Aeroporto de Rio Branco tem duas pistas para pouso e decolagem, diz Agência Nacional de Aviação Civil
O inverno amazônico começou e tem servido para expor a precariedade da pista do aeroporto Internacional Plácido de Castro, em Rio Branco (AC), inaugurado há 12 anos e que custou US$ 70 milhões.
Quando chove na capital do Acre, os aviões ficam sobrevoando a cidade enquanto funcionários da Infraero, munidos de rodos, ocupam a pista para remover o acúmulo de água. O principal ponto de represamento é o pátio de embarque e desembarque de passageiros.
Quando a chuva é intensa durante a aproximação do aviões para pouso, os pilotos são obrigados a mudar o destino e aterrissam nos aeroportos de Cruzeiro do Sul (AC), Porto Velho (RO) e Manaus (AM).
Os problemas se intensificaram após uma reforma da pista e do pátio, iniciada em junho do ano passado, e que continua sendo executada pelo 7º Batalhão de Engenharia de Construção por R$ 28 milhões.
A situação tem causado transtornos às companhias aéreas e aos passageiros com destino ao Acre. Desde o ano passado, por causa das obras da reforma da pista, a Gol e a TAM passaram a operar no Estado com aviões de menor capacidade para transporte de passageiros.
A TAM, que operava com Airbus A320, passou a operar com Airbus A319. Podia transportar até 174 passageiros, mas agora transporta apenas 144. A Gol teve que trocar seu Boeing 737-800 pelo 737-700. Transporta agora apenas 108 passageiros. Ficou mais difícil encontrar vaga para sair ou entrar no Acre.
As duas companhias aéreas tiveram que adequar o peso de suas aeronaves porque os primeiros 600 metros da pista da cabeceira foram interditados para que possa receber “manutenção definitiva”. A pista mede 2,1 mil metros de extensão e tem 45 metros de largura. Um avião da TAM não conseguiu decolar porque atolou no pátio de estacionamento.
Consultada pela reportagem, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) enviou uma nota na qual afirma que “o Aeroporto de Rio Branco recebeu reforma em uma das pistas”, quando na realidade o aeroporto possui apenas uma pista.
Segundo a Anac, por ter sido detectadas falhas na reforma, a pista não foi homologada para operações com chuva.
- Já existe autorização para que a reforma seja refeita pela Infraero, mas, como está no período de chuvas, não existe a possibilidade de dar início às obras. Com isso, o aeroporto, em momentos de chuva, fica impedido de realizar suas operações, pousos e decolagens - afirma a agência reguladora.
Em relação aos trabalhadores usando rodos nas pistas, a Anac assinalou que “são a título de manutenção da mesma, para que ela não fique em uma situação precária”.
- Não é para que a pista com restrição seja utilizada nas operações do aeroporto em seguida, pois o aeroporto tem mais de uma pista de pouso e decolagem - acrescenta a Anac, que demonstra desconhecer o aeroporto.
Também consultada pela reportagem, a Infraero disse que vem cumprindo todas as orientações formalizadas pela Anac quanto à situação da pista de pouso e decolagem do Aeroporto Internacional de Rio Branco.
Em nota, a Infraero contradiz a Anac ao admitir que usa funcionários com rodos para restabelecer a operacionalidade do aeroporto.
- As obras de recapeamento, assim como as de drenagem da pista, estão sendo executadas nos horários previstos no NOTAM (aviso ao aeronavegante), expedido pelo órgão regulador. No caso de incidência de chuvas, a operacionalidade do aeroporto será reestabelecida mediante a adoção de providências relacionadas a retirada dos focos de água e a inspeção por parte de empregados da Infraero.
A Infraero ressalta que as operações de pouso e decolagem no Aeroporto de Rio Branco estão sendo realizadas em conformidade com as orientações do órgão regulador.
O Ministério Público Federal no Acre, que tem acompanhado a situação, foi informado pela Infraero que as ranhuras (grooving) que cortam a pista lateralmente e têm a função de escoar a água da chuva, desapareceram com o recapeamento da pista.
No Acre não existe nenhuma construtora equipada para fazer as ranhuras e o serviço só poderá ser licitado e contratado após a reforma que vem sendo executada pelo 7º Batalhão de Engenharia de Construção.
O governo do Acre assinou com a Infraero um convênio de R$ 6,2 milhões para construção de uma segunda pista por causa das limitações aeroportuárias que o Estado enfrenta. A contrapartida estadual é de R$ 1,4 milhão.
O governador Tião Viana (PT) anunciou que espera negociar no próximo ano o início da segunda pista, que terá 150 metros de largura e 4,4 quilômetros de comprimento.
Mas ainda existe um problema a ser equacionado pela Infraero: quando concluir a reforma nas cabeceiras, o meio da pista terá que ser recapeado. Quando chegar a hora de executar o recapeamento, o aeroporto terá que ser fechado totalmente.
Foto: Gazeta.Net
15 comentários:
e o Governador TIÃO VIANA juntamente com o Deputado HENRIQUE AFONSO querendo construir um PARQUE GÓSPEL.
Isso é LAMENTÁVEL!!!!!
Oi Altino,
Se uma pista nova com o dobro do comprimento e o triplo da largura da atual sai por R$ 6,2 milhões, porque estão gastando R$ 28 milhões para remendar a antiga?
Tem alguma coisa errada nessa conta...
Caro Roberto, você é engenheiro, bom de matemática, mas a informação oficial pode ser conferida aqui: http://www.agencia.ac.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=16154&Itemid=284
Só se for na planta!!!!
Avisaram a Dilma sobre isso .Vamos ligar para ela urgente pois o aeroporto é saida e entrada do Pacifico.
É meu caro Altino...
Infraero não é fácil. Os R$ 6,258 milhões são só pro PROJETO, veja o trecho da notícia:
assinatura imediata de um convênio para a realização de estudos e projetos para a construção da segunda pista de pouso e decolagem de Rio Branco
Esse não é um problema exclusivo do Acre, a infraestrutura aérea nacional necessita de muito investimento e de pessoal. Por exemplo quem não se lembra da mobilização dos controladores de voo? de lá pra cá não mudou muita, o governo começa a se sensibilizar após ocorrer alguma catástrofe. Em relação ao investimento onde uma tropa federal foi empregada existe um problema que encarece a obra. Os materiais adquiridos pelo exército são fornecidos por meio de licitações, ou seja, muitas vezes a empresa que ganha a licitação mas não possui o material consegue o mesmo através de terceiros e ai vira uma bola de neve!!!
Que a pista apresentava problemas há tempos todos sabiam, superintendentes, imprensa, governo, o problema é que construir uma pista de 4,4km de comprimento por 150m de largura não é algo feito de um dia para o outro, este problema é retrato da incompetência da administração dos aeroportos (Infraero), e do desmazelo dos deputados e senadores representantes deste povo em cobrar ações no passado, que evitariam esta situação.
Só posso pensar que a situação era desejável, afinal, em uma obra de emergência, os meios para desvios, deve ser bem mais fácil, e os montantes bem maiores...
My God, estava pensando em ir para São Paulo só para assistir Fernanda Montenegro encenando uma das maiores figuras femininas do século XX, a Simone de Beauvoir que deve uma coisa mais do que mais. Eu vi Fernanda Montenegro há muitos anos encenando As lágrimas amargas de Petra Von Kant e nunca esqueci. Essa peça já esteve em cartaz e voltou novamente. E depois me maravilhar no MASP e em seguida naquele parque lindo, o Trianon onde está aquela escultura monumental do Victor Brecheret, o Fauno... eu amo São Paulo e a TAM Fidelidade...
Nao sei o que e mais grave. Dizer que Rio Branco possui duas pistas ou que vao construir uma com 150 metros de largura. Essa doeu! Vai dar ate pro nosso estado receber regularmente os gigantes airbus a380. E mais, vai dar pra pousar dois deles de uma so vez. Um do lado do outro.. O Acre e chique heim?!
Vai, Fátima, enquanto a obra não impedir as decolagens..
Depois vai ficar mais difícil...
Ademais, os voos podem ser desviados para Cobija que tem um aeroporto decente...
Daqui a pouco vamos querer ser devolvidos para a Bolívia também :(
Se encher de água os buracos da pista que temos, fica para pouso de hidroavião e está resolvido o problema!!!
Oi Francisco... Prá isso já tinha o estirão o Bajé nos idos de 1950... e de graça...
Não existe pista com 150 metros de largura, deve ter erro de digitação. O padrão das pistas brasileiras é de 45 metros de largura, até mesmo a pista do maior aeroporto (Guarulhos) tem esse padrão de 45 metros.
Dizer que tem duas pistas, acredito que não seja erro da ANAC... é apenas uma linguagem da aviação. Cada cabeceira é referida como uma pista, sendo assim Rio Branco tem 2 pistas, a pista 06 que fica do lado direito do terminal e a pista 24 que fica do lado esquerdo do terminal. A pista 24 é a que foi recém reformada.
Essa é a linguagem utilizada entre os pilotos e a torre pra definir em qual lado da pista o piloto vai pousar ou decolar.
A numeração de cada pista é definida pelo rumo magnético em que ela foi construída.
Se o aeroporto tiver uma pista paralela com a outra ai se acrescenta ao numero as inicias R (Right) ou L (Left). Direito/Esquerda em Inglês.
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