terça-feira, 22 de março de 2011

SARNEY ACUSA TIÃO VIANA

GABRIELA GUERREIRO, da Folha de S.Paulo

Em sua biografia autorizada, que será lançada hoje, o senador José Sarney (PMDB-AP) acusa o governador do Acre, Tião Viana (PT-AC), de ter divulgado um dossiê contra o peemedebista que provocou a crise dos atos secretos no Senado, em 2009.

Na época, Viana era senador e adversário de Sarney nas eleições para a presidência da Casa. O senador diz que Viana conseguiu o apoio de alguns servidores para prejudicá-lo.

"No início de todo este problema, informaram-me que o Tião Viana entregara para o Estadão um dossiê a meu respeito com mentiras todas alimentadas pelo pessoal do Senado que estava a favor dele, para quem ele já tinha prometido cargos e direções [se fosse eleito]", afirma Sarney em capítulo do livro.

A Folha procurou a assessoria de imprensa de Viana, atual governador do Acre, mas até a conclusão desta edição não obteve resposta sobre a acusação de Sarney.

No livro, o presidente do Senado não dá detalhes sobre o dossiê nem sobre a suposta ação que teria sido conduzida por Viana.

ATOS SECRETOS
Ao longo do capítulo dedicado à crise dos "atos secretos", o presidente do Senado se apresenta como vítima de um "processo político" que desencadeou a crise, especialmente por ser na época aliado do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Era uma acusação política cruzada com ressentimentos pessoais", diz ao citar nominalmente os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Pedro Simon (PMDB-RS) e Eduardo Suplicy (PT-SP)- que na época defenderam o seu afastamento do comando do Senado.

Em um dos trechos da biografia, Sarney narra conversa com a então ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), na qual teria colocado como condição para renunciar ao cargo o seu apoio político.

"Se o governo acha, se o PT acha que eu devo sair, deixo de ter sustentação política e não estou apegado ao cargo. Não tenho motivo nenhum para renunciar, a não ser que o PT ache que eu sou mau apoio ao governo e, comigo, o PMDB", afirma.

As declarações foram prestadas à jornalista Regina Echeverria, autora da biografia, ao longo de 2010. A crise política do Senado resultou em 11 processos contra Sarney no Conselho de Ética do Senado, mas todos foram arquivados pelo colegiado.

3 comentários:

Carlos disse...

Nossa, como é nojento ler essas palavras do Sarney. Não estou aqui defendendo o Tião Viana, mas é impossível não perceber o quanto o Sarney ainda manda no Brasil e o quanto o PMDB é um rato de porão, querendo sempre uma "boquinha" (que de boquinha só tem o nome, porque é um bocão) em qualquer governo que esteja no poder. Cadê os princípios partidários? O PMDB não é um partido de esquerda, tampouco de direita, é do meio e pende para o lado de quem está no poder.

Fátima Almeida disse...

Eu penso o contrário. O PT é que abandonou a classe trabalhadora e passou a disputar espaço com os partidos burgueses, de igual pra igual e pior, amortecendo os antigos movimentos sociais com apoio dos quais chegou ao poder. O PT "aparece" como partido que ganhou o governo, mas todos sabemos que vendeu a alma ao diabo para chegar lá, inclusive partilhando o Poder com Sarney.

Anônimo disse...

Bom eu acredito que o PT chegou ao poder com as grandes crises sociais, e foi criticando quem estava ao poder... denunciando os esquemas de corrupção (inúmeros) de FHC, Collor, Maluf,... AC: Orlei Cameli, Romildo Magalhães, Narciso Mendes, Flaviano Melo, Nabor Júnior, Isnard Leite, Mauri Sérgio... enfim!!! Foi se manifestando como limpar as escadarias da fazenda, o caxão do Orlei, as CPI'S e tantas e tantas manifestações...

Agora, tô de acordo que fez aliança até com o diabo para permanecer no poder, pq viu o qto eh baum ter poder, dinheiro fácir, bajulações de todo tipo, enfim.

Pow, o que eu fico triste eh q não precisavamos desses caras ahi pra chegar aonde chegaram, e esquecer de todas as bandeiras sociais.

Uma boa tarde!