sábado, 14 de dezembro de 2013

No Acre, educação atrasada impede desenvolvimento econômico

POR MARCIO BITTAR

O desenvolvimento econômico do Acre exige verdadeira transformação da educação no Estado.  Será preciso um esforço especial para superar as mazelas do ensino e da falta de qualidade na educação pública atual. Dessa transformação dependerá o futuro do Acre e do seus habitantes.

Da mesma forma, sem uma educação pública robusta, capaz de qualificar as pessoas e oferecer oportunidades ao desenvolvimento de talentos, não haverá superação da pobreza. O assistencialismo que é praticado apenas adia e escamoteia o problema. A educação, quando de qualidade e edificante, liberta as pessoas da pobreza e cria perspectivas reais de ascensão social pelo aumento da renda do trabalho. Em outras palavras, melhora a vida das famílias. Nenhum programa assistencialista, nenhuma ação demagógica, por mais mirabolante que seja, é capaz de se equivaler positivamente ao poder de uma educação de qualidade.

É prioridade para quem quer o bem e o desenvolvimento do estado transformar o ensino no Acre. Hoje, imperam problemas de todas as ordens e os indicadores são bastante ruins. O IDH mede a qualidade de vida das populações e abarca indicadores de três dimensões: renda, longevidade e educação. Veja, então, o que ocorreu no país e no Acre com o IDH Educação.

Em 1991, o Brasil tinha um índice de 0,279, considerado como de muito baixo desenvolvimento; em 2000, alcançou 0,456, ainda de muito baixo desenvolvimento. Em 2010, auferiu 0,637, IDH Educação de médio desenvolvimento. O comportamento do índice no Acre é de lenta ascensão desde 1991, em patamares muito insatisfatórios. No início da década de 90, o índice acreano foi de apenas 0,176, inferior ao nacional e de muito baixo desenvolvimento, em 2000 de 0,325, insuficiente para mudar condição de muito baixo desenvolvimento. Dez anos depois, foi de baixo desenvolvimento humano, com índice de 0,559. São indicadores muito preocupantes sobre o patamar de ensino que está sendo oferecido à população. São vergonhosos!

Considero obrigação de governantes sérios e comprometidos com o desenvolvimento e a superação da pobreza reverterem a cristalização da má qualidade educacional no estado.  Tenho a convicção de que a educação é o principal instrumento de um povo para superar as condições de subdesenvolvimento e de pobreza. Países pobres conseguiram galgar posições consideráveis depois de investirem e aplicarem políticas corretas na educação. Coréia do Sul já é um exemplo clássico de como a educação ajuda no desenvolvimento das pessoas e do país.

Como desenvolver, aproveitar os recursos naturais e transformá-los em produtos, aumentar produtividade, fortalecer a competitividade e inovar sem, ao mínimo, oferecer à juventude oportunidades de qualificação profissional e técnica? Que tipo de futuro estão construindo para os acreanos? Deveria ser uma completa vergonha perder jovens para o narcotráfico e a marginalidade. Muitos desses jovens delinquentes sequer tiveram a chance de conhecer outras formas de ganhar a vida.

Qualquer governante sabedor de suas funções públicas deverá ampliar e fortalecer o ensino profissional e técnico no estado, além de qualificar, de verdade, a educação básica do Acre.  Segundo o IBGE, em 2010, somente 39,6% dos acreanos ocupados com 18 anos ou mais possuíam o ensino médio completo. É preciso estabelecer grandes parcerias educacionais com as empresas que irão explorar os recursos naturais do Estado. A educação coorporativa, fortalecida pela parceria com o governo, poderá profissionalizar milhares de pessoas diretamente no aproveitamento dos recursos naturais, qualificando parte importante dos jovens e oportunizando chances reais de uma vida melhor.

Creio que para resolver problemas é preciso admiti-los como reais e conhecê-los em profundidade. O baixo desenvolvimento educacional do Acre precisa ser superado para que o desenvolvimento econômico ocorra de modo salutar e para todos. E não será com falsa propaganda ou promessa vazia que se dará tal superação. É preciso seriedade, compromisso e competência para reverter os indicadores negativos da péssima educação oferecida aos acreanos hoje.

Marcio Bittar é deputado federal do Acre pelo PSDB, primeiro secretário da Câmara dos Deputados e presidente da executiva estadual do PSDB.

13 comentários:

Unknown disse...

Altino,se algum dia o Márcio Bittar for eleito eu desejo que voce cobre dele as "soluções" que ele tem para tirar o Acre do "abismo" com o mesmo entusiasmo que voce publica todo e qualquer artigo que ele (ou seu assessor) escreve.

ALTINO MACHADO disse...

Sem patrulhamento, Thalles. A opinião é dele. Ou você é defensor de pensamento único no Acre?. Escreva artigos também, conteste-o não apenas em comentários. Faça como fez o Gabriel Santos outro dia em relação a um artigo do deputado sobre gás de xisto.

Wesley de Brito disse...

Acredito que o caminho a se seguir seria o das "Melhores Práticas". Sem custo algum observa-se por meio de artigos disponibilizados na rede mundial que os dez países com a melhor educação do mundo possuem características semelhantes que não fogem da nossa realidade:
Autonomia das escolas,
Fortalecimento do ensino básico,
Obrigação de mestrado dos professores,
Foco nos alunos fracos e não nos melhores (pois os fracos são a maioria)
Pré-Escolas que funcionam o dia inteiro, permitindo os pais trabalharem tranquilamente e etc.
Acredito que o que falta para nosso Estado é uma secretaria de educação menos loteada para partidos com ações eleitoreiras e mais ideias boas e simples que, devidamente testadas por meio de escolas-modelo, pode-se conseguir ótimos resultados.

Unknown disse...

Calma, Altino! A minha colocação foi quase no mesmo sentido da que o Vilmar (não conheço) fez na postagem "Região estratégica, Amazônia exige superação da ecologia radical". Só o Bittar é da oposição? E o Bocalom, o Petecão, o Henrique Afonso? Esse fato é curioso: só divulgar as "idéias" do Bittar e de ninguém mais. Mas assim...o blog é seu e você é quem manda!

Eu gostaria de ver o Bittar aqui perto da minha casa, falando com os moradores da Conquista, do Bairro da Paz, do Geraldo Fleming, enfim, discutindo o que pode ser melhorado, e não fazendo artigos de seu gabinete em Brasília. Só isso.

Abraços

ALTINO MACHADO disse...

Henrique Afonso prometeu que escreveria semanalmente e até agora nada. Não espera por ele ou eles. Está se sentindo incomodado,escreva você. A situação manda nos veículos tradicionais de comunicação do Acre? Você lê opinião de opositores neles?

ALTINO MACHADO disse...

Thalles Vinícius, você costuma enviar mensagens aos jornais, rádios e TVs do Acre com algum tipo de reclamação contra os mesmos?

Unknown disse...

Agora você esclareceu a questão. Se os outros opositores não escrevem artigos que mereçam a sua publicação, tudo bem. Como eu disse antes: o blog é seu!

Eu não gosto do Márcio Bittar e não votaria nele nunca. E por isso me preocupo quando vejo que o blog mais lido do Acre dá tanta moral pra ele.

É só essa a questão, Altino. Nada mais que isso! Sim, já fiz reclamações e sugestões mas nenhum me deu resposta.

Altemar disse...

Eu votaria nele.

Enquanto isso, em ma sala de justiça....

http://www.viomundo.com.br/denuncias/com-medo-de-morrer-delator-do-mensalao-tucano-fica-em-presidio-de-seguranca-maxima-e-se-diz-perseguido-por-aecio-neves.html

Unknown disse...

Minha insatisfação com esse governo é tamanha que eu votaria até no Petecão pra governador, quanto mais no Márcio, Bocalom, Henrique, Gato Félix, Cuca...
Tá valendo qualquer coisa porque é tudo a mesma coisa.

lingualingua.blogspot.com disse...

Neste péssimo texto, o deputado evidenciou que a única coisa que ele sabe de educação é que a palavra tem 8 letras.

Wesley de Brito disse...

Aldo Nascimento, ao invés de atacar a pessoa (típico e idiota ad hominem), onde no texto está escrito algo que não reflete a realidade? Refute o texto e não seja mais um patrulhador comunista.

lingualingua.blogspot.com disse...

Wesley de Brito, o texto é ruim pelo fato de qualquer um poder transcrever índices de uma fonte.

Como deputado, ele deveria falar de novo modelo de gestão escolar, nova forma de tributação para a escola pública; deveria falar de um problema vital, que é o problema estrutural da educação pública.

Não é minha opinião, o texto é superficial, porque índices ou dados não representam uma reflexão específica sobre educação.

Meu partido é pensar a educação.

Unknown disse...

Acredito que a educação, é a única ferramenta eficaz, para uma qualidade de vida melhor para os acreanos..Estou disposta a apoiar aquele que lutar por ela.