terça-feira, 28 de junho de 2016

Após cheia histórica, Rio Acre pode sofrer maior seca e comprometer abastecimento

Depasa está em alerta e altera estratégia de captação de água de Rio Branco


Responsável pela captação, tratamento e distribuição de água em Rio Branco, o Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa) entrou em alerta com o prognóstico da Defesa Civil Estadual segundo o qual o Rio Acre poderá apresentar, em 2016, a maior seca, ficando com o seu nível abaixo de 1,51m, a marca histórica registrada em 2011.

O diretor presidente do Depasa, Edvaldo Magalhães, disse que a cidade poderá sofrer racionamento caso o prognóstico se confirme.

— Estamos em situação de alerta, tendo que alterar toda a estratégia de captação da água do rio. As torres de captação já estão necessitando de apoio de bombas instaladas sobre três flutuantes. Duas novas bombas de captação e dois novos flutuantes estão sendo adquiridos e vão entrar operação a partir da próxima semana como parte de um esforço para enfrentar a seca do rio.

Magalhães assinalou que ainda não estamos no pior momento, pois existem sinais de que  a vazante deste ano vai superar a seca histórica.

— Como existe possibilidade de a seca superar a maior seca já registrada, teremos que fazer novos investimentos. Vamos sofrer racionamento se a lâmina d'água do rio atingir 1,20m. Caso isso ocorra, teremos que mudar completamente a estrutura da subestação de energia, usar muito mais bombas e flutuantes, além de mais adutoras.

Segundo o diretor presidente do Depasa, se a capacidade de captação for afetada, isso afetará o tratamento e a distribuição de água na cidade.

O Depasa já dispõe de um plano para executá-lo caso se confirme o prognóstico de nova seca histórica. Rio Branco não dispõe de nenhuma outra alternativa de abastecimento de água.

O Rio Acre, que atingiu a marca histórica de 18,40m na cheia, em março do ano passado, atualmente está com 1,98m de profundidade. 

— A cidade depende 100% do Rio Acre. O aquífero da cidade praticamente não existe e não daria para abastecer sequer o conjunto habitacional Cidade do Povo, onde moram 3,4 mil famílias. Dispomos de laudos da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais atestando a inviabilidade de exploração do aquífero. Perfuramos 17 poços  todos se revelaram inviáveis por falta de vazão - concluiu Magalhães.

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