terça-feira, 12 de junho de 2012

ESTUDO INÉDITO DO INPE

Acre é o maior emissor de fumaça em região transfronteiriça


Um estudo inédito do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) sobre queimadas e emissão de fumaça no Acre concluiu que, embora as contribuições de fumaça produzida remotamente sejam relevantes, nos meses de maiores níveis de poluição atmosférica (julho, agosto e setembro) predomina a contribuição da produção local para o conteúdo de fumaça que atinge as principais cidades do Estado.

O estudo foi encomendado ao Inpe pelos Ministérios Públicos do Estado do Acre e Federal. A partir da análise de imagens de satélite, trabalhou-se em busca de se confirmar, ou não, a hipótese de que parte significativa da fumaça que se concentra na região durante a estiagem amazônica seja oriunda da Bolívia, do Peru, além de outros estados brasileiros, conforme alegava anualmente o governo estadual.

Nos meses mais críticos, os níveis de poluição do ar no Acre ficam próximos ou acima dos patamares da Organização Mundial de Saúde.

- A fumaça das queimadas produz grandes impactos no ambiente, o que inclui mudança no balanço de radiação, evapotranspiração, chuva, nebulosidade, degradação da qualidade do ar para todos os seres vivos etc. - disse o físico Saulo Ribeiro de Freitas, que realizou pós-doutoramento na Nasa Reseacrh Center e autualmente é pesquisador titular do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Inpe.

De acordo com Ribeiro, a quantidade de fumaça em uma dada região depende, em geral, da produção local e da importação de produção remota.

- A poluição na região transfronteiriça do Acre (Brasil), Madre de Dios (Peru) e Pando (Bolívia) é largamente controlada pela circulação atmosférica, a qual é governada pelas leis da física - explicou Ribeiro, que usou para o diagnóstico modelos de previsão de tempo, clima e qualidade do ar e um supercomputador do Inpe com 31 mil processadores para os cálculos.

Resultado de condições climáticas adversas, em 2005, a Amazônia, particularmente o Acre, passou por uma situação de extrema gravidade.

Três anos depois, os Ministérios Públicos propuseram uma ação civil pública com a finalidade de reduzir gradativamente as autorizações para queimadas, exigindo que fossem elaboradas e disponibilizadas pelo governo estadual alternativas ao uso do fogo.

Por meio de uma decisão liminar, que está parcialmente em vigor, as autorizações para queima estão suspensas em todo o Acre neste ano.

- Os meses de maiores níveis de poluição atmosférica no Acre são julho, agosto e setembro. A fumaça gerada em Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul não afetam o Estado. Isso ocorre raramente quando ventos muito fortes de uma frente fria na região sul atingem o Acre - explicou o pesquisador do Inpe.

Um comentário:

Paulo Henrique disse...

Caro Altino
Permita-me discordar humildemente desse tal de Dr. Ribeiro na sua declaração:
"- A poluição na região transfronteiriça do Acre (Brasil), Madre de Dios (Peru) e Pando (Bolívia) é largamente controlada pela circulação atmosférica, a qual é governada pelas leis da física"
-Todo mundo sabe por aquí quem é quem manda e controla tudo na região do Acre e adjacências. Não é essa tal de " circulação atmosférica" coisa nenhuma!
-Quanto a essa tal "leis da física" é muito simples resolver: É só "a turma da hora" apresentar no Senado um segundo PTRAD (projeto de tramitação rápida antidemocrático) e revoga-la, provando assim que a fumaça vem de fora mesmo!
Para encerrar gostaria de revelar "uma profecia", tão em moda por estas bandas:
Vejo uma grande quantidade de fumaça emanando do Acre em outubro próximo! Motivo: a cobra vai fumar... e muito!