Haitiano almoça em abrigo de imigrantes no Parque de Exposição de Rio Branco |
O secretário Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da prefeitura de São Paulo, Rogério Sottili, criticou (leia) a atitude do governo do Acre, governado pelo petista Sebastião Viana, de enviar refugiados haitianos para São Paulo sem qualquer comunicação com a prefeitura paulistana.
- Não podemos aceitar o que ocorreu com os haitianos enviados do Acre para São Paulo, tratados de qualquer jeito, viajando dias de ônibus e sem nenhum atendimento preparado para recebê-los - protestou.
Segundo Sottili, entre 800 e 1900 imigrantes devem desembarcar em São Paulo. Seiscentos chegaram desde o último dia 10 e outros devem chegar nos próximos dias. Eles têm se dirigido a equipamentos públicos e igrejas, como a Paróquia Nossa Senhora da Paz, na rua do Glicério, centro da capital.
“Não é possível que se trate assim uma questão humanitária. Não é um problema receber os imigrantes do Haiti, mas isso precisa ser feito com planejamento”, argumentou.
O secretário explicou que a prefeitura dialoga com entidades assistenciais e estuda a ampliação emergencial dos serviços de assistência social na cidade para receber os haitianos da melhor maneira possível.
A prefeitura de São Paulo, administrada pelo petista Fernando Haddad, chegou a divulgar uma nota (leia) em que “considera irresponsável a ação do governo do Acre de enviar uma grande quantidade de imigrantes haitianos para São Paulo, sem pactuar previamente com a administração municipal a melhor forma de recebê-los”.
De acordo com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, "o deslocamento está sendo promovido por entes governamentais de forma indigna e sem prévio contato com a Prefeitura". A prefeitura paulista espera do Ministério da Justiça "medidas cabíveis com relação ao governo do Acre diante destas ações com esta população já tão sofrida".
O governo de São Paulo também criticou duramente (leia) a decisão unilateral do governo do Acre de enviar os imigrantes haitianos. A Secretária de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania de São Paulo, Eloisa de Souza Arruda, declarou que "nos padrões internacionais, isso poderia ser classificado como deportação forçada”.
A secretária acusa seu colega Nilson Mourão, secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos do Acre, de ser "desleal" por não tê-la procurado antes de financiar a viagem dos refugiados.
Atualização às 23h24 - Comentário da professora Letícia Mamed:
"A realidade e suas versões:
1. A versão de cá, da terra encantada, naquele padrão batido da agência oficial de notícias:
"Acre assegura serviço humanitário aos imigrantes haitianos e africanos"
2. A versão de lá, jornalística, com as várias versões institucionais, evidenciando o conflito, a dimensão do problema e sua complexidade:
"Acre 'deporta' para São Paulo 400 refugiados do Haiti"
E os imigrantes - cheios de esperança e cada vez mais vulneráveis ao sonho brasileiro -, permanecem na linha de fogo, sem saber como será o amanhã."
4 comentários:
O governo acriano já tem desculpa, é que são haitianos tipo "exportação".
"Haitianos deixam o Acre e tentam a sorte em SP" é o título do vídeo.
Só faltou o governo do Acre dizer aos haitianos que lugar bom pra tentar a sorte é Las Vegas/EUA...
Aqui não é o melhor lugar pra se viver na Amazônia ???
O AC é "porta de entrada" para eles que querem chegar aos grandes centro.
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