quinta-feira, 13 de outubro de 2016

No Acre, traficante português é preso pela terceira vez em terra de índios isolados


O traficante português Joaquim Antônio Custódio Fadista, 65 anos, foi preso nesta quarta-feira (12) pela terceira vez na área da Frente de Proteção Etnoambiental do Rio Envira, na fronteira com o Peru, uma das regiões mais isoladas do mundo, onde vivem índios de recente contato com a Funai.

Fadista, que foi transferido da terra indígena para a delegacia da Polícia Federal em Cruzeiro do Sul, foi preso por indígenas e pela equipe da Funai que atua na área. Ele estava sozinho e não resistiu à prisão.

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Uma equipe de saúde que também atua na área foi retirada pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) por precaução e deve voltar assim que maiores investigações forem feitas e seja garantida a segurança no local.

O português é narcotraficante internacional e já foi condenado por tráfico de drogas pela Justiça do Maranhão e Ceará, bem como em Luxemburgo.

Em agosto de 2011, foi preso na Frente de Proteção Etnoambiental do Rio Envira em flagrante pela prática dos crimes de furto qualificado, reingresso de estrangeiro expulso e introdução clandestina de estrangeiro no Brasil.

Naquele ano, reapareceu acompanhado de outros homens armados com fuzis e metralhadoras. Fadista nasceu em Lisboa e já havia sido preso pelo pessoal da Funai na mesma área, em março de 2011, quando foi entregue às polícias Civil e Federal.

À época, policias federais disseram que Fadista é muito fechado. Embora demonstrasse, não confirmou se tem curso superior. Ele carregava um saco nas costas, alguns trocados, além de uma banana e uma macaxeira.

- É um sujeito muito estranho. Ele disse que é usuário de entorpecentes. Está com prisão preventiva decretada pela Justiça Federal e vai responder por seus crimes no Brasil – disse na ocasião o então superintendente da Polícia Federal no Acre, José Carlos Calazane.

Indigenistas e antropólogos questionam o fato de a PF nunca ter revelado o resultado do inquérito sobre o português. O caso é considerado muito estranho e deixa a todos curiosos em saber o que motiva o português a buscar aquela região.

— O que será que há de tão valioso naquela mata? Não é droga, pois a região é perigosa para circulação. Ele não fala nada, não diz a razão de estar por ali, e não temos ideia de como ele consegue chegar lá. Talvez não haja plantio de coca, pois teríamos avistado ao sobrevoar a região. Rota de droga, quem sabe, mas é um local muito perigoso, muito mesmo - comenta uma fonte da Funai.

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