domingo, 18 de maio de 2008

O ACRE ERA UM LIXO

Como nesta imagem do Palácio Rio Branco


Tenho dois amigos em Rio Branco com quem converso todos os dias por meio de mensageiro instantâneo na web. Tive o prazer de encontrar um e outro pessoalmente uma vez apenas, mas o prazer maior foi tê-los apresentado virtualmente e saber que se tornaram amigos.

Um é o Davi Sopchaki, 20, estudante de engenharia florestal, cujo maior trabalho é fotografar Rio Branco de todos os ângulos. O outro é Thiago Fialho, 21, estudante de direito, blogueiro.

Comecei a admirar o Thiago há quatro anos, quando ganhou destaque nos cadernos de informática da grande imprensa ao criar o primeiro videolog no país. Ele enviou e-mails às redações sugerindo uma matéria e argumentava que o assunto tinha sido destaque na revista Time e no diário inglês The Guardian - o que era uma baita mentira dele.

Horas depois, recebeu e-mails da Folha, Globo e do Diário de Pernambuco, que queriam entrevistá-lo. Depois disso, quando o assunto parecia ter esgotado, ele mesmo escreveu uma matéria que abordava o assunto, assinou com o nome de um amigo dele, e enviou para alguns jornais. A Tarde, da Bahia, e o Diário do Nordeste publicaram.

Já escrevi outras vezes a respeito da inteligência e da paixão dessas duas figuras pelo Acre. O faço agora para lembrar que a gente às vezes até parece exagerar nas críticas ao Jorge Viana, Marina Silva, Tião Viana, Binho Marques, Raimundo Angelim e tantos outros, como Sibá Machado. Mas é inegável que a Frente Popular do Acre transformou o Estado. E é por isso que deve demorar bastante até que o povo devolva a oposição ao poder.

Davi Sopchaki e Thiago Fialho participam na web do fórum SkyScraper City, mais conhecido como SSC. Felizmente não são do PT, mas passaram os últimos meses dedicados em reunir uma sequência de fotos para mostrar a transformação da paisagem, promovida pela prefeitura de Rio Branco e governo estadual.

É possível ver o antes e o depois do Parque da Maternidade, do Parque Tucumã, da Via Chico Mendes, da avenida Antonio da Rocha Viana, da Estrada Dias Martins/Av. Ceará, do Palácio Rio Branco, do Memorial dos Autonomistas, do acesso ao aeroporto, da Praça do Seringueiro, da Praça dos Povos da Floresta, do Hospital da Criança, do Palácio das Secretarias, do Mercado Velho, da Rua Epaminondas Jácome, da Praça da Revolução, da Usina de Arte, da Gameleira, da Tentamen, da Estrada do Calafate, do Distrito Industrial, da Praça dos Tocos... É possível conferir o antes e o depois disso e daquilo.

O Acre de antes era o Acre, entre outros, de Nabor Júnior, Flaviano Melo, Edmundo Pinto, Romildo Magalhães e Orleir Cameli. O Acre era um lixo. É claro que o problema de água e esgoto, por exemplo, ainda persistem em Rio Branco, mas a mudança em alguns aspectos já é significativa e transformou a vida das pessoas, o que evidencia que a corrução diminuiu um pouco. A mudança agrada até a quem não conheceu o lixo que era o Acre.

Clique em "Acre - Melhorias urbanas nos últimos 10 anos - Fotos de antes e depois das obras" para constatar.

11 comentários:

. disse...

Todos nos sabemos que nas suas epocas, Wanderley Dantas, Geraldo Mesquita, Nabor Teles da Rocha Junior e Flaviano Flavio Baptista de Melo, revolucionaram o estado, foi grande construtores e trouxeram muito progresso e avanço para o Acre, Jorge e Binho, estao empatamos nem mais e nem melhor, apenas mais maquiado e florido. Vamos ser justos

Unknown disse...

Diferenças gritantes !
e o thiago é um brincante hahah!

abraço Altino.

Anônimo disse...

Trabalho muito bom. Pena que pode servir à política. Aí desnatura e perde a maior parte do brilho. O antes e o depois, da forma como foi posta, me parece campanha.Se o trabalho é pago com dinheiro público então já viu.

Unknown disse...

Esta fotografia, mostrando um pé de mamão crescendo na calçada lateral do Palácio Rio Branco, retrata o período de governo do governador Orleir Cameli. Dizia-se, naquele momento, que esta seria a sua maior contribuição para o desenvolvimento da agricultura no Acre.

Anônimo disse...

O trabalho dos estudantes Davi Sopchaki e Thiago Fialho deve sim servir à política, pois mostra que o que é possível se fazer com o mínimo de capacidade de administrar os recursos públicos. Deve servir de exemplo para os que pretendem administrar o estado no futuro. Quanto à utilização eleitoreira de feitos, quem disse que é necessário que alguém organize um trabalho como esse? Com certeza os marketeiros do PT detêm em seu poder acervos bem melhores. Além do mais, não é crime mostrar o que se fez. Crime é comprar votos e roubar o dinheiro público, mazelas ainda presentes na nossa realidade, apesar dos notáveis avanços. Agora, dizer que Wanderley Dantas, Geraldo Mesquita, Nabor Junior e Flaviano Melo revolucionaram o estado,isso sim, é crime. Crime contra a própria consciência e um atentado contra a própria ignorância. Deve ser piada desse tal Leandrius porcalhão.

Odele Souza disse...

Olá Altino,

Gostei de "conhecer" Davi e Thiago, aqui apresentados por você.

A postura "arrojada" de Thiago para chamar a atenção e dar visibilidade ao seu trabalho, me encanta e Davi deve ter uma excelente coleção de fotos do Acre.

É muito interessante vermos o "antes" e o "depois" de qualquer coisa, pelas transformações ocorridas. Em se tratando de lugares, isto é fascinante.

Um abraço Altino, e muito obrigada pelo link de Flavia.

Anônimo disse...

O JV realmente foi o principal - senão o melhor - Gestor Público que já apareceu no nosso Executivo ATÉ OS DIAS DE HOJE. Primeiro na PMRB... Eu era moleque quando o Projeto Habitar Brasil da PMRB saaneou meu bairro... No Governo o JV ou a Gestão da Frente Popular realizou uma mudança positiva de 360 Graus no Acre... Pena que a Gestão BM tenha transformado a Ferrari do JV em um fusquinha anos 70... pelo menos está continuando no mesmo caminho... quanto a maquiagem que todos falam que foi feita em nosso Estado... bem, o Canal da Maternidade foi muito bem maquiado e com direito a retoques photoshopeantes... o asfalto da via verde estourou antes mesmo dela ser inaugurada realmente... mas convenhamos... quem algum dia se interessar em conhecer mais a geologia do nosso Acre vai descobrir que nós temos um solo fraquissimo no tocante a sofrer alto impacto, por exemplo o pedo do pneus dos carros...Admiro e muito o JV pelo que ele fez no Acre... uma coisa ruim foi apoiar o Lula, mas... partidarismo é partidarismo... Quanto ao Leandriu... há... ele tem que falar mesmo... o Pai dele ganhou muito dinheiro com Flaviano Melo e cia...

. disse...

Aquiles, quando as obras sao bem feitas, quando se respeita o dinheiro publico, a rodovia Ac-40, que inventaram de botar o nome daquele estorvo assassinado ha 20 anos, e um grande exemplo, construido no governo Nabor Junior, a maior parte do seu asfalto é daquela epoca. Gostaria de saber aonde esta o dinheiro que meu pai ganhou no governo Flaviano Melo, porque se ele ganhou tanto ele como eu gostariamos de tomar posse dessa grana

Anônimo disse...

Para aqueles que criticam sem fundamento, só por perseguição fica o meu depoimento de exemplo:
Sempre gostei de criticar as coisas, principalmente na área política, baseado somente em duas coisas: "Interesses pessoais e falta do que fazer". Descobri despois de algum tempo que eu poderia contribuir melhor não só para a política, mais também para o convívio melhor com as pessoas, desenvolvendo minhas próprias idéias e conhecimentos, a benefício de mim e também de meus irmãos. Estar sendo uma experiência fantástica pois, faço o que gosto, penso o que quero, e ajudo a quem precisa. Mas sempre deixando as covardias de lado, ou seja, nunca prejudicando ninguém, se posso contribuir ou ajudar, faço, se não, também não atrapalho. O resultado de tudo isso é que hoje vivo feliz, e já estou colhendo os resultados dessa nova forma de viver. Um dia pensei: se acho que alguma coisa estar errado na política, então devo lançar minha candidatura, aí faltou coragem! então pensei como posso me envolver em assuntos que não faz parte do meu dia a dia. Por isso fica um toque de amigo, vivamos a vida, aproveitemos da melhor forma possível, por que ela é passageira. Desculpe-me os amigos, mais não sei escrever bem.
O Blog é sempre 10.

Anônimo disse...

Meu caro anônimo, quero deixar claro q você e a todas as pessoas que visitam este blog, que em momento algum sequer recebemos um mísero centavo do governo e de qualquer outra instituição –e nem queremos receber- para fazer esse “trabalho” que, aliás, não nos deu quase nenhum esforço em realizar. Talvez a única pessoa que sabia o que iríamos fazer era o Sérgio Vale, que foi quem gentilmente me recebeu na SECOM quando eu fui pedir algumas fotos antigas e atuais, pois atualmente não são fáceis de se encontrar na internet, no mais, todas as pessoas ficaram sabendo disso a partir de ontem. O que nós estamos ganhando com isso – e toda a população do acre também- É admiração da população de outros estados, até porque naquele fórum de discussões urbanas existem mais de 300 membros brasileiros, dos quais apenas 5 são acreanos. Não importa se essa obra foi feita por governo “x” ou “y”, se bem que nesse caso foi só pelo governo “x” mesmo...Notem que em momento algum foi citado quem e qual o partido que realizou essas obras...A gente poderia sim estender o período de 10 anos pra 20 anos, mas qual obra vocês nos sugerem colocar? Alguém se arrisca em opinar?

Unknown disse...

Falar pouco sobre o que exige amplas dissertações é correr o risco de ser mal interpretado. Tenho pouco tempo para comentar sobre esse tema. É uma questão de interpretação de momentos históricos, tarefa difícil de ser realizada. Tarefa necessária no Acre de hoje. A recuperação histórica de cada período de governo necessita uma ação cuidadosa e, inevitavelmente, constituirá uma abordagem onde transparecerá um grau considerável da subjetividade de quem realiza a tarefa. Cada intérprete, terá sua análise marcada pela perspectiva teórica que tenha abraçado e que marque sua visão de mundo.

Certamente, é preciso ter em mente que Leandrius não realiza uma recuperação histórica. Ele apenas fala desde uma posição ideologicamente posta e não pretende esclarecer qualquer coisa. Isto está muito claro.

Então. Diante da minha falta de tempo, gostaria, apenas, de lembrar que é necessário por em evidência o pano de fundo histórico de cada momento de governo. Isso não inocenta ninguém de desvios e mau uso de recursos ou, mesmo, da incompetência quando tentou desvendar a realidade para a construção das ações de governo. Há, mesmo, períodos de governo, sem qualquer pretensão de apoiar-se num plano. Alguns embarcam na aventura do exercício de governo, simplesmente, reproduzindo a ideologia predominante, seguindo os passos da classe dominante, em outros termos, reproduzindo suas ligações de classe; alguns, meros fantoches do poder.

Outros, entretanto, avançam propostas reformadoras sem muita ênfase no sentido de alcançar alguma ruptura. Pode-se dizer: trata-se de buscar mudanças que não mudem o que é essencial.

E, temos, sim, momentos extraordinariamente, ricos de experimentações políticas nos momentos de governo acreanos. Existem nomes que olharam para a construção de rupturas importantes e seguiram estradas que o expuseram ao rancor da classe dominante. Outros nem tanto. O fato de termos uma história rica, nos remete para as comparações. Mas, mesmo assim, não se pode perder de vista que há possibilidades de comparações a partir de muitos pontos de vista.

Pessoalmente, prefiro enquadrar cada período de governo a partir de uma visão que me permita compreender como o governante se relacionou com as classes populares. Prefiro considerar em que sentido cada um pode ter se posto ao lado das classes dominantes e de como se portaram em relação a classe trabalhadora; em que sentido cada um operou para incorporar a massa de trabalhadores desempregada dos seringais e empurradas para as nossas caóticas cidades. Prefiro considerar os momentos de melhor incorporação, de elevação da parcela salarial, de melhorias nas condições habitacionais, de saúde, de alimentação, de educação, de garantia no emprego.

O belo trabalho dos estudantes Davi Sopchaki e Thiago Fialho, quem sabe, pode, além de nos sensibilizar pela beleza do colorido, nos despertar para buscar uma melhor compreensão da realidade por trás das paredes das casas coloridas e dos bairros para os quais nos levam as estradas amplas, iluminadas e bem sinalizadas, modernas. Talvez, possam nos levar a continuar indagando por que cresceram tanto as nossas cidades ou a procurar desvendar qual a relação que tem esse crescimento intenso das áreas urbanas com o crescimento dos campos de pastagem, ou com a manutenção da estrutura fundiária dos tempos do seringalismo.