
A histórica Casa da Família Lavocat, na Epaminondas Jácome, no centro de Rio Branco, foi literalmente tombada pela especulação imobiliária na calada da noite de domingo, 14.
A família já havia sido notificada pelo Departamento de Patrimônio Histórico e Cultural do Acre (DPHCA) que o imóvel integrava o Sítio Histórico do Primeiro Distrito de Rio Branco.
- É lamentável esse nosso desapego pela memória - reagiu a novelista acreana Glória Perez, que chegou a freqüentar aquela que foi uma das primeiras casas em alvenaria do Acre.
A casa praticamente teve origem a partir do casamento de Jorge Felix Lavocat com Clarice Batista, ambos de famílias da elite política e econômica do então Território Federal do Acre.
De acordo com o historiador Daniel da Silva Klein, do DPHCA, em 1958 Jorge Lavocat passou a morar com a família na casa, ornada com móveis e materiais vindos de Belém.
- Imediatamente a residência da família Lavocat transformou-se em um quartel do Movimento Autonomista. Quando Guiomard Santos visitava o Acre hospedava-se nela - assinala Klein.
Jorge Lavocat construiu a casa com o recursos que ganhou ao longo de uma carreira pública de relativo sucesso na prefeitura de Rio Branco, no final do anos 40 e inicio de 50, cargos nos governos de Guiomard Santos, Valério Magalhães e como presidente da Associação Comercial do Acre, dentre outros.
- Sua nova residência era ornada com móveis finos, pintura elaborada por um mestre artista vindo do exterior e um lustre alemão comprado em um leilão em Belém, que foi trazido para ficar especialmente na sala de estar - acrescenta o historiador.
Suely Melo, diretora do DPHCA, considera lamentável o que aconteceu com a Casa da Família Lavocat.
- Temos trabalhado muito a fim de criar mecanismos e estrutura para a efetiva proteção e preservação de nosso patrimônio histórico e cultural. Estamos trabalhando de forma integrada com o Conselho Estadual de Patrimônio. Porém, com tudo isso, não foi possível evitar este dano irreparável ao nosso patrimônio. Neste momento, estamos apurando a responsabilidade pelo dano, vamos fazer uma ação punitiva exemplar, com a finalidade de desestimular este tipo de prática.
Em tempo: Ilmar Galvão, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, e o desembargador aposentado Jersey Pacheco são casados com filhas de Jorge Lavocat. Duvido que a justiça alcance os responsáveis pela demolição.

8 comentários:
"se o senhor não tá lembrado, dá licença de contar. Ali onde hoje tem este edifiçio arto, era uma casa velha , um palacete assobradado. Foi ali seu moço..."
Meu prezado amigo Altino, fui nascida e criada (algum anos) na Rua Epaminondas Jacome, nas antes, por muitos anos, depois da ponte indo para a Cadeia Velha, chamava-se Rua Nilo Bezerra. Nossa, quantas coisas voce me fez lembrar... Onde exatamente ficava esta residencia? Mais para perto do mercado municipal? Receba o meu abraço fraterno.
Lamentável ver casas quase que seculares, serem demolidas para dar lugar a estacionamentos, quase a mesma sandice de derrubar a floresta "pra plantar capim"!
Foi destruído um "Patrimônio Histórico", isso é lamentavel.
Lamentável pois esses Patrimônios Históricos faz lembrar que quem alimentava os coroneis na época moravam em casebres de Paxiúba, atravessavam varadouros com seus produtos na "cacunda" para fazer o impérios dos tais.
Vai depender do ângulo que querem ver a coisa.
Sds.
Altino, aquela casinha do lado da Câmara de Vereadores de Rio Branco foi demolida também? O governo dá algum incentivo para que isso não aconteça? Acho que o Estado deveria alugar pelo menos esses imóveis para colocar como mini museus.
Concordo contigo Altino. Duvido que essa ação vá adiante...
que eu, matogrosso e joca
construímu nossa maloca
Se a casa era da família eles devem fazer o que tem vontade, se alguem quer preservar o patriomonio historico que compre a casa e preserve. Atirar com polvora alheia é muito fácil.
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