sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

É o Acre, porra

O Museu da Borracha, no centro de Rio Branco (AC), está fechado há mais de um ano - 14 meses para ser exato. Enquanto isso, a primeira-dama Marlúcia Cândida idealiza e anuncia a criação do Museu da Gente do Acre, para ser abrigado no prédio do antigo Colégio Meta, também no centro da capital acreana. O Museu da Borracha fechou por falta de manutenção, agravada pelo fato de que o Estado do Acre não detém a posse do prédio. Por sua vez, o prédio do antigo Colégio Meta pertence à Ordem dos Servos de Maria, da Igreja Católica. O prédio da igreja é mantido fechado, desde a gestão de Binho Marques, por aluguel do governo estadual pago pelo contribuinte. Além disso, como outros espaços públicos, o Teatro Helio Melo está caindo aos pedaços e ninguém faz nada. Consultada, a presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Karla Kristina Martins, ponderou: “Nós precisamos da posse dos dois prédios para que o Estado possa fazer neles qualquer investimento em museus.”

Comentário de Sergio Souza:

- Prezado Altino Machado, como professor de História da UFAC, devo lhe informar a precária situação em que se encontram no Acre os os espaços de memória e os acervos históricos, que estão sob suas guardas. O Museu da Borracha, mencionado em sua postagem, é apenas um dos casos, já que a precariedade destes espaços repete-se, por exemplo, no Centro de Documentação e Informação Histórica (CDIH) da Universidade Federal do Acre. Preocupada com a situação, a Associação Nacional de Profissionais de História (ANPUH/ACRE), realizou encontros com a administração superior da UFAC, que terminou por portariar uma comissão para, no prazo de um mês, entregar um diagnóstico sobre o CDIH, tratando sobre debilidades e necessidades de investimentos. Na esfera estadual, foram mantidos diálogos com a Fundação Elias Mansour e Garibaldi Brasil, mas as reuniões não tiveram a repercussão esperada. Neste cenário de crise, a Semana de História e a Semana Acadêmica de História enfatizarão a necessidade de construção de políticas efetivas de preservação de espaços de memória e acervos históricos. O momento exige mobilização.

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