Marina Silva
Se Chico Mendes fosse vivo, certamente estaria na internet divulgando suas idéias e pedindo apoio à causa da floresta amazônica e das populações tradicionais e extrativistas que nela vivem. Ele tinha consciência aguda do papel da mídia para o movimento social. Se mais pessoas soubessem o que acontecia lá no Acre, se tivessem oportunidade de conhecer o pensamento dos seringueiros, talvez houvesse mais apoio para evitar que o dano irreversível acontecesse, com a derrubada da floresta.
Na época, a maior parte da imprensa de Rio Branco era muito hostil. Na maioria das vezes, Chico era tratado como intransigente inimigo do progresso, enquanto a situação real mostrava acelerada destruição ambiental e o deslocamento massivo de trabalhadores extrativistas para a periferia das cidades.
Chico procurava jornalistas que poderiam ter abertura para divulgar nosso lado, entender a resistência à motoserra, sensibilizar pessoas do Acre e de fora. Visitava redações, escrevia cartas e as levava pessoalmente. Eu achava aquilo muito constrangedor e me doía quando os jornais soltavam notinhas tripudiando.
■ Leia o artigo completo da colunista Marina Silva na Terra Magazine.
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