quinta-feira, 30 de março de 2006

RUY CASTRO REAGE

O escritor Ruy Castro enviou a seguinte mensagem ao blog:

"Não precisava ter-se dado ao trabalho, Altino. Eu já tinha vários outros bons motivos para não me esquecer do Acre.


No passado, tive muitas oportunidades para me prevalecer de alguém que me concedia uma entrevista. Mas preferi ser respeitador e honesto. Nunca me arrependi.

Você foi menor, Altino. Espero que seu oportunismo barato lhe traga os benefícios que você imaginou. Em compensação, você ganhou um desafeto, que nunca lhe prejudicará, mas que, numa volta ao Acre -- e pode ter certeza de que eu voltarei muitas vezes --, saberá manter distância.

Não se deve dar as costas aos canalhas.

Até nunca mais.

a) Ruy Castro"

Nota: Ruy, como não dependemos um do outro, seja feita a vossa vontade. Não fiz nenhuma pergunta ofensiva. Ser desrespeitador e desonesto é não ter atendido seu pedido para não publicar as respostas bobas que você deu para minhas perguntas sem sentido durante a entrevista? Quem foi menor foi você e isso está evidente para quem assistir a íntegra do vídeo com a entrevista. Faço minhas as palavras do comentário deixado pelo escritor Antônio Mello: "Entrevista não é merchandising. Nem entrevistador é levantador de vôlei. O seu blog, Altino, cumpre a função importantíssima de mostrar para o Brasil uma visão da Amazônia. E o que os brasileiros pensam - ou, no caso, não pensam - dela. Sou leitor". Você continuará escritor e eu jornalista no fim do mundo. Até nunca mais e passar bem.


Ruy Castro:
Altino, atendi ao seu pedido de boa fé, mesmo estando em trânsito há 48 horas e tendo feito dois lançamentos e já dado duzentas entrevistas e com um avião saindo. O tipo de pergunta que você fez equivaleria a você vir aqui e eu ficar te perguntando sobre a desfusão do Estado do Rio ou o desligamento da Barra da Tijuca.

Sempre que um entrevistado me pediu para não usar o que ele disse, eu acatei. E quem disse que você "não depende de mim"? Tanto depende que não aceitou perder a entrevista. E depende de todo mundo que se arrisca a falar pro seu blog. Se você trata assim todas as pessoas que se sujeitam a te atender, brevemente ficará falando sozinho.

10 comentários:

Anônimo disse...

É uma pena que você não teve coragem de sentar na mesa dele num restaurante no Rio...

Anônimo disse...

Caro Altino,

Imagine se você tivesse perguntado a esse 'escritor' o que ele achava do Batedor, da Caipora e se ele já tinha bebido Caiçuma ou dançado o Mariri...

Quer dizer que ele acha que a destruição da Amazônia é resolvida com algumas 'arvorezinhas" que brotam depois das imensas queimadas? É um gozador!

Por que você não pediu para esse 'escritor' voltar de ônibus? Só assim ele ia perceber que essas 'arvorezinhas' não nascem nas imensas plantações de soja...

Pobre Amazônia! Pobre literatura!

Anônimo disse...

Li a entrevista e vi o vídeo. Até agora não entendi o motivo da irritação do Ruy Castro com as suas perguntas. Mostrei à minha amiga Ana Girlene Oliveira, também jornalista, e ela ficou estupefacta com o tom desdenhoso com que ele se referiu às questões da Amazônia. Esse senhor estava num péssimo dia ou é mais um caso de estrelismo abalado. E a gente recebe tão bem essas criaturas. Estende tapete e oferece sorvete pro cara dizer que derrubam árvores, mas elas crescem depois ou que na Groelândia também tem biodiversidade e ele nem sabe onde fica. Tá claro que é mais um vaidoso em busca de afagos ao seu opulento ego.

Anônimo disse...

Altino,
No meu tempo aí, dizia-se que ninguém passava por uma aldeia indígena impunemente. Fiquei eternamente comprometida. Acho que isso se aplica ao Acre, como um todo. Tenho certeza de que esse rapaz, o Ruy, vai se tornar logo logo um expert em Amazônia. Ele não vai ficar com essa espinha na garganta. Parabéns! O Brasil e a Floresta agradecem, se puderem contar com defensores de ampla repercussão nacional.

Anônimo disse...

Ao comparar a importância da "'desfusão' do Estado do Rio" (feita há 40 anos) ou "o desligamento da Barra da Tijuca", assunto da cidade, ao q acontece na Amazônia, o Castro reflete o procedimento geral da imprensa "nacional" brasileira, comandada pelo Sul do país. Quem se importa com o que acontece além de Rio, SP ou Brasília? Fora isso, vale somente pauta em Nova York, Miami, Londres, Paris; esses sim, locais dignos de interesse... Nacionalmente, só se fala de Amazônia quando Amazônia é assunto nos países "importantes". É muita miopia, mais do que se pode aceitar de jornalistas e escritores.

Anônimo disse...

Volto ao blog para dizer que errei. A "desfusão" do estado do Rio não foi feita há 40 anos. Na verdade é um movimento q defende a autonomia da cidade do Rio (!). No entanto, continua a ser um assunto local, carioca.

Anônimo disse...

O que o Ruy não percebe é que assuntos do Sudeste, mesmo tão localizados como a desfusão, assim como o movimento anterior da fusão, são transformados em temas nacionais pela imprensa do sudeste que monopoliza o sistema nacional de informações. Um pouco mais atento aos temas além do seu próprio umbigo, saberia que a centralização/concentração do poder econômico e a existência das redes nacionais, coisa que se desdobra desde os anos finais da década de setenta, faz das pessoas na periferia atentas e, impositivamente, conhecedoras do que interessa aos monopólios.

Como a Márcia fiquei, também, sem saber muito o motivo de tanta revolta. A não ser que reconheçamos a postura sempre propotente de muitos dos operadores ou beneficiados dos monopólios da informação, como o próprio Ruy que, a esta altura, fatura algum com temas como o da Carmen. Ora, deve pensar ele, afinal o que importaria temas regionais diante da grande Carmen que encantou nossos patrões do Norte?

E como muitas das celebridades "nacionais", umas ditas muito bem informadas, Chico Mendes, devastação florestal, genocídios, destruição cultural, isso são assutnos menores para suas mentes privilegiadas.

Afinal, ao decidir-se ir ao Acre, estava atento, apenas, na possibilidade mercadológica para sua mercadoria. E vem o Altino se meter a besta cobrar-lhe consciência dos problemas do Acre. Ao Altino caberia dobrar-se ao tema da celebridade e não ao contrário.

Anônimo disse...

Entretanto, numa coisa teremos de concordar com Ruy Castro: com o motivo que ele alega para não ter ido apanhar o diploma de Sociologia.

Anônimo disse...

Gostei dessa, Altino. Mas vc pensava q ele era sério? O Ruy Castro é uma das grandes leviandades brasileiras. O Chega de Saudade, o livro que lhe deu fama, é conhecido, por quem entende um pouquinho de historia da MPB, como ficçao cientifica: é o livro com mais desmentidos do Brasil. Em outro livro qdo fala da morte do Chico Viola (Francisco Alves) erra tudo: troca o lugar, a hora, o carro. No livro sobre Ipanema ele diz q o Gerald Thomas é filho de general nazista: o Gerald Thomas é judeu e a familia morreu em campo de concentraçào. E por ai a fora. Mas ele vive soltando livro ditos biograficos (deve-se reconhecer q ele tem texto muito bom e atraente), as suas estorias passam por historias etc. Todo mundo acredita neste engodo, pq ele foi do pasquim, tem os amigos certos e continuam pagando as "pesquisas" dele. Vc so' comprovou mais uma vez pra' mim o que ja' sabia: Ruy Castro é mais uma das leviandades brasileiras. nn

Anônimo disse...

Pois é...
Quem mandou só perguntas idiotas?