sábado, 9 de julho de 2011

DECISÃO ACERTADA DE TIÃO VIANA

Governador promete respeitar decisão dos moradores da Área de Proteção Ambiental Raimundo Irineu Serra


O governador Tião Viana (PT) e sua equipe agiram com sensataz política ao transferirem para os moradores a decisão de aceitar ou não que a Área de Proteção Ambiental Raimundo Irineu Serra, onde se originou a doutrina do Daime, se tornasse rota do Anel Viário de Rio Branco.

O diretor do Departamento de Estradas de Rodagem do Acre, Marcos Alexandre, apresentou nesta sábado (9) o projeto de R$ 20 milhões para urbanização da Estrada Raimundo Irineu Serra.

- Estou aqui para apresentar a proposta, mas trago a mensagem do governador de que nada será feito sem a concordância da comunidade. A decisão é de vocês - afirmou o diretor do Deracre.

O projeto previa três grandes ações: melhorar as condições no trecho situado entre a rotatória da Av. Antonio da Rocha Viana e o bairro Defesa Civil; urbanização da região do centro histórico e religioso e a pavimentação de 4,3 quilômetros do ramal que liga o bairro Irineu Serra à Vila Custódio Freire, na BR-364, que dá acesso ao aeroporto Plácido de Castro.

Apesar da beleza urbanística do projeto, os moradores sugeriram que o Anel Viário seja consolidado via Estrada Aquiles Peret, que também dá acesso à BR-364 e ao aeroporto.

Os moradores avaliaram que a magnitude do projeto causaria impactos socioambientais na área tombada como Patrimônio Histórico e Cultural do Acre.

O governador foi elogiado por ouvir e por manifestar a intenção de respeitar a decisão da comunidade.

Os deputados estaduais Éber Machado (PR) e Eduardo Farias (PCdoB) participaram da reunião.

Farias sugeriu o fechamento do trecho de barro do ramal que liga o bairro Irineu Serra à Vila Custódio Freire, que tem servido basicamente como passagem de caminhões carregados com toras de madeira.

- A comunidade do Alto Santo existe há quase 70 anos e sua continuidade depende desse ambiente mais rural que urbano. Aqui surgiu uma doutrina respeitada dentro e fora do Brasil. Qualquer providência para proteger esse contexto vale a pena. A decisão que está sendo tomada será sempre reconhecida pelos nossos descendentes - afirmou Farias.

A comunidade não se limitou a recusar o projeto, mas demonstrou a intenção de apresentar sugestões para que o governo faça uma intervenção adequada na região com vistas a estabelecer uma via de acesso alternativa ao aeroporto da cidade.

12 comentários:

Tênis Acre disse...

Acho que o interesse público se sobrepõe aos interesses particulares. Respeito todas as religiões, mas que aquele acesso é importante para desafogar o trânsito pesado da cidade.

Thiago Martins disse...

com todo respeito ao Tênis Acre, não creio que tenha conhecimento de causa.

o acesso não aliviará consideravelmente o trânsito da cidade.
e o mesmo pode ser feito por outro trecho.
provavelmente, nenhuma obra conseguirá essa mágica, já que não houve planejamento de engenharia de trânsito para a quantidade de veículos existentes atualmente.

devagar sem sentido é perda de tempo.
há de se fazer muitos outros estudos, análises e conversas.

a comunidade de Aquiles Peret também merece o beneficiamento. Por que não?

ou melhor, como sugerido na reunião, por que não passar uma avenida no meio do quintal de quem tá com essa idéia na cabeça...??


vamos com calma.
respeitar o que se está estabelecido e consolidado.


paz e bem.

Bolzoni's disse...

'Política' boa a desse governo: Identificar as minorias militantes e dar-lhes a ilusória sensação de representação através de falsas delegações do poder. Justamente pra calar-lhes a boca. Ou ainda pior, comprar-lhes o discurso. Estou orgulhoso, Altino.

Altemar disse...

Se todos sabemos que o túnel é muito longo, então caberia a pergunta: haverá luz?
Se liga Tião!

Clênio Plauto S. Farias disse...

Este acesso existe a décadas e sempre foi "preservado" por interesses diversos. O que este governo fez foi colocar uma pedra no assunto. Como este caminho não é exceção dentro do Município. Será interessante doravante, que sobre a alegação de que "a comunidade decidiu", muitas obras de urbanização possam ser descartadas, mesmo que necessárias. Urbanização é valorização da condição do ser humano e pode sim, acontecer com preservação, o fato que estes investimentos só acontecem onde há interesse dos amigos do poder. São Investimentos pontuais fora do contexto da cidade urbana, da cidade planejada, simplesmente por pensarmos "na minha casa", "na minha rua" e quando muito no "meu bairro" e continuamos sem saber a cidade que queremos. E assim, os governantes vão continuar a decidir pelo povo, com o povo.

Fátima Almeida disse...

É muito estranho mesmo que o Deracre ocupe seus engenheiros para fazer um projeto ao qual já se sabia que a comunidade, através de seus representantes mais instruídos, diria não. Achei muito engraçado ( estive na primeira parte da reunião, convidada por amigos) que o projeto apresentava ainda uns portais que lembravam chifres de boi, colocados no início e no final do trecho da rodovia que passará ou passaria pela APA do Alto Santo, ostentando uma cruz de caravaca ao centro, a cruz emblemática do Daime de Irineu Serra. Eles parecem gostar muito de "popularizar" os símbolos sagrados da cultura local, pois colocaram também kenes até em ônibus.. (os kenes são símbolos sagrados das etnias indígenas tirados da variedade de estampas dos corpos das jibóias). Além de tudo, o projeto não veio acompanhado de um relatório de impacto ambiental isso é preliminaríssimo, em quaisquer situações.. Mesmo que refaçam o projeto passando pela Chácara Aliança deveriam apresentar um rima e não decidir sobre as vidas das pessoas assim.. E isso ultrapassa o poder de "representação" de quaisquer comunidades, pois é de interesse público, resguardado pela Constituição Federal, tudo que incorrer em impacto ambiental. O que vai ocorrer é depois de tudo pronto virá a auditoria do TCU, o Estado será penalizado por crime ambiental, pilhas e pilhas de processo se avolumarão e muitos anos se passarão...Existe, como sabe, a indústria de rodovias que não pode parar, mal se conclui uma, outra tem início. A ideia que os governos vendem é sempre a mesma: desafogar o trânsito. o problema é que esses projetos não contemplam obras de infra-estrutura, planejamento no tocante á saúde, educação, saneamento, proteção ambiental (água, fauna, flora, ar, solo..) pior, não desafogam o "centro" da cidade,pois deveriam reproduzir dezenas de minicentros com dezenas de sub-prefeituras. Em Lima, por exemplo, cada bairro tem sua própria prefeitura. Aqui, eles espicham, espicham, espicham a cidade e seus órgãos altamente centralizados não podem atender satisfatoriamente às centenas de bairros, comunidades e aldeias.

Clênio Plauto S. Farias disse...

Quero o meu comentário. Já é o segundo que envio sem publicação. Se tens que aprovar, que ao menos justifique porque não o fez.

joao disse...

Passárgada. Sempre amiga do poder. Ilha onde tudo pode. Eu também quero para a minhas e demais comunidades! Que discriminação é essa?

Enzo Mercurio disse...

Gostei da atitude do governador , tem que escutar o povo.
Outra coisa , essa de cada bairro ter uma sub- prefeitura tb é bom .
Por ultimo : o Deputado Farias é um homem de bem ; a presença dele deixa as coisas mais claras.

Renaldo disse...

Escutar o povo, háháháháhá.

eliomar m. disse...

Esse negócio de ouvir as comunidades é simplesmente uma prosa para boi dormir, o que não pode é um povo inteiro ficar prejudicado por causa que o povo do DAIME. Não quer uma estrada asfaltada. E tem mais o governador agora resolveu ouvir os moradores somente por que ele ia perdendo as eleições, para o Tião Bocalom. Agora o que presisamos é sim de mais estradas bam asfaltadas e bem cuidada, e dá para se fazer esta estrada sem prejuizos para o povo do daime.

Anônimo disse...

Esse argumento de desafogar o trânsito da cidade está cada vez mais em voga. 1º foi utilizado para construção da Ponte da Via Verde (aquela mesma que o projeto original foi modificado e foi relocada para as proximidades de um compadre da turminha que está com a chave do cofre) - notadamente não surtiu o efeito esperado. Depois foi utilizado para legitimar a construção da 4ª ponte, a da 6 de agosto - Cadeia Velha que, empiricamente, parece não ter funcionado como se esperava. Lembremos também da pinguela do JV, a passarela - enquanto toda a comunidade do Taquarí e do Aeroporto Velho reclamava para que a passarela fosse construída naquele local, por sinal um dos locais de maior fluxo de transeuntes, o Governo espertamente desconsiderou a necessidade imperiosa da passarela naquele local. Admiro a postura dos amigos do Daime. Estes ocorridos acabam apenas por desvelar cada vez mais as incongruências de um projeto que já esvaziou em propostas de avanço, mas que continua pleno no interesse da manutenção do poder pelo poder.
Po que não estabelecer o projeto oficial pela Aquiles Peret? Como de maneira sapiente fora sugerido pela comunidade.