quarta-feira, 22 de junho de 2016

“O bambu do Acre vai trazer o Brasil para o primeiro mundo", diz Mark Neeleman



De gestos largos e bem-humorado, o empresário americano Mark Neeleman, 37, costuma se emocionar quando fala do potencial do bambu, como ocorreu na semana passada durante uma palestra em fórum sobre desenvolvimento regional promovido pelo Sindicato dos Engenheiro do Acre.

Neeleman, que vive no Brasil desde criança e mora em Balneário Camboriú (SC), promete investimento de R$ 100 milhões para exploração de bambu no Acre para produção de painéis destinados à construção civil.

A exploração do bambu se dará em parceria com a Agrocortex, empresa de capital português e espanhol, já autorizada a explorar mogno nos próximos 30 anos numa área de 190 mil hectares nos estados do Amazonas e do Acre.

De acordo com o “Ninja Bambu”, como ele gosta de se apresentar e ser tratado, a China possui 5,5 milhões de hectares de bambus nativos, além de 2 milhões de hectares plantados. Estimativas realizadas pelos pesquisadores Eufran Amaral e Lúcio Flávio, da Embrapa e do Ifac, respectivamente, indicam a existência de 4,5 milhões de hectares de bambus nativos no Estado, com destaque para a espécie Guadua weberbaueri.



- A China exporta US$ 35 bilhões de produtos derivados do bambu. Uma vara de bambu, de três metros, na China custa US$ 10. No Acre, vai custar bem menos para nós. Vale a pena o que estamos fazendo.

Filho de pais mórmons, o empresário considera a todos “santos dos últimos dias”, mas se declara pertencente a uma nova variedade de mórmon.

- Minha esposa não gosta de frequentar a igreja. Eu também não gosto de frequentar a igreja. A igreja mórmon é um enorme alicerce do que eu sou, mas não me identifico e me vejo como uma pessoa que abraça todas as religiões.

O empresário considera que a lendária cidade do El Dorado fazia parte de uma civilização que habitava o Acre. Os sulcos dos geoglifos do Acre, segundo ele, eram os alicerces de enormes estruturas de uma metrópole feita de madeira e bambu.

- Vamos investir R$ 100 milhões para erguer a maior fábrica de beneficiamento de bambu das Américas. O mundo que está tentando se desenvolver, você repara, está na linha do Equador. Todos os países tem os mesmos problemas e desafios. O bambu é a chave para trazer o terceiro mundo para o primeiro mundo sem a gente acabar com o mundo. O foco primeiro é ajudar o acreano, o povo daqui, a implementar o bambu na sua vida. É o jeito mais fácil de a gente sequestrar carbono.

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