
RELIGIOSOS SE UNEM PELA AMAZÔNIA
Patriarca ortodoxo e papa Bento XVI defendem 'obra divina'
Paulo Sotero
Os líderes máximos das Igrejas cristãs de todo o mundo uniram suas vozes ontem em defesa da proteção da Amazônia afirmando que ela é obra da criação divina e sua preservação precisa incorporar aos esforços de desenvolvimento sustentável a dimensão espiritual.
"Quebrar o círculo vicioso da degradação ambiental é uma escolha que nos cabe", afirmou o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, depois de denunciar a "economia do desperdício, que viola profundamente a natureza". Ele falou na abertura de uma conferência internacional intitulada Amazônia - Fonte de Vida, a bordo do navio Iberostar, em Manaus.
O evento reunirá nos próximos seis dias mais de 150 líderes religiosos, cientistas, formuladores de políticas públicas e ecologistas de todo o mundo, além de líderes indígenas e de comunidades locais numa flotilha de dez embarcações que navegará a vários pontos dos rios Negro e Amazonas. Trata-se do sexto simpósio de uma série sobre religião, ciência e meio ambiente iniciado nos anos 90 pelo chefe da Igreja ortodoxa grega e papa dos cerca de 250 milhões de cristãos do Oriente.
O papa Bento XVI abençoou a iniciativa com uma mensagem especial, na qual disse esperar que o evento "chame mais uma vez a atenção das populações e dos governos para os problemas, as necessidades e as emergências de uma região cuja estabilidade ecológica está tão ameaçada". O papa escalou dois cardeais para participar do simpósio - d. Gerardo Majella Agnelo, arcebispo de Salvador e presidente da CNBB, e d. Roger Etchegaray, presidente emérito da Comissão de Justiça e Paz da Santa Sé.

Marina também aproveitou para lembrar que o desmatamento na Amazônia caiu 32% entre 2004 e 2005 graças a medidas tomadas pela administração Lula. Ela mencionou a prisão de 350 pessoas, a apreensão de 600 mil metros cúbicos de madeira ilegalmente cortada e a adoção do primeiro plano interministerial de zoneamento ecológico e desenvolvimento planejado da área ao longo de um trecho de 900 quilômetros da rodovia BR-163, que liga Santarém a Cuiabá.
Paulo Sotero é repórter do jornal O Estado de S. Paulo.
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