A estudante brasileira I.C.M, 28, vítima de abuso sexual do médico boliviano Carlos Vaca Justiniano, 32, diretor de um posto de saúde em Montero, a 40 quilômetros de Santa Cruz, recebeu apoio de organizações de defesa dos direitos da mulher na Bolívia.
No Brasil, a coordenadora do Cimpe (Congresso Internacional de Mulheres Profissionais, Empreendedoras, Executivas e Empresárias), Carlota Santos, também manifestou apoio à estudante acreana que que se formou em medicina e cumpre o serviço rural obrigatório (província) na Bolívia.
- Estamos divulgando o caso em redes nacionais e internacionais de defesa dos direitos da mulher. A nossa organização está no combate à violência contra a mulher, seja em nosso país ou em qualquer lugar do mundo. Vamos combater mais esse crime. Temos que nos unir contra essa prática. A estudante brasileira é merecedora da solidariedade de todos - afirmou.
Ao ser questionado por uma colega de profissão após o abuso sexual, o médico boliviano se limitou a apresentar uma alegação cínica:
- Ela é maior de idade.
Uma irmã do agressor conversou ontem com a médica boliviana que deu proteção à estudante brasileira durante o final de semana. Ela disse que a sua família está disposta a pagar alguma soma em dinheiro para I.C.M desistir de abrir uma ação judicial.
A proposta foi rechaçada por I.C.M com o argumento de que não tem interesse de pleitear indenizaço financeira do agressor.
- O que quero é que o caso seja apurado e que a justiça o condene pelo que fez - disse a brasileira.
I.C.M recebeu ontem duas advogadas que foram colocadas à disposição dela pelo consulado brasileiro em Santa Cruz. As três choraram durante o relato do tormento imposto pelo médico à vítima.
A mãe e um irmão de I.C.M chegaram durante a madrugada em Santa Cruz. Médicos e estudantes bolivianos e brasileiros estão prestando solidariedade à acreana. Eles até providenciaram uma casa exclusiva para a vítima e seus familiares na cidade.
O dono da faculdade onde a acreana se formou se mostrou chocado com o caso. Ele é dono de um canal de televisão e também se dispôs a prestar assistência jurídica e tornar público o caso em seu país. A estudante está decidida a relatar o abuso sexual à imprensa desde que tenha o nome e a imagem preservados.
No Acre, porém, até agora não houve nenhuma manifestação da parte das várias organizações de defesa dos direitos humanos e da mulher. A família da vítima chegou a procurá-las, mas apenas a Delegacia da Mulher funciona nos finais de semana.
5 comentários:
Altino, estou chocada com o cinismo do agressor e o de seus parentes.
Não bastou a extrema violência à que pobre moça foi submetida e ainda mais esse cinismo e a tentativa de suborno.
Isso não configura outro crime?
Ah! meu Deus, o que merece um monstro desses? Nem sei dizer, ou melhor, não posso dizer.
Grave também é esta omissão dos defensores de direitos humanos brasileiros. Onde estão? Quem defendem?
Vou divulgar partindo daqui.
Momento delicadíssimo este e o assunto merece atenção e providências.
Barbárie, isso o que aconteceu. Punição para o bandido. Essa é a medida.
Estou chocada com a notícia e com o comportamento desses animais que se dizem racionais. Fica aqui minha solidariedade a estudante e seus familiares.
Caro Altino:
Realmente é de entristecer que episódios lamentáveis como esse, que remontam à idade da pedra, o tempo da selvageria, ainda continuem acontecendo em nossos dias.
O pior é que precisemos nos mobilizar para que as medidas cabíveis sejam tomadas.
Congratulo vc pela atitude corajosa de denunciar tal fato e cobrar providências.
Me solidarizo ainda à vítima e a seus familiares e repudio este ato abominável não apenas por ser mulher, mas por ser mãe e cidadã deste mundo.
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