Sérgio Abranches
Ainda não estão claras as razões do pedido de demissão da ministra Marina Silva. Para um observador de fora não faltariam razões. O PAC é uma afronta ambiental. O Plano Amazônia Sustentável foi deformado ao longo das disscussões no governo e, ao ser apresentado, já vinha engolido pelo PAC. O governo toma, diariamente, na área do desenvolvimento econômico, da indústria, da agricultura, da energia e dos transportes, medidas que contrariam a possibilidade de uma política de mitigação das emissões de carbono e da mudança climática. A declaração recente da ministra Dilma Roussef de que a Amazônia é a fronteira hidrelétrica do Brasil, só não é pior que sua declaração original, no lançamento do PAC, de que ela era a fronteira agrícola em expansão.
O plano rodoviário para a Amazônia é uma tragédia e tem alternativa ferroviária, que jamais foi discutida. A recém lançada política industrial, não faz nem uma simbólica referência à questão ambiental. Desde que foi para o governo, Mangabeira Unger se arvorou em guru da Amazônia para o século XXI e deitou a falar absurdos, que atropelam qualquer idéia de uma Amazônia sustentável. Não acho, pessoalmente, que a política do MMA era a melhor para uma Amazônia sustentável a longo prazo, mas era infinitamente superior às idéias estapafúrdias do professor Unger.
Tudo indica que essa apropriação indébita da Amazônia, região de origem e dos cuidados da ministra e, obviamente, o hotspot ambiental e climático do Brasil, foi longe demais. Marina Silva aceitou muitos compromissos para manter-se no governo e tentar equilibrar, minimamente, as questões ambientais e a política governamental. Parece que o avanço do professor Unger sobre a Amazônia foi a gota d’água. Tem razão. É uma clara grilagem de espaço nas políticas públicas e na jurisdição e autoridade do ministério do Meio Ambiente.
Se arbitrou pelo professor Unger, em desfavor à ministra Marina Silva, o presidente Lula pode ter errado feio, tanto no plano político, quanto no da projeção externa do país e da questão a amazônica. Entre o professor de filosofia do direito de Harvard e Marina Silva, um ícone ligado à luta pela Amazônia, a opinião pública ficará com Marina.
A queda de Marina Silva é bastante expressiva da posição periférica do ministério na política de governo e da falta de consideração da cúpula do governo pela questão ambiental e climática.
◙ Sérgio Abranches é colunista do site O Eco.
6 comentários:
O texto do articulista Abranches joga alguma luz sobre a saída da ministra, mas, de saída trata de escamotear as causas menos glamurosas, aquelas mais acultadas pelo seu próprio texto, a saber:Os grandes interesses do agro negócio, os usineiros, os plantadores de soja e de cana,os investidores da bolsa, as grandes empreiteiras, as construtoras de hidrelétricas e toda sorte de grileiros e afins.O Abranches que aqui na amazonia há mais espaço entre a canoa e o barranco do que aprendemos em nossa pobre geografia da escola.
Esse fato é totalmente lamentável e ridículo ao mesmo tempo. Mostra como o governo mente em suas propostas sustentáveis. O sentimento agora é de pessimismo, pois não acredito em melhores notícias agora com a indicação de seja lá quem sabe.
A verdade verdadeira é que o Brasil não está ligando para a política internacional de Mundanças Climáticas e não quero dizer que isso está errado, pois existem cidadaõs que passam fome e dificuldade na vida e só querem um pouco de progresso, desenvolvimento, todos merecem. A questão que me indago é se viver na Terra é sustentável ou não, mesmo com uma ideologia de conservação e sustentabilidade, pois estamos falando de bilhões de terráqueos consumidores, mesmo que o esscencial.
Seria possível discutir a filosofia da solidariedade e consequente sustentabilidade dentro do Poder?
Esse fato é totalmente lamentável e ridículo ao mesmo tempo. Mostra como o governo mente em suas propostas sustentáveis. O sentimento agora é de pessimismo, pois não acredito em melhores notícias agora com a indicação de seja lá quem sabe.
A verdade verdadeira é que o Brasil não está ligando para a política internacional de Mundanças Climáticas e não quero dizer que isso está errado, pois existem cidadaõs que passam fome e dificuldade na vida e só querem um pouco de progresso, desenvolvimento, todos merecem. A questão que me indago é se viver na Terra é sustentável ou não, mesmo com uma ideologia de conservação e sustentabilidade, pois estamos falando de bilhões de terráqueos consumidores, mesmo que o esscencial.
Seria possível discutir a filosofia da solidariedade e consequente sustentabilidade dentro do Poder?
Esse fato é totalmente lamentável e ridículo ao mesmo tempo. Mostra como o governo mente em suas propostas sustentáveis. O sentimento agora é de pessimismo, pois não acredito em melhores notícias agora com a indicação de seja lá quem sabe.
A verdade verdadeira é que o Brasil não está ligando para a política internacional de Mundanças Climáticas e não quero dizer que isso está errado, pois existem cidadaõs que passam fome e dificuldade na vida e só querem um pouco de progresso, desenvolvimento, todos merecem. A questão que me indago é se viver na Terra é sustentável ou não, mesmo com uma ideologia de conservação e sustentabilidade, pois estamos falando de bilhões de terráqueos consumidores, mesmo que o esscencial.
Seria possível discutir a filosofia da solidariedade e consequente sustentabilidade dentro do Poder?
Dilma tem que ser viável. O PAC ou a vida. O PAC. Pronto. Simples assim.
Marina fora do governo Lula. VIVA MARINA, SENADORA DO ACRE!!!!!
Postar um comentário