sábado, 21 de fevereiro de 2009

SERTÃO DAS ÁGUAS





Milton Nascimento e Ronaldo Bastos
(Do álbum Txai, 1990)

Vem e me abraça
Me leva pra beira do igarapé
Mapas escorrem das mãos
Que vão me fazer cafuné
A vida começa agora
Ilhas de mel
São rios de mel
Remansos e correnteza

Sertão das águas o amor quando quer é bater e valer
Inunda os dias de sol, pode chover se quiser
Lá no sertão quando vem a noite chover estrelas
Pingos de luz
São contas de luz teus olhos na corredeira
Sertão veredas do Grão-Pará

Sertão canoa das populações ribeirinhas
Que vivem dos frutos da mata e que não podem
A floresta ver destruída

Não venha o fogo queimar
Nem trator poder arrastar
Pra que a vida queira pulsar
E correr

Rede que embala o amor e lambuza de tambatajá
Lábios com fino licor sede de se lambuzar
O meu pensamento voa, chega primeiro a minha voz

Cai nos meus braços, aperta os laços desfaz os nós
O grito dessas pessoas
No fundo dos seringais
Devia ser escutado em Beléns e Manais

Corre nas veias, remar e seguir a viagem
Viver só carece coragem, esperança que a paz reine na floresta

Não venha o fogo queimar
Nem trator poder arrastar
Pra que a vida queira pulsar
E correr


Sertão das águas o amor quando quer é bater e valer
Inunda os dias de sol e pode chover se quiser
O meu pensamento vai, chega primeiro a minha voz

Cai nos meus braços, aperta os laços desfaz os nós
O grito dessas pessoas
No fundo dos seringais
Precisa ser escutado em Beléns e Manais

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