terça-feira, 24 de abril de 2012

PAPO DE ÍNDIO

POR TERRI VALE DE AQUINO


Velho Altino,

síndico da imprensa acreana (como o Tim Maia foi na MPB), só pra você registrar, em seu famoso blog, o lançamento do livro "Papo de Índio", de minha autoria, nesta quinta-feira (26), a partir das 19 horas, no Casarão.

Depois da alegria pela libertação do meu filho Irineu Kaxinawá, vamos celebrar juntos o lançamento do livro em Rio Branco. E espero contar com a presença de nossos amigos advogados - os doutores João Tezza e Armyson Lee.

Então, velho Altino, os primeiros papos de índio viraram um livro bonito, de mais de 300 páginas, com uma orelha de elefante sagrado da Índia (afinal o txai aqui é o Ghandi do Acre tupiniquim, porque adora as Índias), denominada "Tá no Papo", de autoria do antropólogo acreano Marcelo Piedrafita Iglesias (ele já recebeu o título de cidadão acreano, lembre-se disso).

E tem ainda uma brilhante introdução do antropólogo Alfredo Wagner Berno de Almeida, editor do livro pela Universidade Estadual do Amazonas (UEA) e pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), intitulada "A Batata Amarga dos Sonhos - O prólogo dos prólogos" - ele está se referindo ao Rare Muka, uma batatinha amarga das mirações oníricas encontradas em nossas florestas e muito usada pelos Yawanawá, Kaxinawá e por outros povos pano em suas iniciações xamânicas; já "prólogo dos prólogos", porque a idéia é publicar outros dois livros de papos, agora em parceria com o compadre Marcelo Piedrafita.

O livro é também uma homenagem à imprensa acreana, no tempo em que os jornais não eram muito "vendidos" no Acre.

Os primeiros papos, de que trata esse livro, foram inicialmente publicados no jornal A Gazeta do Acre (no tempo em que o Elson Martins e Sílvio Martinello eram os editores), e que depois foi transformado em A Gazeta (agora só com o Sílvio).

Diz pro pessoal do Página 20 não ficar com muito ciúmes, até porque os próximos dois livros referem-se aos papos publicados no "galinho bom de briga".

Estou esperando os sinais espirituais da vida para que possa voltar a morar de novo no Acre, que, apesar de "cruel" ao seu povo (veja as enchentes), tanto amo e dediquei os anos dourados de minha
vida.

Agora que a velhice está batendo a minha porta (que eu sempre peço pra esperar mais um pouco, porque ainda estou na luta e não me aposentei), quero ser um velho feliz lá no Alto Santo, acordando todos os dias cantando os belos hinos de Juramidã.

Um abraço

Txai Terri Aquino

4 comentários:

Matthew Meyer disse...

Saudades, Txai Terri.

Estou aproveitando bastante o trabalho do Marcelo.

Quero um desses livros, sem dúvida.

Saúde e paz.

Jairon disse...

Finalmente, uma boa notícia.

padilhafilho disse...

É isso ai parente!!!

Socorro Craveiro disse...

Parabéns txai, vida longa e feliz. Abços, Maria Craveiro.