldades no exercício da profissão num Estado em que, segundo ele, o banditismo estava instalado no poder público até os anos 90. Altino foi correspondente do Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, com reportagens sobre a Amazônia, desmatamentos, a vida dos seringueiros, a morte de Chico Mendes. Hoje ele trabalha na Secretaria de Comunicação do governo petista de Jorge Viana e mantém um blog, http://altino.blogspot.com/, que se tornou referência em notícias sobre o Acre. Confira a entrevista, feita em Rio Branco:

por ALCEU LUÍS CASTILHO

Agência Repórter Social – O jornalista paraense Lúcio Flávio Pinto tornou-se conhecido nacionalmente pelo enfrentamento com donos do principal jornal do Estado e pela defesa acirrada da Amazônia. Que paralelos podem ser feitos entre o que ele diz em relação ao Pará (http://www.reportersocial.com.br/entrevista.asp?id=82) e sua experiência no Acre?

Altino Machado – O paralelo é que a Amazônia, embora tão diversa, permanece fora de foco das grandes corporações de mídia do País. A mídia brasileira a cada dia se distancia mais do acompanhamento necessário do que está acontecendo na Amazônia. Em particular, no Acre, a gente está passando um período no céu, já que um repórter já não é obrigado a engolir a folha de um jornal no qual escreveu alguma reportagem e contrariou alguém, como no caso de uma repórter que o Hildebrando Paschoal obrigou a engolir...

Repórter Social – Quando foi isso, e por qual motivo?

Altino Machado – Nos anos 90.

Repórter Social – Qual o nome da repórter?

Altino Machado – Kátia Chaves.

Repórter Social – Ela escreveu o quê?

Altino Machado – Uma reportagem que não me recordo o teor, mas desagradou ao coronel. Ele foi ao jornal e, como sempre fazia, entrou e perguntou ao dono quem tinha feito a reportagem. O dono disse: foi a repórter Kátia Chaves. Então ele a forçou a engolir a publicação.

Repórter Social – Ele mandou alguém fazer isso?

Altino Machado – Não. Fez pessoalmente.

Repórter Social – Qual era o jornal?

Altino Machado – A Gazeta. O maior jornal de Rio Branco. Passamos dessa fase de ameaça, tiro na fachada da casa, ameaça de morte, como sofri muitas vezes. Quando trabalhava no Jornal do Brasil, ou antes, no Estado de S. Paulo, fui tirado daqui várias vezes, por segurança.

Repórter Social – Por que tipo de matéria? Pode dar um exemplo?

Altino Machado – Ainda em relação ao Hildebrando Paschoal, fui o único repórter do Acre a entrevistá-lo quando ele distribuiu 5 mil cartazes pela cidade, oferecendo uma recompensa de R$ 50 mil, em 1996, para quem localizasse o assassino do irmão dele. Fiz, com base no relatório da Procuradoria da República, no Acre, sobre as barbáries que ele vinha cometendo, uma reportagem no Jornal do Brasil, foi publicada, e o jornal queria que eu o entrevistasse. Liguei para a casa dele, não estava, deixei um recado, e no dia seguinte ele ligou para mim: “Alô. Você tá querendo falar comigo?” Eu disse: sim, estou. “Então você venha aqui na minha casa”. E eu fui. Confesso que fui rezando de medo. Quando cheguei lá, entrei, a frente da casa dele só de cimento, havia duas cadeiras, os seguranças dele estavam todos em volta, os sete seguranças, distantes, encostados no muro. Duas cadeiras, e ele disse: “Senta aí”. Aí eu sentei. Quando sentei, ele, aquele homem alto, em pé, apontou bem o dedo no meu rosto e disse assim: “Você sabia que pode ser morto aqui, agora?” Eu respondi para ele: sim, coronel, eu sei. Não quero morrer não. (Ri). Mas não tenho medo de morrer não. Ele disse: “É. Você é muito atrevido. Já mexeu com governadores, com deputados.” Aí sentou e eu disse: olha, o senhor (dei uma enaltecida nele) é um caçador de bandidos, eu sou um contador de histórias, alguém precisa contar o que está acontecendo. Essa reportagem do Jornal do Brasil fui eu que escrevi, e o doutor Luiz Francisco (que era o procurador) pediu que eu entregasse este relatório. Aí ele começou a ler e disse: “Ah, eu pensei que era você que tinha escrito. Ah, quer dizer que é esse procurador filho da puta, corno, veado...” E foi passando as páginas. Eu disse: olha, eu vim aqui para ouvir a sua versão. Aí ele disse: “Não, você sabe como me defender”. Eu disse: não, a melhor pessoa para se defender do que faz é o senhor. Eu trouxe aqui um gravador e vamos fazer o seguinte: eu faço as perguntas, com base no que está aí, e o senhor responde. Aí ele caiu na armadilha, né? Eu disse: “Está bem. Então me dê o documento”. Eu estava tão nervoso, e não havia necessidade de ficar lendo o documento, mas por um cacoete, eu estava encostado na mureta, e ele me deu o documento. Fiquei com o documento na mão e fui fazendo as perguntas. Perguntei o que ele faria se encontrasse o assassino, o que achava dos justiceiros, se ele acreditava em Deus, que igreja ele freqüentava, fiz a entrevista toda nesse rumo. Com uma entrevista despretensiosa, mas que mostrou um cara que era evangélico, freqüentava a igreja batista do bosque, que se encontrasse o assassino entregaria à Justiça. Esse foi um momento muito dramático no Acre. Junto a isso, havia um governador que tinha quatro CPFs. Escrevi para o Jornal do Brasil. Quando revelei essa história, no dia seguinte tiros na fachada de minha casa. Depois escrevi sobre fraudes no vestibular, com filhos de políticos, da elite acreana envolvidos na compra de gabaritos, vestibular anulado. Juntou tudo isso, foi a última vez que saí do acre. Em 1996 fui para Brasília. Era uma situação mais complicada. Hoje a imprensa continua tendo as suas dificuldades em trabalhar, numa região no qual o governo é o maior cliente desses jornais, mas é um quadro muito diferente do de dez anos atrás.

Para ler a entrevista na íntegra, clique em Agência Repórter Social.

CIDADE CENOGRÁFICA

A escritora acreana Glória Perez será recebida na quarta-feira pelo músico acreano João Donato. Vão conversar no apartamento dele, na Urca, sobre a trilha musical da minissérie "Amazônia - de Galvez a Chico Mendes". E vão tomar tacacá durante a prosa. Donato vai tocar a música "O monstro do tacacá", inspirada em fotos que fiz dele devorando a iguaria.

O assunto da minissérie é tão sério por aqui que até rendeu no domingo a seguinte manchete do jornal A Gazeta: "Globo pede livros de Silvio Martinello para minissérie".

Martinello é um dos sócios do jornal, que tascou a seguinte legenda na foto do diretor: "Silvio Martinello mandou suas obras à TV Globo para orientar minissérie".

Em tempo: a colunista Patrícia Kogut, do Segundo Caderno do jornal O Globo, escreveu duas notinhas sobre o que todos já sabem no Acre. E errou ao afirmar que a "filial" do Projac será em Rio Branco. O correto é Porto Acre, que servirá como cidade cenográfica. Seguem as notas:


Filial do Projac em Rio Branco

A Globo e o governo do Acre negociam a construção de uma cidade cenográfica em Rio Branco que ficaria montada na cidade em caráter permanente depois das gravações de "Galvez a Chico Mendes". Com isto, o local viraria ponto turístico. O mesmo foi feito em Comandatuba, na Bahia, com a novela "Porto dos Milagres". Até hoje o local é visitado.

E mais
A minissérie escrita por Glória Perez e dirigida por Marcos Schechtman vai ao ar em 2007. A estréia está prevista para o dia 2 de janeiro, uma terça feira, dia tradicional de estréia de minisséries na Globo.

CARPE DIEM



Os dias e as noites no Acre têm sido belos, mas o vento já espalha cinza e cheiro de fumaça. É preocupante porque, de acordo com o site do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, no médio prazo Rio Branco vai continuar sob sol, com altas temperaturas e baixíssimas probabilidades de chuvas.



- Para fins de comparação, os dados para a cidade de Belém, no outro extremo da Amazônia, são de temperaturas elevadas, mas com altas probabilidades de chuvas no mesmo período. Parece que o verão chegou mesmo ao Acre. Agora só falta a fumaça - assinala o pesquisador Evandro Ferreira no blog Ambiente Acreano.



Essas três fotos foram tiradas entre 5h48 e 17h27 do domingo.

domingo, 9 de julho de 2006

ZITA ZAMORA

O Acre perdeu na tarde de hoje, a inteligência e a beleza da advogada Zita Zamora, 30, que foi vítima de acidente numa estrada do interior de São Paulo. Ela dormia no banco traseiro quando o carro no qual viajava foi atingido por outro numa rotatória.

Zita Zamora trabalhou no Juizado Especial, dirigiu o cerimonial do Tribunal de Justiça, era capoeirista e gostava de esportes radicais. O corpo dela vai ser enterrado amanhã em Martinópolis (SP), a cidade onde nasceu, próxima de Presidente Prudente. Deixa uma legião de amigos e admiradores.

CHICO MENDES

Seringueiro queria funeral filmado

Mary Allegretti


No início de dezembro de 1988, duas semanas antes do assassinato de Chico Mendes, a cineasta e fotógrafa
Denise Zmekhol recebeu um convite que a deixou chocada: documentar um funeral.


E quem fez o convite? Chico, ele mesmo.

A estória, que eu desconhecia, foi contada por ela em um email que me enviou dias atrás, falando sobre o filme que está concluindo, Children of the Amazon.

"Entre 1987 a 1990 eu viajei diversas vezes pela Amazônia trabalhando em vários filmes ("The Voice of the Amazon" da Miranda Smith, "Amazonia,Voices from the Forest" de Glen Switches e Monti Aguirre). E durante essas viagens eu fotografei as crianças indígenas, Suruí e Negarote, e as crianças seringueiras do Acre, entre elas os filhos do Chico Mendes. E em 2002 voltei para revisitar essas crianças e fazer um documentário sobre elas e o que havia acontecido com a Amazônia nesses últimos 15 anos. O filme conta a estória do impacto da BR 364 nessas três comunidades. A estória do Chico também faz parte do filme.

Duas semanas antes do seu assassinato ele me ligou em São Paulo pedindo um favor. Ele sabia que iria morrer até o final do ano e que queria que eu fosse filmar o seu funeral. Eu fiquei muito chocada com esse pedido ainda que tivesse estado com ele duas semanas antes e testemunhado toda a tensão que ele estava vivendo com as ameaças de morte. Ainda assim tentei convencê-lo em vir morar em SP ou no Rio por um tempo até que as coisas se acalmassem por lá. Mas ele dizia que a sua luta era no Acre e que ela não teria a mesma força em outro lugar. Duas semanas depois eu abri o jornal e li a notícia que ele tinha sido assassinado. Naquela época eu não tinha condições financeiras de viajar para o Acre com equipamento/ equipe para filmar o funeral. E achei também que não chegaria a tempo..."

Esse tipo de estória e de imagem é um exemplo do que Jorge Viana quer que esteja disponível para consulta na Biblioteca da Floresta. Projeto que elaborei em conjunto com o CTA - Centro dos Trabalhadores da Amazônia, com o objetivo de organizar a memória visual, sonora e escrita, dos movimentos sociais do Acre, acabou de ser aprovado pelo Governo do Estado. Denise Smekhol já disponibilizou algumas imagens. Certamente vamos encontrar outros profissionais com o mesmo interesse e a Biblioteca atrairá pesquisadores do mundo todo pela originalidade do seu acervo.


O texto foi publicado no blog da antropóloga Mary Allegretti. Na foto, Francisco Gregório, Chico Mendes e Marina Silva.

sábado, 8 de julho de 2006

BOMBEIRAS LEGAIS

O sociólogo Sérgio Abranches destaca a decisão da Procuradora de Justiça do Acre, Patrícia de Amorim Rêgo, e da promotora Meri Cristina de Amaral Gonçalves:

"Nós estamos acostumados a olhar para a Amazônia e o Pantanal, pensando na estação das águas e da seca. Principalmente para quem quer conhecer as duas regiões, faz uma enorme diferença ir na cheia ou na vazante. Mas o que nos devia preocupar, mesmo, é a temporada das queimadas. Todo ano, as duas regiões vivem uma tragédia sob as chamas do fogo intencional. Muitas dessas queimadas viram incêndios incontroláveis. As queimadas ocorrem essencialmente durante o inverno e a primavera austral na parte sul da Amazônia. No Acre, vão de julho a setembro. Na porção norte, Roraima, Amapá e parte do Pará e Amazonas, ocorrem durante o inverno boreal, de janeiro a março.

No Acre, o Ministério Público resolveu fazer uma tentativa heróica para não repetir a devastação de 2005. A Procuradora de Justiça do Estado, Patrícia de Amorim Rêgo, e a promotora Meri Cristina de Amaral Gonçalves, resolveram recomendar formalmente às autoridades ambientais estaduais e federais, que “não expeçam Autorizações de Queima Controlada, bem como o licenciamento ambiental para conversão de áreas de floresta, na parte leste do Estado, até que sejam concluídos os trabalhos relativos à sistematização das informações acerca das áreas queimadas no Estado do Acre, sua abrangência, impactos e riscos”. Patrícia Rêgo é coordenadora da Coordenadoria de Defesa do Meio Ambiente, do Ministério Público estadual e Meri Cristina, coordenadora do Grupo de Trabalho de Queimadas, constituído para avaliar os danos da tragédia de 2005. E elas não estão de brincadeira, vão logo advertindo: “o não atendimento da presente recomendação, importará no ajuizamento das competentes medidas judiciais civis e criminais visando resguardar os bens ora tutelados e, se for o caso, inclusive, com a propositura de apropriada ação civil pública por improbidade administrativa, [pelo] ilícito de retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício”. Falando curto e grosso, a omissão vai dar processo".

Clique aqui para ler "Bombeiras Legais", no site O Eco.

CARA-DE-PAU

Do candidato a deputado federal Flaviano Melo cujo nome consta na lista de inelegíveis enviada pelo TCU ao TSE em decorrência de conta rejeitada por irregularidade:

- Isso é coisa do tempo da alagação, quando veio um dinheiro e o gestor não prestou contas de 900 reais. Aí eu, que era governador, acabei sofrendo a conseqüência. O TCU me condenou a devolver, eu devolvi, mas isso foi agora depois de 2000, e isso perdura por cinco anos na Justiça. Mas isso não causa empecilho algum para a minha candidatura. O TRE nem considera isso. Meramente política a publicação.

sexta-feira, 7 de julho de 2006

SEM BRINCADEIRA

Antonio Alves

A Promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público recomendou aos governos estadual e municipais não expeçam licenças para queimadas na parte leste do Acre enquanto não forem concluídos os estudos e avaliados os prejuízos do verão passado. Quer ainda que sejam formados comitês contra incêndios e feita uma ampla campanha de esclarecimento da população. Apoiado.

Alguém precisava colocar um regulamento severo, criminalizar as queimadas, defender o interesse público e estabelecer um marco zero a partir do qual se pode flexibilizar, negociar, mas manter ao menos uma esperança de controle. Do jeito que estava, não adiantava apelar aos órgãos ditos ambientais, porque a resposta era invariável: a fumaça local está dentro da lei, a fumaça ilegal é a que vem de Rondônia e Mato Grosso.

Agora vamos ver o debate. Não adiante ficar dizendo que é “só uma recomendação”, que não tem força de lei, que isso ou aquilo. Estado ou proprietários de terra, se quiserem defender as queimadas “controladas”, devem argumentar em juízo e explicar que os prejuízos (sociais, econômicos) do uso do fogo são menores que os de sua suspensão. Cada lado terá que assumir publicamente a responsabilidade política de seus argumentos. A repercussão nacional do assunto exige total transparência. Muita gente estará atenta a possíveis acordos de bastidores.

Tenho particular interesse na campanha publicitária que o MPE recomenda. Não creio que bastem os usuais reclames de televisão, que já se mostraram totalmente ineficazes em todos esses anos. Não basta um briefing do governo e uma resposta-padrão da agência. Além de causas econômicas e sociais, as queimadas tem um componente cultural e psicológico que deve ser percebido. A mensagem deve ser clara e direta, cada segmento de público muito bem definido. Os resultados devem ser medidos.

A última chuva forte caiu há mais de um mês. O solo e a vegetação estão ficando cada vez mais secos. Não dá pra brincar com fogo.

Antonio Alves escreve no blog
O Espírito da Coisa

OLHA PRO CÉU, SENADOR

Nunca é tarde para a crítica. O senador Sibá Machado (PT-AC) não poupou hoje a apatia demonstrada pela seleção brasileira na partida da semana passada, em que foi derrotada pela França e desclassificada da Copa do Mundo de 2006.

- Acho que o que aconteceu ali merece uma avaliação mais aprofundada. Os brasileiros depositam muita expectativa na seleção. No entanto, o que vi nos jogadores, ao final da partida, foi uma expressão de zombaria. Parecia que eles nem estavam abatidos com o resultado. Penso que o futebol tem de ter mais respeito pela consciência nacional - observou ele.

Os brasileiros não depositam muita expectativa no Senado. Nosso nobre senador, que tem a incrível capacidade de se superar sempre, esquece que o Brasil não está sozinho no mundo e quem decide o campeão de uma Copa é o mercado.

Sibá Machado poderia exibir sua consciência sobre o mundo com temas mais relevantes. Que tal olhar pro céu e nos dizer se o Acre vai pegar fogo, como no ano passado? Leia mais na Agência Senado.

LUA NO AÇUDE

quinta-feira, 6 de julho de 2006

DE BUDA A CHICO MENDES

Mary Allegretti

O livro de Joy A. Palmer (Editora Contexto), lançado há pouco, faz um perfil de 50 personalidades que marcaram o mundo ambientalista. Cientistas como Bacon, filósofos como Rousseau, clássicos como Aristóteles e Virgílio, contemporâneos como Vandana Shiva e Brundtland, históricos como Muir e Carson, imbatíveis como Darwin e Lovelock - estão ao lado do nosso seringueiro Chico.

Será que ele poderia imaginar que um dia assumiria tamanha importância?

O perfil de cada personalidade escolhida é analisado do ponto de vista da história pessoal e da contribuição que deu para idéias que foram mudando o mundo, desde a antiguidade até hoje. Uma lista de obras de referência finaliza uma sintética biografia.

A história do Chico tem os pontos principais registrados. Mas alguns erros poderiam ter sido evitados. Não sei se são de tradução, porque não vi ainda o livro em inglês. Vou tentar checar no segundo semestre quando estiver dando aulas nos EUA. De qualquer forma, merece registro para que a editora corrija. Não há nada mais incoveniente do que ler um livro com problemas de tradução.

Equívocos e erros

1. The Amazon, que em inglês refere-se à Amazônia, a região, foi traduzido como Amazonas, ou seja, Chico virou herói dos seringueiros de um estado da Amazônia brasileira, erro muito comum em traduções da década de 80.

2. Seringais viraram fazendas de seringueiras. As pessoas não sabem como traduzir, não conhecem a palavra amazônica e acham que tudo que é produção não industrial pode ser classificado como fazenda.

3. National Wildlife Federation - Federação da Vida Silvestre, importante ONG norte-americana que apoiou a articulação do Chico contra o asfaltamento da BR 364, foi definida como Federação Nacional de Vida Nativa.

4. A história desta estrada, 364, fica um pouco distorcida: diz que Chico questionava porque as condições ambientais do empréstimo não estava sendo respeitadas. Na verdade, Chico questionava sim a omissão do governo federal em relação ao meio ambiente mas fazia pressão mesmo pela demarcação das terras indígenas e pela criação de reservas extrativistas porque entendia que estas eram as condições prévias para a proteção do meio ambiente.

5. Talvez o maior equívoco do texto - e não deve ser problema de tradução - é a afirmação de que Marina Silva foi eleita prefeita de Rio Branco e governadora e que o 'ambientalista' João Alberto Capiberibe foi reeleito governador do Amapá. Não é Marina mas Jorge Viana e, embora Capi seja sim um ambientalista nunca o vi se identificar politicamente dessa forma, mas sim como socialista.

6. Reservas e estabelecimentos (não sei a que palavra estará se referindo) extrativistas foram fundados em estados do Brasil além de reservas estatais.... confuso, não?

7. E, por último, como não podia deixar de ser, a clássica afirmação de que os seringueiros são miseráveis: "... os preços da borracha caíram tanto que as reservas extrativistas não produzem a renda suficiente para sustentar nem mesmo as necessidades básicas das comunidades". Essa deve ter sido a conclusão da autora que o tradutor (Paulo Cezar Castanheira) apenas reproduziu.

Seria bom que o Chico pudesse rebater essa ladainha.

E onde estão os líderes atuais que não falam nada?

A antropóloga Mary Allegretti trabalha na Amazônia desde 1978. Era uma das maiores amigas de Chico Mendes e foi uma das principais responsáveis pela projeção internacional do seringueiro.
Clique aqui para conhecer o blog dela. Joy A. Palmer, a autora do livro, é professora de Educação e vice-reitora adjunta da Universidade de Durham, Inglaterra. É diretora do Centro de Pesquisas sobre Estudos e Consciência do Meio Ambiente da Universidade de Durham, vice-presidente da Associação Nacional de Educação para o Meio Ambiente e membro da Comissão de Educação e Comunicação da União Conservacionista Mundial.

A BOMBA-RELÓGIO VEGETAL

Procuradora Patrícia de Amorim Rêgo, coordenadora de Defesa do Meio Ambiente do Ministério Público, e o cientista Irving Foster Brown: defesa da proibição da "queima controlada" e da conversão de áres de florestas.



Fogo afetou 250 mil hectares de florestas no Acre

O cientista Foster Brown, que é o maior estudioso de queimadas no Acre, considera acertada a decisão do Ministério Público Estadual de exigir dos órgãos estaduais, federais e municipais que não autorizem "queima controlada", bem como o licenciamento ambiental para conversão de áreas de floresta, na parte leste do Estado, até que seja concluída a sistematização das informações acerca das áreas queimadas na região no ano passado, sua abrangência, impactos e riscos.

Doutor em Geoquímica pela Northwestern University (EUA), Foster Brown é pesquisador do Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre, onde desenvolve estudos nas áreas de Dinâmica do Uso da Terra e Florestas, Gerenciamento e Educação relacionados a Recursos Naturais e Mudanças Globais. A principal preocupação dele é reduzir riscos como meio de desenvolvimento.

- O futuro vai ter vários aspectos diferentes do que foi no passado e precisamos aprender rapidamente para ter uma vida digna e sustentável. Que futuro queremos? Sustentabilidade e vulnerabilidade vêm de discussões sobre mudanças globais - explica.

Boletim dessa semana, divulgado pelo Instituto de Meio Ambiente e a Defesa Civil do Acre, revela que não choveu em Rio Branco em todo o mês de junho. Os dados foram coletados na estação pluviométrica instalada na Polícia Militar.

- Vale lembrar que na grande seca de 2005 o único mês sem chuvas foi agosto. Parece que a seca de 2006 está se antecipando - assinala o pesquisador Evandro Ferreira, do blog Ambiente Acreano.


Valor da floresta
A base da preocupação da sociedade acreana em agosto, setembro e outubro do ano passado foi o fato de que, sem chuva, ecossistemas florestais entraram em um processo de secagem. Foram mais de três meses sem chuva e, antes disso, pouca chuva em janeiro e março.

Cada dia que passa sem chuva as florestas ficam mais secas e mais inflamáveis. Quando chega próximo da época de chuvas, aumenta a tendência em colocar fogo, que se propaga dentro da floresta.

De acordo com as estimativas mais otimistas, a seca do ano passado resultou em prejuízos econômicos de R$ 160 milhões. Mais de 200 mil hectares de áreas abertas (pastos, roçados) foram queimadas. Além disso, foram afetados mais de 250 mil hectares de florestas, que se encontram vulneráveis ao fogo neste ano. Sabe-se que o impacto social foi grande, mas o mesmo ainda não foi medido.

Quanto vale uma floresta? Quanto foi perdido com a queima de florestas? Foster Brow costuma fazer essas indagações, citando caça, seringueiras, madeira, biodiversidade e nutrientes.

- Se a multa de R$ 1 mil por hectare mediu estas perdas, o município de Xapuri, por exemplo, ficou R$ 40 milhões mais pobre - responde o próprio cientista.

Soluções possíveis
Outras perguntas que ele costuma fazer: E quanto se pagaria para a prevenção? Se se sabia há um ano, em 2005, que íamos ter um prejuizo desse tamanho, quanto estamos dispostos a pagar agora para reduzir à metade o prejuizo?

Brown aponta como "soluções possiveis" que a sociedade esteja informada, pois democracia só funciona com cidadãos bem informados, organizada, e fortalecida a Defesa Civil na fronteira do Brasil, Peru e Bolívia, a região MAP - Madre de Dios, Acre e Pando.

- É preciso desenvolver coordenadorias municipais de Defesa Civil. O governo estadual não tem condições para cobrir o Estado. São necessários Comitês de Fogo. Precisamos medir os impactos sociais, econômicos e ambientais destas queimadas. Se não fizermos isso, não haverá incentivo para investir em prevenção.

Brown elogia a decisão do MPE de exigir providências dos órgãos ambientais antes que as queimadas comecem de verdade neste ano.

- Os 250 mil hectares de florestas que foram afetados pelo fogo no ano passado, agora podem ser atingidos pelo fogo com mais facilidade. Representam uma bomba-relógio em termos de queimadas.

Assista ao vídeo da entrevista com Foster Brown.


quarta-feira, 5 de julho de 2006

TORCIDA PÉ-FRIO

Após a derrota de Portugal, espero que a galera brasileira faça a sua parte torcendo pela França no domingo. É assim que pé-frio "contribói" para ajudar a livrar o título de campeão ao carrasco.