domingo, 24 de março de 2013

POLÍCIA PRENDE ATIRADOR EM SANTA ROSA

Exército ajuda a transferir homem que feriu três indígenas com tiro de espingarda 

A polícia do Acre prendeu em flagrante, na manhã deste domingo (24), um homem que feriu três gravemente indígenas da etnia kaxinawá  com um tiro de espingarda calibre 24, em Santa Rosa do Purus, um dos municípios mais pobres e isolados do país, na fronteira com o Peru, de 4,6 mil habitantes.

Por temer a reação dos indígenas que vivem na cidade, o secretário de Polícia Civil, Emilson Faria, pediu ajuda do Exército e o atirador será transferido para o município de Sena Madureira, onde será lavrado flagrante por tentativa de homicídio.


Santa Rosa do Purus, que  mede 6,1 milhões de Km², tem densidade demográfica (hab/Km²) de 0,76. Foi elevado à categoria de município em 1992.  Não conta com a presença de juiz, promotor de justiça e defensor público. Possui apenas uma subdelegacia, que estava abandonada, às 21h30 de sábado (23), quando Evangelista Alexandre Amador, posicionado numa janela, atirou contra os índios que passavam na rua.


A assessoria da Polícia Civil informou que Evangelista Amador é natural de Sena Madureira, mas estava em Santa Rosa como prestador de serviços de uma construtora.


Os indígenas Ventura Samora Kaxinawá, Sebastião Kaxinawá e Carlos Torres Peres Kaxinawá foram atingidos na virilha, abdômen e tórax quando retornavam para suas casas após participarem como torcedores de uma partida de futebol salão na quadra do ginásio de esportes da cidade.


O governo do Acre mobilizou uma equipe do Samu em avião bimotor e helicóptero e transferiu os feridos para Rio Branco. Os indígenas são evangélicos, assim como o comandante da Polícia Militar do Acre, coronel José dos Reis Anastácio, que estava em Santa Rosa na noite do crime e contribuiu para que o atirador fosse preso em flagrante.


O líder indígena Ninawá Huni Kuin, membro do Conselho Estadual de Saúde do Acre, que está em Santa Rosa, enfrentou dificuldade para registrar a ocorrência na subdelegacia, pois havia apenas um vigia.


- Vá pra casa do c….… – respondeu e desligou o telefone o subdelegado Manoel do Nascimento Braga ao ser consultado nesta manhã pelo Blog da Amazônia.

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