quarta-feira, 21 de setembro de 2011

AÇUDES DO ACRE

Nota do secretário de Agricultura e Pecuária Mauro Ribeiro

Caro Altino,

Em respeito à manifestação da presidente Dercy Teles de Carvalho, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, presto os seguintes esclarecimentos:

1 – O Governo do Acre, com ajuda do Governo Federal, iniciou a construção de 693 açudes nos municípios de Mâncio Lima (91), Tarauacá (90), Assis Brasil (50), Porto Acre (62), Feijó (66), Brasiléia (66), Epitaciolândia (66), Senador Guiomard (66), Capixaba(70) e 66 em Xapuri, sendo 18 localizados na Resex Chico Mendes.

2 – Os açudes destinam-se ao fortalecimento da piscicultura como atividade econômica. Além da construção, o Governo disponibiliza assistência técnica e fornecimento de alevinos aos produtores selecionados, bem como  tubos e curvas para secar os açudes e facilitar a despesca;

3 – Cada propriedade contemplada recebeu visita de técnicos do Governo do Estado e foram observados critérios como a aptidão do produtor para a atividade; a existência de local apto e facilidade de construção da barragem com as 22 horas disponibilizadas; inexistência de açude apropriado para piscicultura; localização  e facilidade de escoamento da produção, etc.

4 – Com base nas informações colhidas, em todos os municípios foram feitas alterações na listagem inicial. Em vários casos, a substituição ocorreu porque o único local disponível para a construção do açude era inapropriado, uma vez que resultaria em inundação da área de reserva legal. Em outras, não havia local para construção de açudes – faltava-lhe uma “bacia” para reserva de água.

5 – Não sei a que lista a Sra. Presidente do STR faz alusão, porque, em verdade, nenhum dos nomes citados na correspondência faz parte da primeira lista de 66 produtores indicados. Mesmo assim, determinei à equipe técnica da SEAP para visitar tais propriedades e relatar de sua aptidão para a criação de peixes, a fim de submetê-las às mesmas regras para inclusão em quaisquer dos programas de fomento à piscicultura que o Governo do Estado oferece, afinal, o governador Tião Viana quer o Acre cada vez mais forte no setor produtivo e não tem medido esforços nem recursos para atingir tal feito.

Atenciosamente,

Mauro Ribeiro

7 comentários:

Valterlucio disse...

Irrepreensível a argumentação do Secretário Mauro Ribeiro. Açude não nasce em árvore.

Acy Maria Prado disse...

Senhor Mauro,
Aproveito este espaço para expressar minha angústia ao ver o homem do campo lutando por vez e voz!
Vossa Excelência diz que existem critérios para a benfeitorias de açudes em propriedades rurais. Tem que existir mesmo... Domingo (18) pela manhã, trafegando pela estrada transacreana, com destino ao Projeto de Assentamento Oriente, ramal Jarináua, onde trafeguei 40 km num ramal de difícil acesso de matas densas, e sem água potável! Veio-me a pergunta: - Por qual motivo foram feito assentamentos naquele local inapropriado a aquelas famílias? Onde não existe si quer água potável? Seria pouca vontade de reformar verdadeiramente as políticas comuns contraproducentes no domínio da agricultura, do comércio e das pescas? Os agentes governamentais que formulam essas políticas foram a campo para conhecer e vivenciar as causas reais? (não as aparentes), se realmente o fizessem de fato, não geraria e nem se perpetuaria a pobreza ao homem do campo, encontrariam um diagnóstico muito diferente que os conduziria a soluções também muito diferentes daquelas que eles estão formulando nos escritórios metropolitanos. Constatariam que os problemas mais freqüentes da maioria dos pobres rurais poderiam ser evitados ou solucionados adotando medidas elementares e de baixo custo sem ajudas paternalistas. Dar-se-iam conta que nas propriedades e comunidades rurais existem muitas potencialidades produtivas e que no meio rural existem muitos pobres desejosos e potencialmente capazes de progredir, mas não conseguem fazê-lo porque não sabem "o quê e nem como fazer" para transformar as riquezas potenciais existentes nas suas propriedades em produção eficiente e renda abundante. Constatariam que as ajudas paternalistas que os teóricos urbanos consideram como indispensáveis, são simplesmente ineficável; com a única condição de que tenhamos eficientes escolas fundamentais rurais e eficientes serviços de extensão rural que proporcionem aos habitantes do campo os conhecimentos úteis e aplicáveis por eles mesmos na correção das suas ineficiências e, conseqüentemente, na solução dos seus problemas mais imediatos e freqüentes.

Esses governos, há 55 anos de evidentes e reiterados fracassos, ainda não se deram conta de algo que é elementar e primário: que essas pseudoajudas “politiqueiras” não terão eficácia se antes de concedê-las, não se oferece ao homem do campo as ferramentas do saber, do saber fazer e do querer fazer, como requisitos para poder progredir na vida. Ou seja, se não lhes proporciona os conhecimentos e as habilidades para que saibam e possam incrementar a produção e a renda familiar, nunca terão como fortalecer o seu ego, a sua auto-estima e o seu crescente desejo de superação, através do seu próprio esforço. É possível simplificar sim ou "descomplicar" a suposta complexidade da problemática da pobreza rural.

Acy Maria Prado
Graduada em Ciências Sociais pela UNINORTE.

Auricelio Azevedo disse...

É Selmo, tem que usar os esteiras dos açudes pra se eleger vereador de novo né, assim como tá usando o trator da distoca e da mecanização e a hilux da seaprof que só serve para os seus apadrinhados, a SEAPROF em Xapuri não passa de uma Extenção do PT. VAMOS VER ATÉ QUANDO? Além de improdutiva.

Valterlucio disse...

Quer dizer que a problemática da pobreza rural é simples? Oh, doce Acy Maria Prado, é não, é bem complexa mesmo. Simples é o bolsa-família.

Acy Maria Prado disse...

Amigo Valterlúcio,
eu não falei que era simples, mas com toda dinheirama que existe para esse fim, se bem aplicado, com homens de boa fé e comprometidos para a erradicação da pobreza rural, poderemos simplificar sim! Ou eu sou uma sonhadora? Prefiro sonhar e acreditar em um mundo melhor sim!
Um abraço!

Janu Schwab disse...

A oportunidade de ver os dois lados da mesma moeda - e o poder de cada um tirar suas próprias conclusões - é uma beleza. Jornalismo é jornalismo.

Mario Marcelo disse...

Nunca na Historia do Acre houveram tantos investimentos no campo como agora , certamente que devem ainda existir problemas mas falar de pobreza rural? quem mora no campo e passa por dificuldades, certamente dela é merecedor, moro em zona rural nunca fui beneficiado por programa algum , detalhe acordo cedo e não fico esperando pelo governo , por bolsa familia ou que quer q seja. O solo daqui não é esses espetaculos para a agricultura , mas existem diverssas formas de ganhar dinheiro na zona rural , talvez o que esteja faltando seja um pouco de visão empreendedora para os tais da pobreza rural.