Por causa da participação de Marina Silva na abertura dos Jogos Olímpicos, dá para imaginar a inveja que sentiram políticos que a hostilizam, sobretudo no Acre
LONDRES - A presença da ex-ministra Marina Silva na cerimônia de abertura da Olimpíada de Londres causou mal estar entre os ministros do governo de Dilma Rousseff. A participação pegou a todos de surpresa.
Marina entrou carregando a bandeira com os anéis olímpicos juntamente com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o maestro argentino Daniel Barenboim e prêmios Nobel. O convite partiu do Comitê Olímpico Internacional, sem o conhecimento do governo brasileiro, e foi mantido em sigilo. A ex-ministra é reconhecida internacionalmente por seu trabalho de defesa do meio ambiente.
A situação cria constrangimento porque Marina não tem boas relações com Dilma Rousseff e acabou encobrindo a presença da presidente do próximo país-sede da Olimpíada na cerimônia de abertura de Londres, ontem. "Marina sempre teve boa relação com as casas reais da Europa e com a aristocracia europeia", disparou o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, adversário político de Marina na polêmica do Código Florestal. "Não podemos determinar quem as casas reais escolhem, fazer o quê?"
O presidente da Câmara, Marco Maia, disse que a primeira reação foi de surpresa. Para ele, o COI deveria ter feito um melhor trabalho de comunicação com o governo brasileiro. "É óbvio que seria mais adequado por parte do COI e da organização do evento que houvesse um diálogo de forma mais concreta com o governo brasileiro para a escolha das pessoas", disse, sem deixar de reconhecer a importância do trabalho ambiental de Marina.
Para outro membro da delegação, que pediu para não ser identificado, o que o COI fez foi o equivalente a convidar um membro da oposição britânica para um evento no Brasil que tenha o governo de Londres como convidado especial.
Ao Grupo Estado, Marina explicou que só recebeu o convite na ultima terça-feira, dia 24. Sobre Dilma, insistiu em não criar polêmica, dizendo que "sentia orgulho" em ver a primeira presidente mulher do país na arquibancada do estádio olímpico.
Ontem, Dilma foi mostrada pelas câmeras oficiais por menos de cinco segundos, enquanto a entrada de Marina foi amplamente comentada, como representante da luta ambiental no mundo. O ministro do Turismo, Gastão Vieira, só ficou sabendo da presença de Marina já no Estádio Olímpico. "Foi surpresa", disse o ministro da Ciência, Marco Antonio Raupp.
Os governos do Brasil e o Reino Unido vêm mantendo relação estreita e diversas iniciativas de cooperação para a preparação dos Jogos. Mesmo assim, o relacionamento não impediu a situação de saia justa para a comitiva de Dilma em Londres.
Fonte: Agência Estado
9 comentários:
Foi uma surpresa muito agradável. Vi aquela mulher com "look" indiano segurando numa ponta a bandeira olímpica. "Eu conheço essa mulher! Parece com a Marina!" Era a Marina. "Mas, que ela está fazendo ali?" Alguém pode me dizer?
Veio outra surpresa. Tão agradável ou, talvez bem mais. O genial músico e maestro Daniel Baremboim segurava uma das pontas da bandeira, também. Ele é, para mim, o maior intérprete vivo das sonatas de Beethoven e, de um modo geral de toda a obra deste gênio. Foi dele a interpretação da "Apassionata" mais apaixonada a que já assisti. A redundância é proposital. Estou comentando porque estou intrigado com a sua presença ali.
O locutor da Record ficou o tempo todo falando abobrinhas, fugindo, naturalmente, às explicações que não sabia dar. Se aventurou a fazer tradução simultânea, o que resultou num desastre. Atrapalhava e impedia, inclusive, de a gente ouvir no original.
Isso é no que dá querer concorrer com a Globo. Não tou do lado da Globo não. Não se trata disso. Apenas afirmo o óbvio: ali possui repórteres de mancheia.
Poxa, porque o COI não escolheu o Aldo Rabelo, ou o Marco Maia, ou mesmo o José Sarney, tadinhos. Tenha a santa paciência, morram de inveja!
Precisamos de uma terceira via urgente na política
As tristes falas de Rabelo e Maia demonstram a lógica de controle de "menino birreto e arengueiro" que impera nesse país dividido em feudos políticos. Ponto para Danny Boyle. E para todos nós.
Sinceramente,
Não me orgulhou como acreano. Vão ao Google e procurem a ficha do Danny Boyle.
Procurem também por Ban Ki Moon, Shami Chakrabati.
Prefiro o Rajaendra Pachauri, ou o Muhamad Yunus, ou até a Severn Suzuki.
2010 foi a primeira vez em que não votei na Marina, mas independentemente de qualquer questão política (não é partidária), continuo admirando a Marina. Ela merece essa homenagem pela sua história. Imagine uma menina criada em um seringal do Acre, órfã de mãe, criada pelo pai com muito sacrifício, alfabetizada na adolescência realizar tudo o que ela já realizou... Merece! Parabéns Marina! Fiquei orgulhosa da minha conterrânea.
Eu fico impressionado com a inveja alheia tanto dos ministros como de alguns comentários aqui... o Sr. ali nos comentários deve ser alguém fantástico ao questionar a "ficha" do Danny Boyle afinal temos que ter cacife pra sair batendo assim nas pessoas. =)
Ficha do Danny Boyle? rs, o cara é um puta cineasta! paciência!
Que linda e justíssima homenagem! Queria ter visto a cara de Dilma na entrada de marina. kkkkkkkk
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