
O candidato do PT com certeza será o vice-governador e secretário de Educação Arnóbio Marques, 43, o Binho, que é considerado pela ministra como o seu melhor amigo. É promessa segura de uma verdeira revolução no ambiente acreano.
Binho foi quem mais estimulou Marina Silva a estudar, quando a mesma saiu do seringal Bagaço para viver em Rio Branco. Chegou a pagar a inscrição dela no vestibular e a comprar seus livros. Ambos se formaram em história pela Universidade Federal do Acre.
Arnóbio Marques tem sido o maior entusiasta da Usina de Comunicação e Arte João Donato. No começo dos anos 80, Binho esteve envolvido com o movimento cultural e artístico em Rio Branco, tendo sido um dos idealizadores do extinto Teatro Horta, no bairro da Estação Experimental. A ministra Marina Silva era atriz e figurinista do grupo.
Vários jovens que participaram do movimento cultural e artístico há mais de 20 anos alcançaram posições de destaque e influência em diversas áreas do ambiente social e político acreano.
Binho é casado com a jornalista Simony D’Avila, diretora da TV Aldeia. No governo, esteve sempre empenhado em contribuir para resgatar a efervescência artística e cultural que marcaram o Acre naqueles anos.
Ele é secretário de educação desde que Jorge Viana administrou a prefeitura de Rio Branco em meados dos anos 90. Como secretário municipal e estadual, Binho mudou a realidade da educação no Acre, tendo seu trabalho sido reconhecido com premiações nacionais.
Bastante metódico, poucos da atual equipe de governo entendem de gestão pública como ele. Além disso, sua indicação será capaz de animar a militância petista por ser considerado um quadro "ideológico".
As mudanças que a gestão de Jorge Viana tem promovido no Acre são consideradas revolucionárias. Com Arnóbio Marques no governo a tendência é de que as mudanças sejam bem mais ousadas, sobretudo no campo social, após quase oito anos de organização da máquina pública estadual.
Clique aqui para ler a entrevista concedida ao blog, na qual Binho Marques se revela uma positiva ameaça ao establishment. Na ocasião, negou qualquer pretensão em voltar a disputar cargo eletivo e por isso acabei suprimindo a pergunta e sua negativa. Veja a última pergunta da entrevista:
É por conta dessa sutileza da arte como elemento de transformação que os políticos têm dificuldade em incentivá-la?
Talvez a gente tenha poucos artistas na política. Nós queremos contribuir com uma juventude que já está com gás para fazer as mudanças, para que ela possa ser mais criativa, produtiva, ligada à realidade amazônica. O verdadeiro espírito de florestania está dentro dessa usina, para que possamos ter uma consciência nova, voltada à defesa do meio-ambiente, justiça social e solidariedade. A gente começou essa mudança, mas essa mudança precisa de mais gente. A idéia é usinar um novo conceito de sociedade. A gente vê o passado quando olhamos para essa usina. É olhando para o passado que a gente constrói o futuro. Nesse ambiente no qual o passado e o futuro vão se encontrar, também será o encontro de tradição e modernidade, de culturas, pois vivemos num ambiente onde transitam 16 etnias. Queremos uma sociedade plural na qual a diversidade é a nossa maior força. O Acre é um destaque no Brasil e será um destaque no mundo também por isso: o respeito às diferenças.