Veja o que disse o senador Jorge Viana (PT-AC), neste sábado (25), durante manifestação do partido em apoio ao governador Tião Viana, cuja gestão está no centro de um escândalo nacional por conta da Operação G-7 da Polícia Federal:
- Vocês sabem quem é um dos chefes da perícia da Polícia Federal do Acre? É parente do Flaviano Melo. É uma pessoa parente do Flaviano Melo, que já ocupou uma série de cargos. E se essa pessoa estiver fazendo uma ação dirigida? Eu só quero que investigue.
Todos já sabem que a PF prendeu 15 empreiteiros e secretários do governo do Acre
envolvidos com o G-7 - grupo de sete empresas de construção civil que atuava
de modo articulado para fraudar licitações de obras públicas no Acre.
Evidente que o nervosismo de Jorge Viana nos últimos dias o induziu ao esquecimento e equívoco.
O senador se referiu ao engenheiro Roberto Feres, perito da Polícia Federal, que não é parente do ex-governador e atual deputado Flaviano Melo (PMDB-AC).
Feres na verdade é casado com Nazle Maria Fecury de Melo Feres, que é prima de Flaviano Melo e do ex-governador Binho Marques (PT). Nazle Feres trabalha há muitos anos no gabinete do secretário de Fazenda, Mâncio Cordeiro.
A casa do secretário foi alvo de mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal por conta da Operação G-7. Mâncio Cordeiro chegou a prestar depoimento e consta como indiciado por desvio de recursos públicos.
Vale lembrar também que o secretário de Fazenda é casado com Waldirene Cordeiro. Durante muitos anos ela chefiou a promotoria de Defesa do Patrimônio do Mistério Público do Acre. A mulher do secretário deixou a promotoria em novembro do ano passado porque foi escolhida para o cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça pelo governador Tião Viana (PT).
Mais: o senador Jorge Viana e o governador Tião Viana são primos de um agente que trabalha na Superintendência da Polícia Federal no Acre. O nome do agente é Bruno Falcão Macedo Junior. Além dele, existe o agente Francisco Sales Pessanha Junior, casado com uma prima do senador e do governador. A esposa de Peçanha é filha de Ciro Falcão Macedo, tio dos dois políticos.
Em situações assim a PF segue procedimentos éticos. Tanto o agente primo dos irmãos Viana como o perito casado com a prima dos dois ex-governadores não participaram da Operação G-7.
Aliás, 150 agentes de diferentes partes do país foram convocados para participarem da Operação G-7, deflagrada publicamente naquela histórica sexta-feira, no dia10 de maio. Todos vieram para o Acre cientes de que participariam de uma operação, mas nenhum sabia qual era o foco. É assim que a PF age.
Cada grupo de agentes só recebeu o script do que deveria fazer meia hora antes, quando saíram para cumprir mandados de prisões preventivas e de busca e apreensão, por ordem da desembargadora Denise Castelo Bonfim.
Ainda vamos ler e ouvir muita bobagem como parte de um esforço organizado para tentar desqualificar o trabalho da Polícia Federal e da desembargadora. Faz parte da política.
Atualização
O perito criminal federal Roberto Feres foi afastado de suas funções há aproximadamente dois anos para chefiar o núcleo de engenharia que cuida da obra da nova sede Superintendência da Polícia Federal no Acre.
Leia mais sobre a reação dos irmãos Viana no site AC 24 Horas.
ADMITO QUE ERREI - atualização às 11h31 de 18 de outubro de 2014
Errei na nota intitulada “Senador Jorge Viana se equivoca ao insinuar relações políticas na Operação G-7”,
publicada em maio do ano passado, quando afirmei que a casa do então
secretário estadual de Fazenda, Mâncio Lima Cordeiro, fora alvo de
mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal por conta da
Operação G-7, deflagrada dias antes.
Não é verdade que a casa do
ex-secretário tenha sido alvo de mandado de busca e apreensão. Meu erro
se estendeu ao afirmar que Mâncio Lima Cordeiro chegou a prestar
depoimento e constava como indiciado por desvio de recursos públicos.
O
que na verdade ocorreu é que a PF pediu à desembargadora Denise Bonfim,
do Tribunal de Justiça do Acre, autorização para que o então
secretário, em 10 de maio de 2013, quando a Operação G-7 foi deflagrada,
fosse conduzido coercitivamente para prestar depoimento.
A
desembargadora negou o mandado de condução coercitiva da PF contra o
então secretário baseada no entendimento de que o próprio delegado
poderia fazê-lo sem necessidade de pedir a magistrado.
Duas
semanas após a deflagração da Operação G-7, a PF optou por convocá-lo
para depor como testemunha. Portanto, o ex-secretário Mâncio Cordeiro
não consta na lista de indiciados pela PF em decorrência da Operação
G-7.
Em audiência judicial, realizada no dia 15 de outubro de
2014, relativa ao processo nº 0010845-86.2014.8.01.0070, movido por
Mâncio Lima Cordeiro, concordei em publicar esta nota admitindo o erro
em meu blog.
Minhas desculpas a Mâncio Lima Cordeiro pelo erro.
4 comentários:
Eu ESTOU RESPONDENDO Ao ACINTE da FAMILIOCRACIA VIANA Com PETIÇÃO de CLAMOR PÚBLICO ESTADUAL, NACIONAL e INTERNACIONAL!NATURALMENTE, Anexando Provas, e, MEU PAVIO CURTO FOI ACIONADO ' ...Quando os Jorge & Tião Viana ' NÃO COMPARECERAM À REUNIÃO INSTITUCIONAL QUE APRECIARIA A DEMISSÃO de MAIS de 11 Mil SERVIDORES ESTADUAIS!!!SE Os GOVERNANTES NÃO SE IMPORTAM COM O SEU POVO....FAREI SEU POVO IGNORÁ-LOS!!!A.G.U.A.D.E.M...
Sabedoria chinesa que vem muito bem a calhar: “Quando homens honrados governam, ladrões e corruptos desaparecem”. (Confúcio). Logo, o inverso também é verdadeiro.
Em cidade pequena é claro que alguém sempre vai ser parente de alguém. Agora com concurso público não há o que discutir: concurso é meritório! E instituições sérias, ainda tem procedimentos para minimizar ou aniquilar eventuais incoerências, como você sabiamente relata Altino. Mas qual o mérito em indicação? Ao meu ver apenas uma nova forma de racismo! O senador deveria pensar num projeto de concurso pra chegada dos desembargadores nos TJ, ministros no STF, etc... Afinal, o acre não deve ser lembrado só pelas (mesmas) notícias ruins de antigamente e de hoje.
Errei na nota intitulada “Senador Jorge Viana se equivoca ao insinuar relações políticas na Operação G-7”, publicada em maio do ano passado, quando afirmei que a casa do então secretário estadual de Fazenda, Mâncio Lima Cordeiro, fora alvo de mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal por conta da Operação G-7, deflagrada dias antes.
Não é verdade que a casa do ex-secretário tenha sido alvo de mandado de busca e apreensão. Meu erro se estendeu ao afirmar que Mâncio Lima Cordeiro chegou a prestar depoimento e constava como indiciado por desvio de recursos públicos.
O que na verdade ocorreu é que a PF pediu à desembargadora Denise Bonfim, do Tribunal de Justiça do Acre, autorização para que o então secretário, em 10 de maio de 2013, quando a Operação G-7 foi deflagrada, fosse conduzido coercitivamente para prestar depoimento.
A desembargadora negou o mandado de condução coercitiva da PF contra o então secretário baseada no entendimento de que o próprio delegado poderia fazê-lo sem necessidade de pedir a magistrado.
Duas semanas após a deflagração da Operação G-7, a PF optou por convocá-lo para depor como testemunha. Portanto, o ex-secretário Mâncio Cordeiro não consta na lista de indiciados pela PF em decorrência da Operação G-7.
Em audiência judicial, realizada no dia 15 de outubro de 2014, relativa ao processo nº 0010845-86.2014.8.01.0070, movido por Mâncio Lima Cordeiro, concordei em publicar esta nota admitindo o erro em meu blog.
Minhas desculpas a Mâncio Lima Cordeiro pelo erro.
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